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08/06/2010 - 12:50

Adaptação às mudanças climáticas: o que devemos fazer já para não gastar mais no futuro?

Em 2008 atingimos uma marca historicamente importante. Segundo as estimativas, será a primeira vez que mais da metade da população mundial vive em áreas urbanas (UNFPA, 2007). São cerca de 3,3 bilhões de pessoas vivendo em cidades, com um acréscimo de 4,9 bilhões até 2030. E a maior parte deste crescimento se dará em países em desenvolvimento. Essas estimativas, por si só, sugerem aos mais pessimistas e conservadores um cenário catastrófico para a humanidade. Afinal, as grandes cidades nos países em desenvolvimento já apresentam desafios seculares de pobreza, violência e degradação ambiental, e com estas estimativas, a tendência é que estes problemas se agravem. Por outro lado, outra leitura sobre a urbanização mundial considera que um mundo cada vez mais urbano trás mais potenciais positivos do que negativos, pois é mais barato proporcionar serviços e infraestrutura básica para a população em áreas urbanas do que quando a população está dispersa no território (vide as grandes dificuldades de se oferecer serviços de saúde, educação e saúde na região norte do Estado de Minas Gerais).

Segundo dados do IBGE, de 2000, em 671 (78,66%) municípios do Estado de Minas Gerais havia um serviço de drenagem de águas pluviais constituído, sendo que, 649 municípios declararam a existência de um sistema de drenagem subterrânea. Diferentemente dos demais setores do saneamento básico, no caso da drenagem de águas pluviais, detectou-se a existência de uma única instituição operadora destes serviços, em todos os municípios mineiros. Além disso, é importante salientar que essas instituições eram, majoritariamente, administradas diretamente pelo poder público. A Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB, IBGE) indica, ainda, que na maioria dos municípios, estes serviços estavam atrelados e eram executados pela Secretaria de Obras e Serviços, não existindo uma secretaria específica para a gestão dos mesmos.

Dentre os 671 municípios com sistemas de drenagem urbana instituídos, em 649 (96,72%) havia sistema de drenagem subterrânea, que pode ser constituída por rede unitária (ou mista) ou separadora. A rede unitária, que além de escoar a água da chuva é também utilizada para o escoamento do esgoto sanitário, foi declarada existente em 95 municípios de Minas Gerais; a rede separadora, constituída por duas redes distintas uma para escoamento da água da chuva e outra para escoamento do esgoto sanitário, foi declarada existente em 595 municípios, de onde se conclui que em alguns municípios existem tanto rede unitária quanto rede separadora.

Na nossa avaliação, embora seja nas grandes cidades que ocorrem com maior freqüência os problemas relacionados à acumulação de águas e transbordamento dos cursos d’água, inundações, erosão e assoreamento; são as cidades menores que carecem de sistemas que permitam a adaptação para enfrentar as projeções de agravamento dos eventos de extremo climático. Ou seja, com o potencial aumento da intensidade das chuvas devido às mudanças climáticas, as cidades de menor porte serão aquelas com menor capacidade adaptativa. Essa realidade já pode ser percebida quando observamos rapidamente onde ocorrem as principais situações de calamidade pública ente os municípios mineiros e como tais fenômenos são muito impactantes na vida das pessoas dessas localidades.

. Por: João Paulo Azzi, administrativo do Sistema Estadual de Informação sobre Saneamento (SEIS/MG) Centro de Estatística e Informação – CEI | Fundação João Pinheiro – FJP | Belo Horizonte – MG. [ joã[email protected]]

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