Crise administrativa na China leva à morte de pessoas e animais

Ração contaminada com melamina e ácido cianúrico, substâncias que quando misturadas formam um composto tóxico, levou a um surto de mortes de animais domésticos nos Estados Unidos. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) solicitou esclarecimento por parte de três empresas multinacionais sediadas nos EUA que exportam rações para o Brasil quanto à possibilidade de entrada desses produtos contaminados no mercado brasileiro. A origem das substâncias, no entanto, é chinesa. Estas estavam presentes no glúten e na proteína de arroz importados da China, utilizados como insumo na produção de rações.

O escândalo é mais um dentre uma série de incidentes recentes na área de saúde nos quais a China está envolvida. Nos últimos meses, foram contabilizadas mais de 100 vítimas de medicamentos falsificados no Panamá. Estas mortes, como dezenas de outras registradas em Bangladesh, Argentina, Nigéria, Haiti, Índia e na China, resultaram da ingestão de uma substância tóxica, o dietileno glicol, usado normalmente como solvente industrial e componente de anticongelantes.

O tóxico, produzido e distribuído por empresas chinesas, é utilizado por falsários como substituto de baixo custo para a glicerina usada em xaropes e remédios. Investigações por parte do governo chinês acarretaram na demissão e condenação à pena de morte do chefe da agência reguladora, Zheng Xiaoyu, acusado de corrupção. Segundo a agência de notícias estatal Xinhua, Zheng teria aceitado suborno para burlar os procedimentos normais de aprovação de produtos, o que, por sua vez, colocou em perigo a vida e a segurança de muitas pessoas. A condenação de Zheng é apenas uma das medidas previstas pelo governo chinês com objetivo de sanear a indústria farmacêutica e o setor de saúde, e é parte da política de combate à corrupção do presidente Hu Jintao.| Por: CEBC