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01/06/2007 - 10:44

Cana-de-açúcar: O ouro verde do Brasil


A matéria prima mais antiga do Brasil, a cana-de-açúcar, chegou por aqui em 1500, junto com os portugueses. As primeiras mudas vieram em 1532, na expedição marítima de Martim Afonso de Souza. Passaram-se, portanto, 507 anos de sua chegada ao território brasileiro e espalhou-se em solo fértil e traz inúmeros benefícios para a economia do país.

A cana gera hoje, açúcar, álcool anidro (aditivo para a gasolina) e álcool hidratado para os mercados internos e externos. O seu benefício não para por aí, além de tais produtos, a cana colabora também para a produção de papel, alimentos, plásticos e produtos químicos, além de fornecer energia elétrica.

Segundo a Única (União da Agroindústria Canavieira do Estado de São Paulo), a estimativa é produzir até 2010, 20 bilhões de litros de álcool, devido ao aumento do consumo de veículos bicombustível. A produção brasileira é de 14 bilhões de litros/ano.

Temos a região de Ribeirão Preto, localizada no nordeste do estado de São Paulo, o principal pólo sucroalcooleiro do mundo, assim considerado. São cerca de 34 usinas, 11 destilarias, mais de 300 indústrias de equipamentos agroindustriais instaladas que representa 35% da produção nacional de açúcar, álcool anidro e álcool hidratado. No País, temos atualmente 334 usinas instaladas e 58 em fase de instalação.

A cana-de-açúcar foi um grande setor empregatício no passado, porém, devido a alta tecnologia, o corte manual da lavoura está sendo substituído por equipamentos mecânicos, gerando assim, o desemprego.

Investir em tecnologia, embora, gere o caos no mercado de trabalho, traz vantagens significativas ao setor. Pois, melhora a qualidade da matéria-prima e aumenta a produção nas usinas. Para o meio ambiente também é benéfico, uma vez que elimina as queimadas que devem ser extintas até meados de 2020. Esse fator ganhou prestígio e despertou o interesse de países desenvolvidos na busca por soluções que diminuam o impacto causado pela poluição na atmosfera. Mas, a questão é que tudo isso, pode trazer conseqüências drásticas ao um outro importante setor, o agropecuário.

Os investimentos estrangeiros devem aumentar nos próximos anos, sendo assim, muitos produtores começam a substituir a criação de gado pelo tão famoso “ouro verde”, a cana de açúcar. O reflexo dessa mudança deve provocar possíveis crises no setor pecuarista. Como prova disso, podemos notar, já, nos supermercados, o preço de alguns produtos derivados. Conseqüências ou não, é preciso atenção a este fator!

Com a escassez de alguns seguimentos, os preços sofrerão reajustes e isso vai refletir no bolso do consumidor. Embora, produtos importados estão hoje, acessíveis aos nossos padrões econômicos, depender do mercado externo para consumirmos determinados produtos talvez não será uma boa opção.

A pecuária ainda possui peso na nossa economia, o que permitiu que alcançássemos o topo do ranking mundial nos últimos dez anos, com a exportação de carne bovina. Os fazendeiros não podem ficar atentos apenas ao etanol, pois se essas mudanças de fato aumentarem nos próximos anos, o setor pecuário será totalmente lesado. É preciso tanto os empresários como o governo se preocuparem com todos esses detalhes. Pois, caso contrário, estaremos a mercê do mercado internacional.

. Por: Cláudio Boriola Consultor Financeiro, Conferencista, Especialista em Economia Doméstica e Direitos do Consumidor. Fundador e Presidente da Boriola Consultoria empresa criada há mais de treze anos. Autor dos livros Paz, Saúde e Crédito - Práticas de Negociação - De Um tostão a Um Milhão e do Projeto para inclusão da disciplina "Educação Financeira nas Escolas".

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