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18/05/2010 - 12:18

Jacareí e o Dia Internacional de Museus

O Comitê Internacional de Museus (ICOM) instituiu o 18 de maio como o Dia Internacional de Museus, com o objetivo de sensibilizar o público para a importância dos museus na sociedade. Em todo o mundo, profissionais da cultura aproveitam a data para dar maior visibilidade aos museus e estimular a sociedade a se apropriar cada vez mais desses espaços de produção do conhecimento. Especialmente nesta semana, em que fomos tristemente surpreendidos por um incêndio no Instituto Butantã, na capital paulista, que destruiu aproximadamente 85 mil exemplares de cobras, a maior coleção do mundo de animais da região tropical, e cerca de 450 mil espécimes de aracnídeos.

Entendendo a ocasião como uma oportunidade de refletirmos sobre o nosso Museu de Antropologia do Vale do Paraíba (MAV), em Jacareí, decidimos fazer um balanço das atividades recentes. Esperamos, com isso, subsidiar um saudável e construtivo debate sobre a sua importância para a cultura regional.

Em março de 2009, o MAV reabriu suas portas para implementar a política cultural da nova administração municipal, cuja palavra de ordem era “cultura para todos”. O museu é um instrumento privilegiado por ser um espaço cultural apreciado por todos os segmentos sociais de Jacareí.

A primeira novidade foi ampliar o horário de funcionamento do MAV, que antes fechava para o almoço e aos finais de semana. Depois vieram as séries de exposições que contemplam as mais variadas formas de expressão: fotografia, instalações, esculturas e pinturas. O público, cada vez mais receptivo, aprovou: a cada exposição, cresce o número de visitantes.

A primeira, “Eu peito”, da fotógrafa Edna Médici, foi vista por 2.879 pessoas em menos de dois meses. Na segunda, “Essas Mulheres”, o número de visitantes subiu para 4.716. Nos meses seguintes vieram a exposição internacional MundoMAV, “Primitivistas do Vale do Paraíba”, “Desenhos das Crianças do Brasil e do Mundo”, “Arte Além da Vida”, “Cultura Negra” e “Presépios”, vistas por mais de oito mil pessoas.

O resumo do ano de 2009 apresenta números expressivos: foram 23.428 visitantes, com média de 117,83 visitantes por dia. O destaque foi a exposição “Egito Antigo - mitos e símbolos”, vista por 18.142 pessoas.

Entretanto, nem só de exposições vive o nosso Museu. Somam-se alguns momentos marcantes, com eventos que procuram valorizar nossa cultura regional e proporcionar maior conhecimento sobre as diversas influências que contribuem para a nossa identidade jacareiense e valeparaibana.

Os apreciadores da música clássica e da literatura deliciaram-se com os saraus, recitais, poesias e performances teatrais. O Festival de Cultura Negra Professor José Simplício, na Semana da Consciência Negra, proporcionou debates e palestras sobre a formação da identidade do povo brasileiro. Já o concerto “Especial de Natal”, com o tenor Paulo Esper e a cantora Cecília Militão, reuniu centenas de pessoas na rua XV de Novembro.

A “Feira do Bolinho Caipira”, em julho, chamou a atenção para esse saboroso elemento da nossa cultura imaterial, que desejamos tornar oficialmente “patrimônio cultural de Jacareí”. Durante as três noites da Feira, no pátio externo do MAV, foram vendidos mais de 20 mil bolinhos.

Vale destacar também o programa “Uma Noite no Museu” - que tem o objetivo de resgatar e valorizar os “causos” e lendas da região –, com excelente aceitação popular. O programa já contou com Ludmila Saharovsky partilhando “Histórias fantásticas de Jacareí”; Gutho Pelogia contando “Histórias de lobisomens”; Izildinha Costa e Miguel Ramos com suas “Histórias de fantasmas infantis” e João Gonçalves Tarumirim recebendo o público na casa do “Coronel Gomes Leitão”.

Logo no início deste ano, a comemoração do Dia Municipal da Folia de Reis, no pátio externo do Museu, foi um sucesso. Cerca de mil pessoas passaram pelo local, saboreando nossa cultura popular, regada a café com biscoitos. A diversidade de expressões trouxe, pela primeira vez, o Baile de Máscaras, com 200 foliões curtindo o charmoso Bal Masquée e participando de um disputado concurso de máscaras. A elegância das grandes festas de antigamente estava de volta ao velho Solar, revivendo os saraus da época de ouro da economia cafeeira.

Enfim, a programação cultural do MAV tem sido intensa e variada, atendendo à determinação de promover cultura para todos – e provando que nosso museu já se tornou referência. Neste Dia Internacional dos Museus, é gratificante constatarmos a receptividade da população. Pensar o MAV como instrumento de ação cultural e fortalecimento de nossa identidade e vermos o povo se apropriando do espaço é a concretização de uma política que valoriza a cultura como direito de todos.

. Por: Alberto Capucci Filho, Diretor de Patrimônio do Museu de Antropologia do Vale do Paraíba, em Jacareí (SP)

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