A hora da verdade

Que as marcas de carros orientais vão muito bem no ocidente e em especial no mercado brasileiro, isso ninguém discute. Os japoneses (Toyota, Honda e Mitsubishi) mantendo o estilo recatado, foram os primeiros a chegar por aqui. Estudaram o mercado, se adaptaram e, depois de muitos anos, consolidaram as suas marcas sob a égide da qualidade.

Os coreanos, com postura um pouco mais ousada, chegaram depois. No início, poucos acreditavam que poderiam ter sucesso. Alguns anos mais tarde foi a vez da Kia oferecer veículos de qualidade e crescer. No entanto, a Hyundai é que parece ter mesmo conquistado o mercado brasileiro. Os carros são muito bons e o marketing tá dando o que falar. Esteja onde estiver no Brasil, é difícil abrir um jornal ou revista e não ver a Hyundai estampada nas primeiras páginas, alardeando liderança em algum quesito.

Recentemente, foi à vez dos chineses mostrarem as suas garras. A Chery chegou timidamente e, após a tentativa frustrada de se fazer representar por uma empresa argentina, recuou e buscou parceiro local. Uma medida no mínimo inteligente para uma empresa do porte da Chery.

Sem fazer muito barulho, ela começou, recentemente, vendendo o Tiggo. Há poucas unidades rodando em nossas ruas e a marca ainda é desconhecida por aqui. Mas, os esforços para crescer estão apenas começando.

O segundo lançamento da Chery no Brasil ocorrerá esta semana e chamará Cielo. Na China ele é conhecido como A3. O carro chegará nas versões sedã e hatch, equipados com motor 1.6 16v de 119cv de potência e câmbio manual. A exemplo do esportivo Tiggo, o Cielo virá de série com airbag duplo, sistema de freios ABS e ar-condicionado. O carro será vendido por R$41,9 mil.

O Cielo levará vantagem no quesito espaço, já que tem 4,28 de cumprimento, 1,79m de largura e 1,46 de altura. O preço também é atrativo já que alguns concorrentes menores e com menos equipamentos são oferecidos na mesma faixa.

Até o momento, as marcas orientais, ao contrário das montadoras aqui estabelecidas em que predominam a venda dos chamados “populares”, priorizaram modelos mais sofisticados. Haverá mercado para todos neste segmento? Conseguirá a Chery reverter à imagem, que o brasileiro tem, de qualidade duvidosa dos produtos chineses?

Creio que sim, desde é claro, que os carros superem as expectativas dos consumidores e que os chineses não esqueçam o que eles mesmos ensinam: “Há três coisas na vida que nunca voltam atrás: a flecha lançada, a palavra pronunciada e a oportunidade perdida”.

. Por: Evaldo Costa, Diretor do Instituto das Concessionárias do Brasil, Escritor, consultor, conferencista e professor. Autor dos livros: “Alavancando resultados através da gestão da qualidade”, “Como Garantir Três Vendas Extras Por Dia” e co-autor do livro “Gigantes das Vendas”. Site: www.evaldocosta.com | Blog: http://evaldocosta.blogspot.com | E-mail: [email protected]