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27/04/2010 - 06:42

A criança cega vai à escola

Leitura e conhecimento ao alcance dos deficientes visuais.

Há algum tempo, a Educação Inclusiva está sendo proposta como o caminho mais adequado para formar e educar crianças, tanto do ponto de vista psicopedagógico como do social e econômico.

Incluir a criança com deficiência visual na escola não significa apenas colocá-la em uma classe junto com todas as outras crianças. É preciso integrá-la, garantindo-lhe seus direitos e deveres de ser como é, aceitando suas dificuldades, compreendendo suas necessidades e capacidades, corrigindo seus erros e encaminhando o desenvolvimento de sua potencialidade.

O esclarecimento e a orientações aos pais e professores facilita a participação do processo de escolarização das crianças com deficiência visual com maior tranqüilidade. A troca de informações e experiências se alia ao conhecimento e a prática dos direitos e deveres de todo o cidadão.

"Quando a criança cega vai à escola, sua vida passa a ter o ritmo, a rotina e as possibilidades próprias da sua idade, que são essenciais para o desabrochar de uma inteligência e uma expectativa que pareciam, até então, impossíveis de serem verdadeiramente usufruídas por ela", comenta Glicélia Alves, pedagoga especializada em deficiência visual.

Reglete e punção para escrita manual do braille. Máquina de datilografia braille para escrita mais rápida do braille. Soroban, para realização de cálculos. Livros didáticos, livros infantis, mapas, globos, gráficos e outros materiais impressos em braille. Cadernos com pautas ampliadas, caneta hidrográfica que ofereça contraste, livros com tipos ampliados, iluminação adequada, lentes especializadas(de mão, de apoio, eletrônicas, lupas) conforme indicação do oftalmologista.

Estes são alguns recursos e ajudas técnicas importantes em cada momento do desenvolvimento e da vida escolar da criança. O aprendizado do sistema braille de escrita e leitura por pontos em relevo, por exemplo, facilita os processos educativos, profissionais e de lazer.

É por meio deste sistema criado, em 1825, pelo francês Louis Braille, que o prazer dos livros e da literatura está ao alcance de crianças, adolescentes e adultos com deficiência visual, e acima de tudo, o acesso ao conhecimento científico, literário, filosófico, tecnológico, fundamentais para a inclusão na sociedade.

"O processo de alfabetização é muito similar ao da criança que enxerga. Algumas limitações que a cegueira ou baixa visão impõem precisam ser adaptadas, porém com apoio pedagógico especializado ou mesmo atendimento em instituições paralelas, as crianças cegas são alfabetizadas no mesmo tempo que as demais crianças da sala de aula", completa Glicélia.

A educação física também é importante. Alguns esportes já foram adaptados para que as pessoas com deficiência visual possam realizá-los (futebol de cinco, futebol de salão, judô, natação, atletismo/corridas). No mercado existem também jogos de tabuleiro adaptados (xadrez e dama).

Encontrar uma escola adequada, acompanhar o desenvolvimento das disciplinas, e conhecer os recursos disponíveis, requer tempo, esforço e disponibilidade. Essas preocupações devem fazer parte da rotina de toda família que coloca em primeiro lugar a educação, seja ela para uma criança com deficiência ou sem deficiência.

Vale lembrar que inclusão é tudo. É no comércio, na indústria, nos meios de locomoção. Tudo isso tem que ser repensado para que o deficiente tenha uma participação mais ativa no mundo em que vive. Acima de tudo, a inclusão tem que começar na própria família do deficiente.

Perfil da Fundação Dorina Nowill para Cegos - A Fundação Dorina Nowill para Cegos há 64 anos facilita a inclusão social de crianças, jovens e adultos cegos ou com baixa visão, por meio de reabilitação, e produção de livros e revistas acessíveis que permite às pessoas com deficiência visual acesso ao mundo do conhecimento e da informação. Com a maior imprensa braille da América Latina, a instituição tem capacidade para impressão de mais 45 milhões de páginas braille por ano. A Fundação Dorina Nowill produz livros didáticos, literatura e best-sellers. No local também são produzidos cardápios, partituras musicais, catálogos, cartões de visitas e outros materiais de prestação de serviços às empresas e à comunidade.

Sistema Braille - É um sistema de leitura para cegos por meio do tato, criado pelo francês Louis Braille, que perdeu a visão aos 3 anos de idade. Braille apresentou a primeira versão do seu sistema de escrita e leitura com pontos em relevo para a utilização do deficiente visual em 1825. Sua escrita é baseada na combinação de 6 pontos, dispostos em duas colunas de 3 pontos, que permite a formação de 63 caracteres diferentes que representam as letras do alfabeto, números, simbologia aritmética, fonética, musicográfica e informática.

Louis Braille - Em 1825 o jovem francês Louis Braille apresentou a primeira versão do seu sistema de escrita e leitura em relevo para a utilização da pessoa cega. Baseado na combinação de seis pontos dispostos em duas colunas de três pontos o Sistema Braille permite a formação de 63 caracteres diferentes, que representam as letras do alfabeto, números, simbologia aritmética, musicográfica e, recentemente, da informática. Esse sistema se adapta a leitura tátil, pois os pontos em relevos devem obedecer à medidas padrão, e a dimensão da cela braille deve corresponder à unidade de percepção da ponta dos dedos.

Natural de Coupvray, pequena aldeia a leste de Paris, Louis Braille nasceu em 4 de janeiro de 1809. Ficou cego em 1812, aos três anos, após se acidentar na oficina do pai. Ao tentar perfurar um pedaço de couro com uma sovela, aproximou-a do rosto, e acabou por ferir o olho esquerdo. A infecção se expandiu e atingiu o outro olho, deixando-o completamente cego. Para desenvolver um sistema de leitura e escrita para pessoas cegas, ele utilizou como base o sistema de Barbier, utilizado para a comunicação noturna entre os soldados do exército francês. Em 1837, Louis Braille apresentou a versão final do sistema que, embora tenha levado algumas décadas para ser aceito na França, antes do final do século XIX já havia se difundido pela Europa e por outras partes do mundo.

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