Gabrielli pede política industrial orientada pela demanda

Presidente da Petrobras abriu série de eventos que a companhia fará em parceria com o Ciesp em São Paulo, e pediu que indústria se organize para acompanhar investimentos em petróleo e gás.

A indústria paulista iniciou no dia 11 de maio (terça-feira), uma mobilização para organizar a cadeia de fornecedores de bens e insumos para o setor de petróleo e gás. O Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) reuniu 400 empresários de todas as regiões paulistas em sua sede, na capital, para lançar, juntamente com a Petrobras, uma parceria na preparação das indústrias de todos os portes e segmentos para se cadastrarem no programa de suprimento da cadeia petrolífera, o Prominp.

O setor representa hoje 10% do PIB nacional, e deverá aumentar sua participação para 20% até 2020. Segundo a Petrobras, só nos próximos quatro anos devem ser adquiridos 153 novas embarcações e 7 mil equipamentos como turbinas, torres, tanques de armazenagem, filtros e guindastes. Até o final da década, serão 296 novas embarcações.

Para o diretor de Energia da Fiesp, Carlos Cavalcanti, o pré-sal, que deverá responder por 30% da produção nacional de petróleo em 2020, cria um conjunto de oportunidades que colocará o país entre os grandes players mundiais do setor.

“O Prominp deve ser visto como um caminho que levará a nossa indústria a conquistar espaços, e a competir em igualdade de condições no mercado internacional”, avaliou Cavancanti, na abertura do evento, que lotou o Teatro do Sesi-São Paulo nesta terça-feira (11).

José Sérgio Gabrielli, presidente da Petrobras, instigou os empresários a participarem da empreitada da companhia – que pretende dobrar sua produção em dez anos, para 3,9 milhões de barris/dia, contra os atuais 2,33 milhões (média de abril).

“Para atingir nossa meta, precisamos que a indústria se prepare e cresça na mesma velocidade. Não é possível fazer isso isoladamente”, afirmou Gabrielli.

O dirigente garantiu que a Petrobras tem um “profundo compromisso” com o conteúdo nacional – a companhia concentra 90% de seus investimentos no Brasil, e assegura um mínimo de 65% de compras internas. “Isso representa 20 bilhões de dólares anuais de demanda à indústria nacional”, calculou.

Competitividade crescente - O evento de hoje abriu um ciclo de atividades Ciesp-Petrobras, que prevê a realização de pelo menos 11 eventos por todo o Estado para divulgar o Prominp. Paralelamente a esses eventos, a Petrobras treinará os funcionários das 43 diretorias regionais do Ciesp, para que eles possam orientar as indústrias paulistas sobre os requisitos para se tornarem fornecedoras da cadeia de petróleo e gás.

“Para que a indústria nacional tenha a maior participação possível nas compras necessárias para suprir a demanda do pré-sal, em bases competitivas e sustentáveis, a palavra de ordem é parceria. É nesse sentido que o Ciesp e a Fiesp vêm atuando”, sublinhou Cavalcanti.

José Sérgio Gabrielli citou o exemplo da indústria naval brasileira, que em oito anos se transformou na quarta melhor do mundo, para reforçar que há um enorme grupo de indústrias que, com incentivo, podem se integrar à cadeia de petróleo e gás e se tornarem competitivas internacionalmente.

“Temos mais de 600 experiências em apoio a empresas com dificuldades tecnológicas”, afirmou Gabrielli. “Estamos dando um horizonte de demanda real a um conjunto de fornecedores, ou seja, a oportunidade de saberem qual será a nossa demanda por determinado produto nos próximos dez anos”, emendou. [www.ciesp.com.br]