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06/06/2007 - 07:25

Projetos brasileiros concorrem ao prêmio de até 1 milhão de euros

Professor da UFMG propõe órteses e próteses mais leves, resistentes e baratas, produzidas com nanopartículas cerâmicas.

A corrida pelo prêmio de até €1 milhão da 10ª edição do Prêmio Fundação Altran avança. No início de junho, Munique (Alemanha) sediou mais uma etapa da competição. Entre os 137 projetos da etapa anterior, já foram selecionadas as 39 melhores propostas sobre o tema “Mending the Human Body Through Technological Innovation”. Agora, há projetos de apenas seis países (Alemanha, Bélgica, Brasil, França, Itália e Suíça), incluindo três propostas de brasileiros.

A avaliação minuciosa dos projetos seguiu os critérios exigidos pela Altran, como inovação e credibilidade técnica. Satisfeito com os resultados, Patrick Dauga, presidente da Altran do Brasil, diz que as propostas brasileiras são excelentes. “Temos interesse especial em idéias para reabilitação de funcionalidades perdidas, detecção e prevenção de riscos à saúde, além da melhoria ou criação de ferramentas para estes fins”, enfatiza.

Nanopartículas cerâmicas: órteses leves, resistentes e baratas - Entre os projetos selecionados para a próxima etapa do Prêmio Fundação Altran destaca-se a pesquisa de Antonio Ferreira Ávila, engenheiro mecânico e professor adjunto da Universidade Federal de Minas Gerais. Com mestrado em Engenharia Metalúrgica e de Minas pela própria UFMG, Ávila também é doutor em Engenharia Mecânica pela Universidade de Minnesota (EUA) e fez pós-doutorado na Universidade do Arizona (EUA). Com experiência na área de Engenharia Aeroespacial com ênfase em Compositos, atualmente Ávila desenvolve pesquisas nas áreas de Bioengenharia e Materais Nanoestruturados, com projetos financiados por instituições como CNPq, Petrobras e Instituto do Milênio.

O projeto de Ávila propõe a produção, em larga escala, de um material alternativo para órteses e próteses, desenvolvido com nanopartículas cerâmicas. Com diversas aplicações ortopédicas, sua proposta é facilitar o tratamento clínico de fraturas, o desenvolvimento de palmilhas e coletes ortopédicos, além de próteses para membros inferiores, por exemplo. Testado em cerca de 30 pacientes, o novo material já tem excelente aceitação na área médica.

Entre as vantagens do material desenvolvido nas pesquisas lideradas por Ávila, destacam-se baixo custo, resistência e leveza, além da facilidade de manipulação. Ele lembra que as órteses utilizadas atualmente causam desconforto, seja no membro em recuperação ou no bolso do paciente. Isso porque as imobilizações tradicionais, feitas com órteses de gesso, são muito pesadas. No caso das modernas e leves órteses importadas – vulgarmente chamadas de “gesso” importado – o alto custo prejudica a utilização em larga escala, especialmente nos países emergentes e subdesenvolvidos.

De acordo com Ávila, a idéia é produzir um material de aparência semelhante ao utilizado nas órteses importadas. Porém, a proposta do brasileiro oferece muito mais aplicações e custa apenas um terço do valor do material importado. “Por usarmos uma quantidade muito pequena de nanopartículas, o preço deste material se mantém baixo e a fabricação é extremamente simples”, garante. “O material é leve, ocupa pouco espaço e poderá ser enviado facilmente a regiões de catástrofes, garantindo o rápido e eficaz atendimento às mais diversas regiões do mundo”, prevê.

Em relação às órteses de gesso, outra vantagem é a utilização em pacientes com queimaduras graves. Isso porque o material pode receber uma fina camada de borracha expandida que, aplicada entre a órtese e a pele, gera proteção e conforto ao enfermo. Além disso, as novas órteses podem ser retiradas com um simples estilete. “Há muitas regiões sem energia elétrica e as órteses que conhecemos, especialmente as importadas, precisam ser retiradas com uma pequena serra elétrica”, explica. “O material que desenvolvemos também permite a utilização de fechos em velcro, que simplificam ainda mais o acompanhamento clínico e a retirada do material”, completa.

Próximas etapas - No próximo dia 15 de junho serão selecionados seis projetos finalistas. O anúncio será feito pelo presidente do júri, Pierre Tambourin (CEO da Genopole®), após análise entre 15 especialistas internacionais e independentes, ligados à pesquisa científica, biologia, medicina e engenharia.

Os seis selecionados viajarão a Paris para a apresentação oral de seus projetos à comissão julgadora, no dia 7 de setembro. Com base nas apresentações, os jurados definirão o vencedor e, no fim de setembro, será realizada a cerimônia de premiação, organizada pela Fundação Altran, em Paris.

Prêmio de até € 1 milhão - Criado em 1997, com o objetivo de incentivar idéias inovadoras em busca de soluções práticas para amenizar os problemas do mundo moderno, o Prêmio Fundação Altran é realizado anualmente e oferece prêmio de até um milhão de euros, destinado integralmente ao projeto vencedor.

De acordo com Dauga, o prêmio é convertido em consultoria, incluindo todas as áreas de competência da Altran em pesquisa e inovação, desde o gerenciamento até o design e a industrialização do projeto vencedor. “A Altran é a incubadora do projeto vencedor”, completa.

Dez anos de Fundação Altran - A Fundação Altran tem premiado inovações tecnológicas que colaboram com o benefício da sociedade. Um novo tema é abordado a cada ano, abrangendo categorias variadas que envolvem as competências da Altran nas mais diversas áreas de pesquisa e inovação científica. Ao longo de 10 anos, os vencedores de cada tema distinto tiveram total apoio técnico e especializado da Altran. “Várias empresas nasceram a partir de projetos vencedores que, após um ano de consultoria Altran, decolaram em seus segmentos e mantêm sucesso até hoje”, comemora Dauga.

Fundada em 1982 na França, a Altran é líder no mercado europeu de Consultoria em Tecnologia e Inovação, destacando-se no setor como um dos maiores do mundo. A Altran emprega mais de 17 mil colaboradores e mantém operações em 20 países: Alemanha, Áustria, Bélgica, Brasil (São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília), China, Coréia, Espanha, EUA, França, Holanda, Inglaterra, Irlanda, Itália, Japão, Luxemburgo, México Portugal, Suécia, Suíça e Venezuela. Ao todo, a companhia reúne 180 subsidiárias.

Em 2006, o grupo faturou cerca de US$ 2 bilhões. Entre as empresas que compõem o grupo Altran, destacam-se Arthur D.Little, Cambridge Consultants, Hilson Moran, Control Solutions, Media Aerospace, Pr(i)me, DCE Consultants, Praxis, Synetics, SEGIME.

A empresa está presente no Brasil desde 1999, com escritórios em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, sob o comando de Patrick Dauga, executivo francês com mais de 20 anos de experiência na América Latina, Ásia, Europa e EUA. A Altran do Brasil atua em quatro áreas: consultoria em Inovação e Engenharia (Altran Technologies e Altran TCBR); Consultoria em TI (Altran CIS), Conselho Estratégico (Arthur D.Little) e Comunicação (TDA Comunicação).

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