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15/05/2010 - 13:53

Citrosuco e Citrovita criam gigante de suco de laranja

São Paulo - A Citrosuco e a Citrovita anunciaram no dia 14 de maio (sexta-feira), a fusão das empresas, formando a maior produtora mundial de suco de laranja, com participação no mercado global de 25 por cento e vendas anuais de 2 bilhões de reais, superando a então líder Cutrale.

Os termos financeiros da transação não foram divulgados, apenas que os atuais controladores das companhias --grupos Fischer e Votorantim, respectivamente-- terão 50 por cento cada na empresa combinada.

Os presidentes da Citrosuco, Tales Lemos Cubero, e da Citrovita, Mário Bavaresco Júnior, disseram que a nova empresa terá seis fábricas no país, basicamente no Estado de São Paulo, e uma nos Estados Unidos, na Flórida, além de oito terminais portuários --dois no Brasil e seis no exterior-- e oito navios entre embarcações próprias e alugadas.

O Brasil é o maior exportador mundial de suco de laranja, respondendo por aproximadamente 80 por cento do mercado.

"Essa empresa (combinada) tem capacidade de processar acima de 40 a 50 por cento de uma safra total brasileira de laranja. Dependendo da safra, pode ser de 150 milhões a 160 milhões de caixas, ou 600 mil toneladas de suco", afirmou Cubero em teleconferência com jornalistas.

A nova companhia ainda não tem nome definido e o negócio precisa passar pelo crivo do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Os executivos minimizaram as chances de o Cade impor restrições à união, enfatizando que se trata da formação de um grande grupo brasileiro com escala para competir globalmente.

A Citrosuco já é, atualmente, a segunda maior exportadora de suco de laranja do mundo, e a empresa combinada ocupará o primeiro lugar global em capacidade de produção e exportação do produto, conforme os executivos.

O Grupo Fischer contou com assessoria financeira do banco europeu de investimentos Rothschild, enquanto a Votorantim teve apoio da consultoria McKinsey.

Não há, no momento, planos de abertura de capital da empresa combinada.

A companhia resultante da fusão terá cerca de 6 mil funcionários, ultrapassando 10 mil colaboradores em período de safra.

Bavaresco Júnior não forneceu estimativas de sinergias pela combinação dos ativos, afirmando que um grupo de trabalho independente está sendo formado para definir as etapas de integração dos negócios.

Produtor desaprova - Flávio Viegas, presidente da Associação Brasileira de Citricultores (Associtrus), que representa produtores independentes de laranja, disse que o negócio prejudica o agricultor, porque reduz seu poder de barganha na venda da fruta.

"Ficamos cada vez mais preocupados com essa concentração do setor. Agora são apenas três empresas atuando no setor", afirmou Viegas à Reuters.

"Há um ganho de poder das indústrias, provavelmente cada vez mais vão ter poder de barganha, de negociação, em cima do produtor. A situação da citricultura vai cada vez mais se agravando, sem que haja nenhuma regulação no setor, no sentido de equilibrar. A gente tem certeza que o prejuízo para o país é brutal", acrescentou.

A indústria do suco no Brasil já foi alvo de investigação do Cade no passado por suspeita de cartel na definição do valor de compra da laranja junto ao produtor.

"A gente estranharia muito que uma operação como essa venha a ser aprovada pelas autoridades de concorrência. Sinalizaria de uma forma muito negativa a aprovação implícita dessa forma de atuação desse setor", disse Viegas.

Segundo o produtor, uma consequência direta da união das duas empresas será o eventual fechamento da fábrica da Citrovita em Matão, no interior paulista. | Cesar Bianconi/Reuters.

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