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08/06/2010 - 10:47

Crise intensificou interesse por investimentos de Fundos de Riqueza Soberana no Brasil, mas preocupações sobre sua influência política persistem


Estudo global realizado pela Hill & Knowlton e Penn Schoen Berland também revela que a reputação de um país é importante para a imagem do seu Fundo Soberano.

São Paulo, Brasil- A crise econômica estimulou o interesse por investimentos de Fundos de Riqueza Soberana (FRS) no Brasil, mas preocupações com questões de transparência podem vir a dificultar as estratégias desses órgãos, segundo o resultado do "Soberan Brands Survey 2010", o mais amplo estudo já realizado sobre o comportamento das elites globais em relação ao conceito de riqueza soberana, aos Fundos Soberanos e a reputação dos países que atuam no mercado por meio de seus FRS.

No Brasil, 80% dos entrevistados se mostraram favoráveis a investimentos por meio de FRS, após a desaceleração da economia mundial, seguido de perto pela China (78%) e Índia (63%). Por outro lado, um número bem menor de pesquisados demonstrou interesse em países desenvolvidos como Reino Unido (39%), Estados Unidos (29%) e Alemanha(28%).

No estudo conduzido pela Hill & Knowlton e Penn Schoen Berland, duas das maiores consultorias de comunicação e pesquisa estratégicas do mundo, foram entrevistados 1050 formadores de opinião de sete mercados que avaliaram 19 países-chave e seus fundos soberanos.

Entre os principais achados do estudo, podemos citar: Incertezas quanto à influência política que poderia ser exercida através dos investimentos de FRS.

Preocupações sobre questões envolvendo transparência podem contribuir a desconfiança de que os investimentos de FRS poderiam ser utilizados para exercer influência política e adquirir ativos estratégicos. Apesar da introdução dos Princípios de Santiago, voluntários pelo FMI em setembro de 2008, a sua fraca adoção pela indústria pode estar dissuadindo as elites entrevistadas de levarem essa classe de ativos em consideração.

.Os Fundos de Riqueza Soberana da Rússia (87%), China (84%) e Líbia (74%) foram considerados como os mais passíveis de serem movidos por objetivos políticos; os fundos de Botswana (55%), Cingapura (50%) e Noruega (43%) foram considerados os menos passíveis de serem movidos por esses objetivos.

Todos os países se mostraram contra o investimento de fundos soberanos em seus setores de defesa (45% de aprovação geral). Essa visão foi mais fortemente compartilhada pelas elites do Reino Unido e da Alemanha, onde o índice de aprovação foi de 30% e 21%, respectivamente. Alguns dos países pesquisados se mostraram mais entusiasmados quanto aos investimentos de Fundos Soberanos em seus setores financeiros - destacando-se o Brasil (84%), Índia (73%), China (78%) e Egito (95%). De forma geral, a recepção foi muito maior para investimentos nos setores de tecnologia (86%), construção (81%) e energia (79%).

A reputação de um país determina a imagem do seu Fundo de Riqueza Soberana - A reputação de um país tem relação direta com a forma como o seu FRS é visto, tanto que ela afeta a imagem de todos os aspectos do fundo, incluindo governança, relatórios financeiros e de desempenho, e se o FRS investe de forma responsável. Todos os sete países onde a pesquisa foi realizada foram unânimes em afirmar que a reputação do país de origem de um FRS pode influenciar, positiva ou negativamente, a maneira como o seu Fundo é visto. Do total, 98% acreditam que esse item é importante ou muito importante.

Quando questionados sobre quais atributos consideravam os mais importantes e influentes na sua visão de um país, os principais itens mencionados foram: gozar de estabilidade política (78%) e econômica (74%); comprometimento com o Estado de Direito (69%); e aderência aos padrões internacionais de regulamento (67%). Os investimentos de FRS da Noruega, Cingapura e Hong Kong foram eleitos os melhores. Esses países receberam notas altas em todas as categorias mencionadas acima, ao contrário dos fundos soberanos de países da África, que tiveram o menor índice de favorabilidade.

Ter os mesmos valores que o de um país hospedeiro (43%) e ter tolerância para com pessoas de países, culturas e religiões diferentes (50%) foram indicados como os itens menos importantes.

Para Andrew Laurence, consultor corporativo sênior e presidente global de práticas corporativas da Hill & Knowlton, "os fundos de riqueza soberana se tornaram players globais e, portanto, precisam obedecer as regras globais de transparência e comunicação para que possam competir por ativos de primeira linha e posições de investimento de forma mais eficaz. Em alguns casos, podem se aliar aos seus governos hospedeiros para trabalhar e melhorar a imagem do seu país".

