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18/05/2010 - 11:00

Brasil está pronto para evitar contágio europeu, diz Meirelles


Nova York - O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse no dia 17 de maio (segunda-feira), que o BC está pronto para implementar os mesmos tipos de medidas utilizados após o colapso do Lehman Brothers, em 2008, para proteger a economia do contágio da crise de dívida europeia.

Falando a jornalistas em Nova York, Meirelles afirmou que as autoridades brasileiras estão "olhando com cuidado" quaisquer sinais que possam indicar que a crise de dívida na zona do euro está piorando.

"Esta é uma semana muito importante em que os mercados estão avaliando a situação na Europa", disse ele, após tocar o sino que marca a abertura das operações na New York Stock Exchange.

"O Brasil está bem preparado para o caso de a situação na Europa ficar pior", acrescentou, citando que as reservas internacionais do país estão em nível recorde de cerca de 250 bilhões de dólares e que os depósitos compulsórios foram elevados para patamares pré-Lehman.

Isso permitiria ao BC prover liquidez ao mercado se, num pior cenário improvável, os canais internacionais de crédito forem novamente congelados, afirmou Meirelles.

"Estamos hoje melhor preparados em comparação à crise pós-Lehman porque temos todos os instrumentos disponíveis, e acho que a economia brasileira está ainda mais forte hoje", afirmou Meirelles.

Em 2008, o Banco Central agiu rapidamente, reduzindo os depósitos compulsórios e emprestando dólares das reservas internacionais para oferecer liquidez a empresas e bancos atingidos pelo colapso dos mercados internacionais de crédito.

A economia brasileira tem cada vez mais diminuído sua dependência das exportações na medida em que o consumo doméstico tem sido impulsionado pelos estímulos econômicos desde a quebra do Lehman.

Economistas consultados pelo BC esperam, de acordo com a mediana das projeções da pesquisa Focus, que a economia cresça 6,3 por cento neste ano. Alguns bancos preveem uma expansão do Produto Interno Bruto (PIB) acima de 7 por cento.

Meirelles disse que, mesmo que alguns investidores estejam preocupados com o impacto da crise europeia sobre o Brasil, "é interessante notar" que a maioria das previsões para o crescimento do PIB do país neste ano não leva essas preocupações em consideração.

"Este é um bom sinal para a resiliência da economia brasileira."

Crescimento sustentável - Falando em outro evento à tarde, Meirelles alertou que o principal desafio da economia brasileira nos próximos anos é crescer de forma sustentável.

Ele afirmou ainda que isso vai exigir um compromisso do próximo governo, que toma posse em 2011, de trazer a inflação de volta à meta e manter a redução da relação dívida/PIB.

"O que é realmente importante é que o próximo governo mantenha o formato atual das políticas macroeconômicas", disse ele a investidores em uma teleconferência organizada pela Ernst & Young, em Nova York.

A estimativa é de que a inflação alcance 5,5 por cento em 2010, acima do centro da meta, de 4,5 por cento, definida pelo governo para este ano.

Boa parte dessa inflação tem sido provocada pelo crescimento do consumo doméstico. Meirelles disse que o BC está confortável com a recente expansão do crédito no país.

O nível de crédito no Brasil "ainda é baixo para os padrões internacionais", afirmou o presidente do BC. "Vinte e cinco por cento do PIB é menos da metade que em outras economias emergentes. Temos muito espaço para crescer."

Meirelles também afirmou que o Banco Central está "examinando e monitorando muito de perto a qualidade do crédito" no Brasil, que, para ele, é elevada.| Walter Brandimarte/Reuters.

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