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18/05/2010 - 09:58

10 questões sobre infertilidade e fertilização feminina


Problema de ovulação, síndrome do ovário policístico e endometriose são alguns dos fatores que contribuem para a infertilidade feminina. Com a fantástica evolução da medicina esse problema deixou de ser um fantasma para muitas mulheres, que hoje contam com tratamentos que podem reverter o quadro.

Para falar sobre o assunto, entrevistamos a ginecologista Dra. Rosa Maria Neme (CRM-SP 87844), graduada em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, com residência médica e doutorado em Medicina na área de Ginecologia pela Universidade de São Paulo e Diretora do Centro de Endometriose São Paulo.

1. Quais as principais causas da infertilidade feminina? . As principais causas de infertilidade feminina são endometriose, ovários policísticos, causas tubárias ou problemas na ovulação.

2. Tomar anticoncepcional por muito tempo pode deixar a mulher infértil? . O anticoncepcional quando suspenso, pode atrasar o retorno da ovulação em, no máximo, seis meses. Portanto, o uso de anticoncepcional por muito tempo não deixa a mulher infértil.

3. Há como reverter a infertilidade antes de se decidir pelo uso de técnicas de fertilização? . Tudo dependerá da causa da infertilidade. No caso da endometriose, em alguns casos, o tratamento cirúrgico pode reverter a infertilidade, assim como algumas alterações das tubas uterinas. No caso do ovário policístico e na ovulação, alguns medicamentos podem ser úteis para corrigir essas alterações.

4. Qual o conceito da fertilização? . O conceito correto é de reprodução assistida. Essa especialidade ajuda os casais a engravidarem por meio da manipulação extra-corpórea do sêmen - no caso da inseminação intra-uterina - e do óvulo e espermatozóide, no caso da fertilização in vitro.

5. Hoje, quais as técnicas existentes em fertilização humana? . Há o coito programado (onde há estimulo da ovulação e programação da relação sexual no dia do pico da ovulação), a inseminação artificial e a fertilização in vitro.

6. Qual a diferença entre fertilização in vivo e in vitro? E qual o procedimento de cada método? . A fertilização in vivo é mais conhecida como inseminação artificial. A mesma ocorre da seguinte maneira: realiza-se uma indução da ovulação na mulher e na época em que ela ocorrer, prepara-se o sêmen do parceiro que é introduzido dentro da cavidade uterina da mulher.

Já na fertilização in vitro, o médico captura um óvulo e coloca milhares de espermatozóides ao seu redor. O mais capacitado o fecundará. O embrião fica por dois a três dias no laboratório, em um ambiente que imita o corpo da mulher (controle da temperatura, umidade, gás carbônico e partículas no ar). Após esse período, é transferido para o útero materno e pode ocorrer ou não a chamada implantação – fenômeno em que o embrião se prende ao útero. Sem a implantação, não ocorre a gravidez. Na técnica ICSI (injeção intra-citoplasmática de espermatozóide), o médico seleciona o espermatozóide e o injeta no óvulo. Nesse procedimento, o embrião também é transferido para o útero dois a três dias depois, podendo haver ou não a implantação. Esse método é recomendado para homens que possuem baixíssimas taxas de espermatozóides no sêmen ejaculado.

7. Em quais casos cada técnica é indicada? . A indução de ovulação pode ser indicada para mulheres que apresentem distúrbios de ovulação (sem comprometimento da função das tubas uterinas), fazendo com que haja uma melhora do processo ovulatório e uma gestação de forma natural.

A inseminação intra-uterina é indicada para casais onde o parceiro apresenta algum distúrbio discreto de mobilidade ou quantidade dos espermatozóides, já que há uma melhora da qualidade do sêmen que é preparado no laboratório e é injetado diretamente dentro do útero.

Já a fertilização in vitro é indicada para mulheres que tem alteração da função das trompas, com sêmen do parceiro normal ou não. A técnica de ICSI é indicada em casos onde há ou não alteração da função das trompas, ou com sêmen com menos de 1 milhão de espermatozóides na concentração (o normal é acima de 20 milhões).

8. Quais as chances de sucesso em cada método de fertilização? . Tudo dependerá da idade da paciente, função do ovário (mulheres que fizeram várias cirurgias nos ovários, o resultado tende a ser pior), integridade do útero (onde ocorre a implantação). Em média, para uma mulher com 35 anos de idade, a chance de engravidar pela inseminação artificial é cerca de 18% e para a fertilização é cerca de 40% (em boas clínicas).

9. Existe algum risco para a mulher nesses procedimentos? . O risco é muito pequeno desde que seja realizado em centros especializados. Pode haver um risco de gestação nas trompas (o embrião se implanta no local errado), risco de sangramento durante o procedimento de punção dos ovários para coleta dos óvulos na fertilização in vitro, risco de hiperestímulo da ovulação causando situações de instabilidade circulatória para a mulher (quando a dose de hormônio administrada pelo médico é muito alta e o ovário produz muitos óvulos e, consequentemente, a taxa de hormônio produzido no corpo é muito grande causando alterações vasculares no corpo da mulher).

10. A fertilização artificial sempre resulta em nascimento de múltiplos? . A taxa de gestações únicas é sempre maior que a de múltiplos. Tudo também dependerá do número de embriões que são transferidos para dentro do útero. Atualmente, recomendamos a transferência de dois a três embriões, a fim de evitar gestações múltiplas que aumentam o risco de prematuridade e complicações na gravidez.

Perfil da Dra. Rosa Maria Neme (CRM-SP 87844) - A Dra. Rosa Maria Neme é graduada em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (1996) e doutorado em Medicina na área de Ginecologia pela Universidade de São Paulo (2004). Realizou residência-médica também na Universidade de São Paulo (2000). Além de dirigir o Centro de Endometriose São Paulo, ela integra a equipe médica do Hospital Israelita Albert Einstein, Samaritano, São Luiz e Sírio Libanês.

O Centro de Endometriose São Paulo conta com serviços voltados à assistência global da saúde da mulher e valorização da beleza feminina. A iniciativa deste projeto pioneiro é da Dra. Rosa Maria Neme, que possui diversos trabalhos publicados sobre a endometriose e larga experiência no tratamento desta doença. Ela lidera uma equipe clínica formada por médicos e profissionais nas áreas de ginecologia, radiologia, cirurgia do aparelho digestivo, urologia, clínica geral, anestesia especializada no tratamento de dor, dermatologia, fisioterapia, nutrição e psicologia.| Equipe Prestigerp

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