Joel Levy, CEO, Penn Schoen Berland, EMEA, comenta que "apesar da pouca familiaridade e das preocupações com transparência, as elites enxergam esses fundos soberanos como pouco prováveis de terem contribuído com a recente turbulência nos mercados. Isso coloca os FRS em uma posição privilegiada, onde seu posicionamento e reputação podem ser analisados contra outros fundos e classes de ativos".

Transparência, responsabilidade e boa governança são considerados elementos-chave para o investimento FRS bem sucedido - Ao decidir quais os fatores que determinam se é mais provável que um país hospedeiro se posicione a favor ou contra investimentos de FRS, foram considerados como mais importantes a transparência geral (72%), a prestação de contas (68%) e a boa governança (65%) do FRS; o desempenho (56%) e a responsabilidade social do fundo (55%) foram considerados menos importantes.

Pouca familiaridade empurra o nível de favorabilidade dos FRS para baixo - Apesar de ser considerada como uma das fontes de capital menos prováveis de ter contribuído com a turbulência do mercado, o pouco conhecimento que se tem sobre os FRS pode ser a causa do baixo índice de favorabilidade dessa classe de ativos. Dos países pesquisados, os E.U.A., Reino Unido e Índia foram os que mostraram o menor índice de familiaridade e favorabilidade, enquanto o Egito, Alemanha, Brasil e China foram os países que reportaram o maior índice nas duas categorias. Em geral, esse público era o que tinha menos conhecimento sobre Fundos de Investimento Soberano como fonte de investimento, em comparação com as cinco outras fontes mencionadas.

Riqueza Soberana é tida como fonte de investimento menos provável de ter contribuído com a turbulência nos mercados - De forma geral, as atividades de investimento de fundos soberanos foram consideradas como as menos prováveis de terem contribuído com a turbulência do mercado (40% expressou a visão oposta) do que outras fontes de investimento, como fundos de hedge (65%) e bancos de investimento (65%). Apenas 16% das elites da Alemanha disseram que os fundos soberanos tinham contribuído com a turbulência do mercado, o menor índice de todos os mercados entrevistados, sendo que países como o Brasil (63%), Índia (44%) e China (61%) disseram que os FRS tiveram um influência maior no mercado. Todos os países hospedeiros entrevistados concordaram que a maioria dos FRS fazem investimentos de longo prazo.

A Alemanha (56%) considera os fundos soberanos como mais confiáveis do que outras formas de investimento, ao contrário do Reino Unido (11%), E.U.A. (9%) e Índia (10%), que consideram os fundos soberanos como menos confiáveis do que os outros países entrevistados.

As empresas também se focaram em uma lista ampla de FRS que pudessem cobrir o espectro de percepções de favorabilidade, transparência e boa governança.

Metodologia - O estudo foi conduzido com 150 elites em sete mercados no período entre 15 de janeiro e 1º de fevereiro de 2010. No estudo, as elites foram definidas como membros influentes da sociedade com curso superior que ocupam cargos de média e alta gerência, ganham mais de £50 mil ou equivalente local e têm interesse ativo em assuntos nacionais e internacionais da esfera política e de negócios. Esse grupo é comumente usado em campanhas políticas como representante da classe dominante/decisores.

Mercados onde o estudo foi realizado: .Reino Unido |. EUA | . Egito | . Brasil |. Alemanha | . China |. Índia.

Países hospedeiros com FRS: . Noruega | .Cingapura | .Hong Kong | .Malásia | . Abu Dhabi | . Dubai | . Kuwait | . Catar | . China | . Bahrein | . Omã | . México | . Rússia |. Líbia | . Cazaquistão | . Brunei | . Argélia | . Nigéria | . Botsuana.

Perfil da Hill & Knowlton - A Hill & Knowlton, Inc. é líder mundial em consultoria de comunicação, prestando serviços a clientes locais, multinacionais e internacionais. Com sede em Nova York, a Hill & Knowlton detém 79 escritórios espalhados por 44 países, assim como uma extensa rede de associados. A agência integra o grupo WPP, um dos maiores grupos de comunicação em todo o mundo.

Perfil- Penn Schoen Berland faz parte do Grupo WPP (NASDAQ: WPPGY) e é uma consultoria de pesquisa especializada em estratégias de comunicação e mensagens para clientes blue-chip do âmbito político, corporativo e de entretenimento. Com mais de 30 anos de experiência alavancando a opinião dos consumidores para oferecer aos nossos clientes uma vantagem competitiva - o que chamamos de Winning Knowledge T - a PSB oferece serviços de análise e teste de mensagens para empresas que Fortune 100 e já ajudou a eleger mais de 30 presidentes e primeiros-ministros em todo o mundo. [www.psbresearch.com ].

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