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23/04/2010 - 11:25

Juro Zero apoia clonagem de bovinos

Quase um terço dos embriões bovinos produzidos no mundo vem do Brasil, que é líder mundial no caso específico da produção in vitro, respondendo por 85% dos embriões criados em laboratório. A FINEP também apoia esse mercado. Um exemplo é a empresa mineira Cenatte, que recebeu R$ 900 mil do Programa Juro Zero para seu projeto de clonagem de embriões, que funciona como um “seguro de vida” de animais geneticamente importantes.

Se um é pouco, dois é bom para garantir e três não seria demais em um mercado como esse. A produção de bovinos tem suas estrelas, cuja perda pode representar prejuízo de milhões. A fêmea nelore Obela FIV AJJ atingiu o valor de mais de R$ 3 milhões em um leilão em 2008. O touro premiado Elevo da Morangaba já vendeu mais de 250 mil doses de sêmen, cada uma custando entre R$ 100 e R$ 400. A clonagem desses animais, além de garantia para seus donos, é um passo importante em termos de melhoramente genético do rebanho brasileiro.

Em maio de 2009, o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) liberou o registro de clones bovinos, que agora podem fazer parte do Serviço de Registro Genealógico das Raças Zebuínas, resolvendo assim o impasse que existia quando os animais clonados ainda não tinham aceitação legal por parte do governo e das associações de criadores de gado.

Investindo nessa oportunidade de mercado, a empresa mineira de biotecnologia Cenatte Embriões, criada em 1985, recorreu ao Programa Juro Zero da FINEP para implementar seu projeto de clonagem de bovinos por transferência de núcleos. Voltado para o segmento dos criadores de gado de elite, no qual a oferta ainda é pequena, com um número restrito de fornecedores, o projeto recebeu financiamento de R$ 900 mil em 2006. Graças a ele aconteceram os primeiros nascimentos de clones bovinos por transferência de célula somática do estado de Minas Gerais, com tecnologia totalmente brasileira.

Na Cenatte já foram clonadas três doadoras, que deram origem a quatro clones. “Três deles estão vivos e saudáveis, sendo que dois já foram vendidos e entregues”, conta Wilson Pardini Saliba, gerente de Desenvolvimento, Pesquisa e Inovação Tecnológica da Cenatte. Ele informa que a empresa já tem contratados vários clones que estão em fase de produção de embriões e gestação. Além disso, a Cenatte tem investido também em rotinas de congelamento de células e de embriões de clones.

O congelamento de células funciona como um seguro de vida de animais extremamente importantes geneticamente e financeiramente. Em caso de acidentes ou doenças, é possível cloná-los e assim não perder sua genética. A técnica seria uma forma de aumentar a longevidade desses animais.

Além disso, se compararmos touros e vacas, os primeiro podem gerar muitos descendentes por meio da doação de sêmen. Segundo a SBTE (Sociedade Brasileira de Tecnologia de Embriões) e a Asbia (Associação Brasileira de Inseminação Artifical), em 2008 houve recorde no mercado de sêmen bovino no Brasil: foram mais de 8 milhões de doses vendidas. Corte e leite tiveram participação igual. Foram negociadas 4,153 milhões de doses do primeiro tipo e 4,050 milhões provenientes de animais com aptidão leiteira. Desse total, 286 mil doses foram exportadas. Já as fêmeas contribuem somente com óvulos, que são em menor número. A clonagem permite que vacas geneticamente superiores deixem no rebanho uma quantidade maior de filhos e genes melhoradores, tanto para carne como para leite.

A empresa Cenatte Embriões, com cerca de 70 funcionários, já tem quatro franquias, sendo três internacionais, na Colômbia, México e Costa Rica. O projeto de clonagem contou com apoio de pesquisadores da USP e da UFPA.

Liderança na produção de embriões in vitro- A produção usual de embriões por ser in vivo ou in vitro (feitos em laboratório). No Brasil, foram produzidos 57.368 in vivo e 212.441 in vitro no ano de 2007. Esses números garantem ao país a liderança mundial na produção de embriões bovinos in vitro, respondendo por 85% desse total, e uma participação de 32,8% no total geral, considerando os dois tipos. A América do Norte domina a produção in vivo, com 52,2% do mercado. Os dados são da Sociedade Internacional de Transferência de Embriões e foram apresentados no final de 2008. | FINEP

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