A importância do ensino profissionalizante

É notória, aos olhos de todo o mundo, a evolução conquistada pelo Brasil ao longo dos últimos anos. O país mostra estar em um processo acelerado de desenvolvimento, atraindo cada vez mais investidores de inúmeros países. Esse cenário econômico, porém, não esconde uma enorme preocupação nacional: a dificuldade de ingresso no mercado de trabalho que nossos jovens enfrentam ao concluir o ensino médio ou mesmo um curso superior.

Para que essa dificuldade enfrentada arduamente por tantos brasileiros também possa ser superada, um dos caminhos essenciais passa pelo investimento pesado na qualidade da educação. Ela é instrumento fundamental para a construção de cidadãos em bases sólidas, com potencial de empreender, transpor dificuldades e contribuir ativamente para a continuidade do desenvolvimento do país. É nesse contexto que ganha destaque o ensino profissionalizante. É excelente alternativa ao ensino superior tradicional, que tem ganhado jovens em busca de conhecimento e maior esperança para conquistar a sua oportunidade de emprego ou de empreendedorismo.

No Brasil, entidades altamente qualificadas oferecem cursos que servem como porta de entrada para uma concorrida vaga no mercado de trabalho ou até mesmo para o sonhado negócio próprio. As organizações que formam o Sistema “S” – subordinadas às várias Confederações Nacionais da Indústria, da Agricultura, do Comércio e Serviço – estão entre as principais opções. O SENAC oferece educação profissional para trabalhadores do setor de comércio e serviços; o SENAR qualifica trabalhadores rurais; o SENAI é responsável pela educação profissional e a prestação de serviços de assistência técnica e tecnológica às empresas; e o SEBRAE realiza programas de aprendizado e apoio ao desenvolvimento do empreendedorismo.

A essas renomadas entidades junta-se o Centro Paula Souza, responsável por administrar, no estado de São Paulo, mais de 180 Escolas Técnicas (Etecs) e quase 50 Faculdades de Tecnologia (Fatecs), instituições de ensino técnico para os setores industrial, agropecuário, de serviços e cursos de graduação ligados a áreas tecnológicas.

Essas excelentes opções de ensino profissionalizante vêm ganhando destaque, contrastando com o cenário do ensino superior convencional. Enquanto as universidades – que se multiplicam em uma velocidade muitas vezes não acompanhada pela qualidade devida – jogam todo ano centenas de jovens nem sempre bem preparados no mercado de trabalho, as Etecs, Fatecs e entidades do Sistema “S” realizam um trabalho de alto nível e muito bem direcionado, permitindo que seus alunos adquiram vasto conhecimento em suas específicas áreas de atuação, qualificando-os verdadeiramente para o universo profissional.

O país vive um excelente momento, de acelerado desenvolvimento. A expectativa é de um crescimento de 6% no PIB neste ano. Esse avanço certamente trará – como já está trazendo - progressos em todos os setores da economia, criando boas oportunidades de emprego. Na corrida para ocupar tais espaços, obviamente, os mais preparados levam vantagem. Os jovens, cada vez mais cedo se atentam a tal qualificação. E muitos encontram no ensino profissionalizante, a melhor preparação.

. Por: Milton Dallari, conselheiro da Associação dos Aposentados da Fundação Cesp.