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26/05/2010 - 10:11

Privacidade monitorada ou segurança em risco


No Brasil, o monitoramento eletrônico de presos com pena passou a ser considerada uma alternativa tecnologicamente viável devido a diversos fatores. Superlotação prisional, custos elevados e crescentes da manutenção de presos, reincidência criminal de detentos cumprindo penas em regimes aberto e semiaberto e a pequena ou quase nula oportunidade de reintegração social oferecida nos presídios.

Não se pode deixar de reconhecer que não há nada mais agressivo à dignidade humana do que a prisão, especialmente em razão das precárias condições carcerárias em nosso país. Por estes motivos, o monitoramento eletrônico de presos é usado, atualmente, em diversos países como Canadá, Espanha e Nova Zelândia. Só nos Estados Unidos, cerca de 250 mil presos são monitorados por meio de uma tecnologia similar.

Se hoje o custo de um preso no Brasil gira em torno de 1,5 mil reais por mês para o Estado, seu monitoramento, além de tudo, reduziria este gasto significativamente, pois não seria preciso gastar com a sua manutenção nas cadeias. O sistema usa uma tornozeleira que é presa ao corpo da pessoa que está sendo vigiada, emitindo informações por meio de redes de celular e, destas, para uma Central de Gerenciamento. Com isso, um oficial de justiça pode acessar todo o trajeto feito pelo preso nas últimas horas e, todo este sistema, não sairia por mais de 600 reais por mês por preso. Uma alternativa, sem dúvida, vantajosa tanto para o preso – que teria a oportunidade de se recuperar e reconquistar seu espaço na sociedade – quanto para a própria sociedade, que teria mais segurança com este sistema de vigia 24 horas por dia, sete dias por semana.

Entretanto, se a polêmica sobre o monitoramento de presos encontra, ainda que não em sua plenitude, o apoio das autoridades e uma mais fácil aceitação da sociedade, quando se fala do rastreamento de pessoas comuns, as opiniões são mais adversas. Embora este mercado venha apresentando, dia após dia, um crescimento cada vez maior, muitos ainda se perguntam: vale a pena abrir mão da privacidade em troca de segurança?

Não teria dúvida mais justa, afinal, não é de hoje que segurança e privacidade não caminham juntas. É preciso, muitas vezes, abrir mão de uma para se beneficiar da outra. Contratar um segurança particular, por exemplo, é ter sua rotina vigiada nos mínimos detalhes por outra pessoa, em contrapartida, se consegue ter a garantia de uma segurança mais eficiente. Mais: submeter-se a um “raio-x” por modernos equipamentos nos aeroportos pode, à primeira vista, parecer invasão de privacidade quando, na verdade, nada mais é do que uma ferramenta para a própria segurança do passageiro.

No caso do monitoramento de pessoas comuns em suas rotinas diárias, o conceito de falta de privacidade é ainda mais sutil. Hoje, as próprias pessoas que estão sendo rastreadas têm a total consciência disso e só autorizam quem lhes for de interesse que as monitore mediante acesso com senha personalizada. Mesmo que o sistema indique, minuto a minuto, o local onde a pessoa está e o percurso percorrido por ela, trata-se de uma escolha própria de ser ou não monitorado. Hoje, se a velocidade das informações está cada vez maior, por que não aproveitá-la a nosso favor?

Que pais não gostariam de ter conhecimento que seus filhos - quando criança e ainda sem a noção do perigo – estão indo para a escola ou voltando para a casa pelo caminho certo ou mesmo sendo transportados em veículos escolares em uma velocidade segura? Falta de segurança mata e, por mais que viver sem privacidade não seja a melhor das opções, é o melhor que temos a fazer para evitarmos prejuízos maiores e irreversíveis.

. Por: Sílvio Torres, presidente da Link Monitoramento, empresa curitibana especializada em rastreamento de pessoas, veículos e objetos e com 26 franquias pelo país.

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