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17/04/2010 - 11:32

Tecnologia ajuda indústria de couro e calçados a superar crise

O setor couro-calçadista brasileiro, que emprega diretamente cerca de 350 mil pessoas em mais de sete mil indústrias, está voltando a crescer. O aumento de investimentos em pesquisa e modernização foi a saída para que os produtores voltem a conquistar um espaço perdido, após diversas crises, desde 1990. Só a FINEP já investiu mais de R$ 16 milhões, nos últimos anos, em projetos que propiciaram a esta indústria novas tecnologias e conquistas de novos mercados.

No vaivém das variações cambiais desfavoráveis às exportações, das mudanças nos mercados, e com o avanço de novos participantes no jogo, especialmente a China, o setor hoje investe muito mais em pesquisa e em diferenciais para que o produto brasileiro tenha valor agregado e conquiste novos nichos. “Não vamos recuperar o mesmo cenário que tínhamos antes da invasão chinesa, o que temos feito, com sucesso, é buscar mercados alternativos e produtos com mais qualidade e preço diferenciado”, diz Jorge Azeredo, diretor Administrativo-Financeiro do IBTeC, Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçados e Artefatos. Países do leste europeu e da África fazem parte desses novos mercados e hoje já há indústrias e lojas brasileiras até na China. Nos últimos cinco anos, tem havido uma recuperação nas exportações em volume negociado, apesar da diminuição dos números de pares exportados. Isso significa que o calçado brasileiro está sendo negociado com mais valor agregado.

Exemplos de inovação- Um exemplo de sucesso na superação de crises vem do grupo gaúcho Milu. Formado há 50 anos a partir da criação do curtume Minuano, para diversificar o negócio criaram a Malu Calçados nos anos 1980. Como a maioria dos produtores brasileiros, seus lucros vinham quase que exclusivamente das exportações, com os Estados Unidos como principal mercado. “Mais de 90% de nossa produção era vendida para um único cliente nos EUA”, explica Volnei Ebertz da Silva, gerente do projeto de inovação da empresa. Mas o início da década de 1990 trouxe uma nova realidade: a abertura das importações e a enxurrada de produtos chineses no mercado mundial. Mais uma vez, a saída foi inovar: buscar outros mercados no mundo e no Brasil.

A onda de renovação na Malu culminou há três anos com o lançamento de duas marcas próprias voltadas para o mercado interno e um diferencial de qualidade em relação a grandes produtores mundiais, como China e Índia. “O calçado brasileiro consegue ser negociado a US$ 22 dólares o par, contra uma média de US$ 12 dólares praticada pelos maiores exportadores”, explica Volnei. Hoje, a empresa saiu da dependência da exportação e do cliente único. Vende cerca de 20% de sua produção no Brasil, e a fatia destinada ao exterior conta agora com mais de 30 clientes. Com financiamento da FINEP, conseguiram estruturar seu laboratório de pesquisa e desenvolvimento e modernizaram várias etapas da produção, tanto na fábrica de calçados quanto no curtume, ambos localizados em Lindolfo Collor (RS).

O Brasil é reconhecido pela alta qualidade de suas peles bovinas e de seu couro. O curtume Minuano é o maior fabricante do mundo de tapetes de pele de couro de boi, tendo 90% de sua produção de tapetes exportada, mas esses produtos não são passíveis de ter tanto valor agregado quanto o setor de calçados. Hoje a empresa investe com sucesso em diferenciais, como estampas serigrafadas, pinturas e cortes customizados nos tapetes. No caso do couro, os projetos de modernização no curtume tiveram um foco específico: a produção do couro automotivo. Este setor tem menos concorrentes no mercado, já que exige uma certificação específica. “O projeto que temos com a FINEP nos ajudou a entrar neste nicho, o que nos tornou mais atrativos para os clientes”, afirma Fábio Rodrigues, gerente de Manutenção e Projetos do Minuano.| FINEP

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