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12/06/2007 - 08:17

Queda da Selic força mudanças nas cooperativas de crédito

Oferta de novos serviços e incorporações deve mexer com o setor.

A gradativa queda da taxa Selic está impactando o negócio das cooperativas de crédito, hoje responsáveis por 2,2% da movimentação financeira do país. A expectativa é que, na próxima reunião, em junho, o Copom (Comitê de Política Monetária) corte o juro básico em mais 0,5 ponto percentual, para 12% ao ano. “Temos orientado nossas filiadas a aumentarem a oferta de serviços para compensar a redução do spread e a conseqüente diminuição dos ganhos das cooperativas”, afirma o presidente do Sicoob Central Cecresp, Manoel Messias da Silva. A entidade representa 197 cooperativas de crédito que atendem funcionários de empresas, empresários, público em geral, servidores públicos e profissionais liberais de diversas categorias, como médicos e contadores.

A estratégia de oferecer mais serviços foi adotada pelos bancos há décadas e hoje mais de 50% de suas receitas vêm das taxas da prestação de serviços. Desde 2002, o Banco Central vem ampliando as oportunidades para as cooperativas crescerem e explorarem mais suas potencialidades. Com a Resolução 3.106/03, e mais recentemente com a 3.442/07, o CMN (Conselho Monetário Nacional) permitiu às cooperativas abrir postos de atendimento, receber pagamentos de contas, oferecer talão de cheques, cartão de débito/crédito e seguros, firmar convênios com o comércio local, além de atuar como correspondentes bancários e poder atender à população em geral, desde que respeitado o limite de 2 milhões de habitantes no seu raio de ação.

“No futuro, os empréstimos a juros mais baixos, que já foram o carro-chefe e o grande diferencial das cooperativas, deverão ser apenas mais um serviço à disposição dos cooperados”, afirma Messias.

Outra alternativa recomendada pelo Banco Central para as cooperativas manterem a competitividade é apostar em incorporações e em transformações – quando uma cooperativa amplia seu público-alvo. “Unir duas estruturas que atuam numa mesma região é uma maneira de fortalecer a cooperativa, aumentar os serviços oferecidos e ganhar mais escala. Da mesma forma, uma cooperativa que já atua na zona rural pode entrar num processo de transformação e ampliar a captação de associados na cidade”, completa Messias. Em São Paulo, duas cooperativas já partiram para a incorporação. A redução dos custos com burocracia, aluguel de escritório e trabalho contábil foram os principais benefícios do processo.

“As cooperativas precisam aceitar a tendência e pensar nas incorporações como uma estratégia para vencer a concorrência das instituições financeiras. Sem a união, dificilmente as pequenas irão sobreviver no mercado”, conclui Messias.

Segundo dados do Banco Central, na área de transformações 103 cooperativas já tinham seu projeto aprovado e outras 48 estavam em análise em dezembro passado.

Para ajudar as cooperativas a terem capital para implantar as mudanças necessárias, este ano o Sicoob Central Cecresp revisou sua política de crédito para as filiadas com novas linhas de financiamento. Com prazo de até 36 meses para quitação, as novas opções oferecidas podem ser usadas pelas cooperativas para investimentos em infra-estrutura, reformas, oferta de novos serviços, divulgação, capacitação técnica e gerencial dos funcionários e dirigentes, além de capital para empréstimos aos cooperados.

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