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08/05/2010 - 08:03

Transpetro lança ao mar o primeiro navio do Promef


Lançamento marca retomada da indústria naval brasileira a nível de competitividade. Com encomendas do Promef, o Brasil já é o quarto maior fabricante de navios petroleiros do mundo.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou hoje ao mar o primeiro navio do Programa de Modernização e Expansão da Frota da Transpetro (Promef) no Estaleiro Atlântico Sul (EAS), no porto de Suape, em Pernambuco. O navio do tipo Suezmax é um marco histórico para a indústria naval brasileira. Trata-se da primeira embarcação de grande porte construída no Brasil a ser entregue ao Sistema Petrobras em 13 anos. A última havia sido o Livramento, cuja construção foi encomendada em 1987 e levou dez anos para ser concluída.

“A construção deste navio tem que ser levada a sério por nós. É a auto-afirmação de um povo, que durante muito tempo foi esquecida”, afirmou o presidente da República. A determinação do presidente Lula de que fosse retomada a construção de navios e plataformas de produção de petróleo no País foi o alicerce do Promef, criado em 2004 para revitalizar a indústria naval em bases globalmente competitivas, a partir da encomenda de 49 navios.

O navio petroleiro tem 274 metros de comprimento, com capacidade para um milhão de barris de petróleo (metade da produção diária nacional), e será utilizado, principalmente, para o transporte de longo curso (viagens internacionais). Ele foi batizado “João Cândido”, em homenagem ao líder da Revolta da Chibata, pela madrinha Josenilda Maria da Silva, funcionária do Atlântico Sul, que simboliza os mais de 3.700 empregados do estaleiro, especialmente, os provenientes da região de Suape. “Nunca imaginei trabalhar em um estaleiro, não tinha perspectivas, mas hoje estou aqui. Quando a oportunidade apareceu, nós aproveitamos. É uma honra ter sido escolhida madrinha de um navio tão importante”, afirmou.

A construção de dez navios Suezmax pelo EAS - criado para disputar as encomendas da Transpetro – foi a primeira obra do Programa de Aceleração de Crescimento (PAC) a ter o contrato assinado, em janeiro de 2007. O segundo lançamento do Promef está previsto para junho, no Estaleiro Mauá (RJ), onde um navio de produtos será batizado “Celso Furtado”, em homenagem ao economista e desenvolvimentista paraibano.

O evento marca a entrada do Promef em uma nova fase. “Este lançamento é um marco. Diziam que era impossível o Brasil voltar a construir navios. Não só voltamos a construir como estamos estabelecendo uma indústria naval moderna e competitiva, gerando emprego e mudando a vida dos brasileiros,” ressaltou o presidente da Transpetro, Sergio Machado. Entre os benefícios do programa para o País, destacam-se a criação de 200 mil empregos e a economia anual de US$ 500 milhões em divisas hoje transferidas a armadores estrangeiros.

Com apoio do governo federal e recursos do Fundo de Marinha Mercante (FMM), o Promef tirou da estagnação um segmento que estava sem encomendas significativas há quase duas décadas. Resgata-se, com isso, uma tradição iniciada no final do século XIX pelo Barão de Mauá e que teve seu auge na década de 70, quando o Brasil chegou a ser o segundo maior construtor de navios do mundo. De dois mil empregos no ano 2000, a indústria naval atingiu mais de 45 mil empregos este ano. Com as encomendas da Transpetro e da Petrobras, o País acaba de superar a Turquia e atingir a quarta posição no ranking mundial de fabricantes de navios petroleiros.

“O que está acontecendo é muito maior que apenas gerar emprego e renda, é uma verdadeira inserção social de milhares de trabalhadores e trabalhadoras no nordeste do Brasil, que até outro dia era conhecido apenas pelas suas mazelas. Empresários de coragem tiveram o apoio incondicional das instâncias governamentais, sobretudo, do presidente Lula para, que este setor voltasse a ter a grande importância no cenário nacional e internacional”, frisou o presidente do Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval), Ariovaldo Rocha.

“Este navio representa o primeiro de uma série de muitos outros que serão feitos aqui. Ele abre novas oportunidades de investimento. É o início de um ciclo virtuoso para o setor”, disse o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli.

EAS – Criado a partir das encomendas da Transpetro, o Estaleiro Atlântico Sul (EAS) é o maior e mais moderno estaleiro do Brasil. Ele montará 22 navios do Promef, tendo assim a maior carteira do programa. São dez navios do tipo Suezmax (160.000 toneladas de porte bruto (TPB), capazes de transportar 1 milhão de barris de petróleo), cinco Aframax (110.000 TPB), quatro aliviadores Suezmax DP (com posicionamento dinâmico) e três aliviadores Aframax DP.

Ao longo do ano, serão lançados dois navios Suezmax no EAS e dois navios de produtos pelo Estaleiro Mauá - o primeiro destes em junho próximo, em Niterói. Completam-se, assim, os quatro lançamentos previstos pelo Promef para 2010.

Empregos – O Promef já gerou 15 mil empregos diretos no atual estágio de construção dos navios. Este número chegará a 40 mil. Os empregos indiretos chegarão a 160 mil.

No caso do EAS, surgido com base nas encomendas do Promef, chama atenção o elevado aproveitamento de mão-de-obra local. Mais de 90% dos trabalhadores na construção do estaleiro e dos navios vêm dos cinco municípios do entorno do Complexo Portuário do Suape. São homens e mulheres que garantem o acesso a oportunidades de emprego e qualificação profissional e educacional, alargando os horizontes deles próprios e de suas famílias.

