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13/05/2010 - 12:10

Sustentabilidade ambiental e redução na emissão de GEE pautam o segundo dia da AveSui América Latina 2010

Além dos debates do I Fórum EcoAgri, palestras técnicas relacionadas às cadeias de aves e suínos marcaram o evento.

Questões ambientais relacionadas à produção sustentável de alimentos marcaram o segundo dia de palestras da AveSui América Latina 2010, com o início do I Fórum EcoAgri, em Florianópolis (SC). Após os debates econômicos sinalizarem boas oportunidades para o setor de aves e suínos, foi o momento de se discutir outras demandas para que produtores possam aproveitar este cenário otimista.

Uma delas diz respeito à emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE) na produção de aves e suínos: dentro da programação do Fórum, a palestra do pesquisador do INRA, um dos maiores institutos de pesquisas agropecuárias da Europa, Paul Robin, foi um dos destaques, ao apresentar um método capaz de mensurar os reais impactos da emissão de GEE em sistemas de armazenamento de resíduos (dejetos) e trabalhar estas informações de forma que reduzam os impactos ambientais dessas emissões.

Outro assunto recorrente quando se fala em sustentabilidade na suinocultura, o tratamento de dejetos também foi abordado pelo diretor da Nemorus Securities, Bruno Filipe Vidal, durante o Fórum. Ele apresentou o Programa Sustainable Swine Waste Management Program of Latin América (Swampa), um projeto MDL elaborado para a implantação de programas de sustentabilidade em granjas de suínos, por meio de sistemas de manejo de dejetos dos animais. "Este programa promove a utilização do biodigestor na granja para a produção de biogás e também gera créditos de carbono", pontua.

Segundo Vidal, o Swampa engloba atualmente um total de 13 milhões de suínos, espalhados por 1.300 granjas, em toda a América Latina. "Uma granja com um manejo sustentável dos seus dejetos contribui para a preservação do meio ambiental local, tem benefícios socioeconômicos – com o aumento da renda da propriedade ao receber parte dos créditos gerados – e ainda contribuem para a capacitação e desenvolvimento tecnológico da atividade, com a difusão e partilha de um sistema de alto desempenho como o biodigestor", complementa.

Palestras técnicas – Além das questões ambientais, no segundo dia da feira a programação técnica do IX Seminário Internacional de Aves e Suínos abordou alguns temas relevantes para os setores de aves e suínos. No segmento avícola, o foco das discussões foram relacionadas à produção, abrangendo questões referentes à nutrição e à aplicação de aditivos na alimentação das granjas como forma de otimizar os processos produtivos nesta cadeia.

Um dos destaques desta abordagem estava relacionado à obtenção de rentabilidade nos fluxos de abate. O especialista em avaliação do rendimento em abatedouros de aves, Paul Bunting, da Agri Stats, mostrou que, com as margens pequenas de lucros por animal abatido, é preciso aperfeiçoar os processos a fim de melhorar estas médias. “O aumento da produtividade nas linhas de produção está diretamente relacionada a este retorno”, reforça.

Bunting enfatizou que o peso médio de um animal abatido é de 2 kg e 200 g podem fazer diferença para a lucratividade. “Não podemos controlar os custos com o que é gasto em mão de obra, nem com as taxas de imposto, então podemos mexer apenas na eficiência das linhas de produção”, acrescenta. Como exemplo ele cita a situação de algumas empresas americanas, país onde Bunting atua, cuja produtividade é comprometida, uma vez que há uma série de entraves barrando o pleno andamento da linha de produção.

“A diferença de rendimentos de uma linha com 89% de eficácia é o equivalente ao custo de dois funcionários nos EUA, pois a velocidade com que elas operam tem impacto direto neste rendimento”, detalha. O especialista acrescenta que questões muita vezes ignoradas podem fazer a diferença: a ineficiência do atordoamento compromete a carcaça, a temperatura da escalda também interfere neste processo. “Uma linha de produção de grande escala processa aproximadamente 340 aves por minuto, é na melhora deste rendimento que o lucro está”, finaliza.

A sanidade continua sendo um dos grandes desafios da suinocultura brasileira, tanto que o tema norteou as discussões técnicas a respeito da cadeia suinícola. As principais doenças, com destaque para as entéricas, Influenza Suína e Mycoplasmose hyopneumoniae, foram debatidas.

O assunto foi abordado de forma ampla e chamou a atenção para as questões de sanidade envolvidas no trânsito de animais – já que a nova configuração da cadeia, com necessidade de deslocamento para engorda, venda de matrizes, entre outros aspectos, ganhou um dinamismo muito maior. “Este ainda é um gargalo para a atividade e muitas vezes não satisfazem as exigências do mercado e relacionadas à biosseguridade”, pontua o veterinário Ricardo Alfredo Soncini, quem conduziu este debate.

Com a crescente mobilização de animais da Região Sul para o Centro Oeste, os animais se tornam disseminadores e receptores de agentes infecciosos, demandando uma atenção especial à questão do transporte e do manejo, inclusive por meios de transportes adequados para evitar sua exposição. “Hoje, o que importa para o mercado são questões de bem-estar, qualidade de carcaça e a biosseguridade e, em todas elas, o transporte acaba sendo importante”, conclui.

O segundo dia da AveSui prosseguiu com bastante movimento nos pavilhões da exposição comercial – a expectativa dos organizadores é de movimentar R$ 350 milhões nos três dias de feira.

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