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26/05/2010 - 07:59

Violência na infância, marcas por toda a vida...

4 de junho é o dia Mundial das crianças vitimas de agressão.

Muitas pessoas se perguntam, a todo o momento, o que leva um adulto a maltratar, violentar e torturar uma criança? São inúmeros os casos de pais e familiares que cometem estes maus tratos, babás que espancam bebês e conhecidos que violentam sexualmente meninas e meninos.

O último caso de maus tratos contra criança ganhou notoriedade na mídia nacional e chocou o país ao envolver a Procuradora de Justiça aposentada, Vera Lúcia Sant’ana, e uma criança de dois anos. Ela é acusada de agredir violentamente uma criança e foi denunciada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro pelo crime de tortura qualificada.

Segundo a médica e psicanalista, Soraya Hissa de Carvalho, este caso é uma exceção entre os casos de maus tratos contra crianças cometidos dentro de casa. São milhares de crianças que sofrem algum tipo de violência, todos os dias, mas ficam encobertos. “Agressões graves chegam aos hospitais camufladas na forma de acidentes domésticos, quedas ou versões fantasiosas criadas pelos próprios pais para ocultar surras e maus tratos contra os filhos”, alerta.

A médica explica que violência é todo comportamento que causa dano a outro ser vivo, seja fisicamente, psicologicamente ou moralmente. Contra a criança a violência pode ser física; psicológica; sexual e a negligência – que consiste na omissão dos pais ou responsáveis quando deixam de prover as necessidades básicas para o desenvolvimento físico, emocional e social da criança e do adolescente.

O Centro de Referência, Estudos e Ações sobre Crianças e Adolescentes (CECRIA), gestor do serviço Disque 100, que recebe informações sobre violência contra crianças e adolescentes em todo o Brasil, divulgou estatísticas sobre os casos no Brasil. Segundo as informações, em todo o país, entre janeiro e abril deste ano, o serviço atendeu 8.799 casos de violência contra crianças e adolescentes.

Desde 2003, quando começou a atuar, o Disque 100 encaminhou 123 mil denúncias. Violência física e psicológica contra menores corresponde a 34% do total de atendimentos – mesma proporção de denúncias de negligência. Os casos de violência sexual compõem os 32% de registros restantes

É bom lembrar que estes números são de violências denunciadas à Central. Os números reais são bem maiores, mas muitas pessoas não denunciam os crimes, muitas vezes por medo de serem identificadas. Exatamente para chamar a atenção da população e que o dia 4 de junho é considerado o “Dia Mundial das Crianças Vítimas de Agressão”.

Conseqüências que acompanham - A psicanalista alerta que as conseqüências da violência na infância acompanham o indivíduo por toda a sua vida se não houver um acompanhamento médico adequado. “As marcas deixadas no corpo podem até ser curadas rapidamente, mas as psicológicas podem deixar seqüelas para toda a vida”, afirma Soraya.

De acordo com médica, a maioria das crianças vítimas de algum tipo de violência preenche os critérios de diagnóstico de desordens mentais e estresse pós-traumáticos, apresentando reduzido envolvimento com o mundo externo, re-vivência do trauma, hiperatividade, hiper agressividade e distúrbios de sono. Nos quadros agudos, manifestam sentimentos de infelicidade e pânico, regressões a fases anteriores de desenvolvimento do ego, comportamento autodestrutivo e depressivo.

Alguns estudos afirmam que há a possibilidade de indivíduos vítimas de violência na infância se tornar um adulto propenso a cometer as mesmas crueldades sofridas por ele. “Não há desculpas e justificativas para quem agride uma criança. Estudos mostram que muitos que foram vitimas de violência quando crianças tendem a repetir o modelo aprendido e cometem, na fase adulta, crimes contra crianças”, completa a psicanalista.

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