Frota própria – Com o Promef, a frota da Transpetro, hoje de 52 navios, vai se modernizar e crescer, chegando a mais de 100 navios em 2014. Esse número deve aumentar com o Promef III, a terceira fase do programa, que será lançada este ano e já está contemplada no PAC 2. O Promef III levará em conta o aumento de produção de petróleo e gás advindo dos campos do pré-sal, e a entrada em funcionamento das quatro novas refinarias no Nordeste (Pernambuco, Ceará, Maranhão e Rio Grande do Norte) e do Comperj, o complexo petroquímico em Itaboraí, no Grande Rio.

As duas primeiras fases do Promef foram concebidas antes das novas descobertas dos campos do pré-sal nas bacias de Santos e Espírito Santo, o que aponta para a criação de novas fases do programa já a partir deste ano.

Estágio das encomendas: Dos 49 navios do Promef, 46 foram licitados, com 38 já contratados. Os últimos três navios estão em fase final de licitação.

Planejado e construído em função das encomendas do Promef, o Estaleiro Atlântico Sul (EAS), em Suape, Pernambuco, montará 22 navios para a Transpetro.

Encomendas contratadas: ? Dez navios Suezmax (160.000 Toneladas de Porte Bruto-TPB) - EAS (PE) - US$ 1,2 bilhão | ? Cinco navios Aframax (110.000 TPB) – EAS (PE) - US$ 693 milhões | ? Quatro navios Panamax (73.000 TPB) – EISA (RJ) - US$ 468 milhões | ? Quatro navios de produtos (48.000 TPB) – Mauá (RJ) - US$ 277 milhões | ? Quatro navios aliviadores Suezmax DP (com posicionamento dinâmico) (160.00 TPB) – EAS (PE) - US$ 746 milhões | ? Três navios aliviadores Aframax DP (com posicionamento dinâmico) (110.000 TPB) – EAS (PE) - US$ 477 milhões | ? Três navios de bunker (óleo combustível marítimo) - Superpesa (RJ) - US$ 46 milhões | ? Cinco navios de Produtos, para transporte de derivados de petróleo – 30 mil TPB – Estaleiro Rio Nave (RJ) – US$ 268 milhões.

Encomendas com o resultado definido, à espera da assinatura dos contratos: ? Oito navios gaseiros (quatro de 7.000 m³, dois de 12.000 m³ e dois de 4.000 m³), para transporte de gás liquefeito de petróleo – Estaleiro Promar Ceará (CE) - US$ 536 milhões.

Encomendas em fase final de licitação: ? Três navios de Produtos, para transporte de derivados de petróleo.

Competitividade – A necessidade de modernizar e aumentar a sua frota de navios – para atingir a meta de atender a Petrobras em 100%, na cabotagem, e 50%, no longo curso – levou a Transpetro a estruturar um programa capaz de contribuir para a consolidação de uma indústria naval moderna e internacionalmente competitiva.

O programa foi desenvolvido com base em três premissas essenciais:. construir os navios no Brasil | .alcançar um nível mínimo de nacionalização (65% na primeira fase, 70% na segunda) | .oferecer condições para os estaleiros nacionais conquistarem, após a curva de aprendizado, competitividade em nível global.

Navipeças – Cada navio encomendado pela Transpetro é composto de 2 mil a 3 mil diferentes itens. Cerca de 70% das navipeças já são fabricadas no Brasil ou podem vir a ser fabricadas em um prazo relativamente curto. São itens como chapas e perfis de aço, tintas e solventes, amarras, tubulações, acessórios de casco, caldeiras, válvulas comuns e bombas centrífugas.

Outros componentes – como guinchos de amarração, âncoras, guindastes e motores auxiliares – passam a ter viabilidade de produção no país a partir da encomenda da Transpetro.

Qualificação – Em Pernambuco, no EAS, inicialmente, os futuros trabalhadores passaram por um reforço de ensino básico, com duração de 2,5 meses, em um antigo matadouro reformado e transformado em escola, hoje denominada “Nascedouro de Talentos”, em Ipojuca.

Na segunda fase, a força de trabalho é capacitada pelo Senai do Cabo de Santo Agostinho, recebendo base teórica e treinamento prático.

Na terceira fase, de cerca de três meses, o Centro de Treinamento construído pelo EAS, em Suape, oferece uma qualificação final direcionada para as atividades a serem exercidas por cada um no estaleiro (soldador, caldeireiro, mecânico, montador, pintor).

Promef.: Benefícios para o brasil- Geração de 40 mil empregos diretos e 160 mil indiretos/ ano, na etapa de construção dos 49 primeiros navios.

Incremento imediato de diversos setores industriais | Impacto positivo na balança de pagamentos (cerca de US$ 500 milhões/ ano), pela economia de divisas antes gastas com afretamento de navios junto a armadores estrangeiros | Revitalização da Marinha Mercante | Implantação de nova base de crescimento, com impacto em diversos setores da economia e em diferentes regiões do país | Abertura de um novo nicho de comércio exterior.

Benefícios para o Sistema Petrobras.: Maior flexibilidade operacional | Redução dos custos com manutenção | Garantia do suprimento nacional diante de situações de crise | Redução do risco gerado pelas flutuações do frete e pela escassez de navios | Captura do lucro obtido pelos armadores estrangeiros que prestam serviços ao sistema | Garantia de logística de transporte para o crescimento interno e expansão internacional da empresa.

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