Programas de benefícios flexíveis começam a decolar no Brasil

Benefícios flexíveis não são novidade nos Estados Unidos, onde são oferecidos pelas empresas há mais de 30 anos. No Brasil, contudo, somente 12% das empresas já os oferecem, enquanto isso, a maioria das empresas considera a sua implantação, o que reflete a maturidade do mercado brasileiro para a adoção de pacotes flexíveis que atendam à diversidade e aos diferentes estilos de vida dos colaboradores.

A razão é simples: os programas tradicionais de benefícios atendem, em média, às necessidades de 20% a 30% da população. E os demais 80% a 70%, como ficam? Na era da diversidade, em que padrões são contestados e revistos, as empresas precisam abrir espaço para múltiplos perfis profissionais. E, embora muitas empresas tenham percebido as implicações da diversidade na força de trabalho, e muitas outras estejam rapidamente tomando ciência dessa realidade, até agora um número muito reduzido de empresas entendeu as implicações profundas da diversidade no seu negócio.

Os pacotes tradicionais são caros e, apesar disso, nem sempre preenchem as expectativas dos colaboradores. A verdade é que, nesses casos, o RH sabe claramente o custo do programa mas desconhece o valor que é percebido por cada um dos colaboradores. Esse foi um dos principais objetivos que levou as empresas a optarem pela implantação de programas de benefícios flexíveis.

Mas o que em que consistem, exatamente, estes programas? No programa de benefícios flexíveis a empresa concede uma pontuação a cada colaborador - equivalente ao pacote de benefícios que ele possui atualmente - para a compra dos benefícios. Essa pontuação pode ser fixa ou baseada no salário, cargo ou número de dependentes elegíveis aos benefícios da empresa. Os colaboradores, por sua vez, podem optar pelo nível de cada benefício, por sua participação ou não, por incluir ou não os dependentes no programa ou até por incluir ou não alguns benefícios adicionais em seu pacote.

Todas as vantagens dessa ferramenta ainda são, no entanto, desconhecidas por grande parte das empresas. Muitas tem pesquisado informações e estudam a possibilidade de implantação mas como o processo exige mudanças na administração dos benefícios, além de esforços adicionais da área de RH na comunicação do programa, esta opção foi adiada durante a crise econômica.

O que vemos atualmente é que com os avanços da legislação trabalhista e a definição clara dos benefícios legalmente reconhecidos, as questões legais envolvidas na implantação de um Programa de Benefícios Flexíveis não diferem significativamente daquelas existentes na implantação de programas tradicionais.

Quando analisadas as vantagens que os programas flexíveis geram tanto para as empresas quanto para os colaboradores, a flexibilidade será necessária para que as empresas tenham pacotes de benefícios competitivos e, com isso, consigam atrair e reter os talentos necessários para atingir as audaciosas metas de crescimento neste período de recuperação econômica.

É evidente que, com o tempo, a balança penderá por programas mais próximos das expectativas dos colaboradores, até que estes sejam efetivamente a maioria no mercado. A diversidade, a competição empresarial, e a luta pela retenção de talentos exigirá, cada vez mais, esta flexibilidade.

. Por: Andréa Campos e Ronn Gabay , líderes da Prática de Consultoria de Benefícios da Hewitt Associates Brasil. | Perfil: Hewitt Associates – A Hewitt Associates – uma empresa global de consultoria de Recursos Humanos – ajuda organizações no mundo todo a antecipar e solucionar os mais complexos desafios da gestão de talentos, benefícios e remuneração. "Quando reunimos nossa expertise e experiência no mercado de RH somos inigualáveis na capacidade de criar valor e impulsionar os resultados de nossos clientes. "Com histórias de sucesso desde 1940, a Hewitt comemora em 2010 o seu 70º aniversário com escritórios em 33 países e aproximadamente 23.000 associados. [www.hewitt.com.br]