Ford no Brasil – 91 anos de tradição e cerca de 10% do mercado

“A Ford continua sendo uma grande marca, mas não como antes” é o que afirma o diretor do Instituto das Concessionárias do Brasil, Evaldo Costa. Isso porque após 91 anos no país (comemorados no último dia 24/04), a marca perdeu espaço no mercado e apresentou, aos consumidores, poucas novidades.

De acordo com Costa, os veículos produzidos pela Ford não tem mais o mesmo apelo que na década de 80. “Ela abriu mão do conceito de bom acabamento para competir com carros mais em conta e hoje, concorre com GM, Fiat e VW em condições desfavoráveis. Basta ver os números de vendas para perceber o quanto desafiador é a missão de reconquistar mercados perdidos”.

Há 20 anos atrás a Ford possuía 20% do market share, hoje, mantem algo em torno de 10%. E isso se deve, segundo Costa, a um cliente que deseja produtos arrojados, de qualidade, baratos, modernos e bonitos. Com a competição global, no setor automotivo, é preciso que a Ford ofereça carros mais atrativos. “Nada disso é fácil quando se está competindo com China, Japão e Coréia”, completa.

De 2000 para cá, a marca melhorou muito, investiu em nova fábrica, lançou novos produtos e oxigenou a política comercial, mas as mudanças globais que atingiram o setor foram muito maiores. Evaldo Costa explica que, para entender essas modificações, basta ver que a liderança na produção de veículos migrou do ocidente para o oriente. “Atualmente, China, Coréia, Japão e Índia fazem a diferença”, afirma.

Recentemente, o presidente da Ford, Alan Mulally, esteve no Brasil e anunciou investimentos de 4 bilhões de reais. “É muita grana, resta saber como será aplicada e o que sairá da linha de montagem. O consumidor dos dias atuais sabe muito bem escolher, e o que não faltam são boas opções de compra”.

A marca forte é sempre um diferencial competitivo importante, mas para reconquistar o público perdido e ainda fidelizar outros é preciso investimento, garante o presidente do Instituto das Concessionárias do Brasil.

“Investir, lançar carros que o consumidor deseja comprar e reconquistar sua fatia de mercado. Os modelos Flex dominam e continuarão dominando por um bom tempo. Os carros elétricos ainda vão demorar um pouco em nosso mercado. A Ford, pela sua grandiosidade, deveria estar brigando pela liderança de mercado e não na parte de baixo do ranking dos maiores construtores”, analisa.