Agência Internacional de Energia prevê popularização do carro elétrico, durante o IAEE's Rio 2010 International Conference

Rio - Os carros elétricos representarão 10% das vendas mundiais de automóveis em 2020, afirmou o especialista da área de transporte da Agência Internacional de Energia (IEA), Lewis Fulton, durante o IAEE's Rio 2010 International Conference. De acordo com o executivo, a expectativa é que a partir de 2030 esse número aumente 'consideravelmente', dando a chance aos veículos elétricos (VEs) de competir em condição de igualdade com as fontes não renováveis de energia.

“A previsão otimista de expansão dos VEs e dos carros híbridos pode parecer ambiciosa, mas todas as previsões tanto para biocombustíveis e energia nuclear, por exemplo, também pareceram no seu início”, comentou o representante da IEA.

O caminho a ser percorrido pelos VEs até o grande mercado automobilístico, no entanto, ainda é longo. A bateria continua sendo o componente mais caro na montagem e melhorias técnicas, como de rendimento e tempo de recarga, são essenciais para o sucesso da tecnologia. Uma bateria convencional de 30 quilowatts-hora, por exemplo, custa sozinha US$ 18 mil, ressalta Fulton.

Também presente à palestra “O futuro da demanda de energia em transporte”, no IAEE's Rio 2010, a presidente do Comitê Brasileiro de Mudanças Climáticas do IPCC (Intergovernmental Panel on Climate Chage), Suzana Kahn, avalia que o apelo social poderá motivar a demanda por veículos elétricos. De acordo com a especialista, o aumento do PIB dos países incentiva a motorização da população, que precisa optar por uma alternativa mais limpa para tentar reduzir as emissões. “O tipo de carro comercializado é um item fundamental caso os países envolvidos com a questão da redução das emissões queiram atingir suas metas”, disse.

A realização do evento tem como objetivo avançar na aplicação da economia na esfera da energia e no conhecimento das propostas internacionais. No Brasil, a IAEE tem parceria com o Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (IBP) e com a Associação Brasileira de Estudos em Energia (AB3E). O evento conta ainda como o apoio do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), do Núcleo Interdisciplinar de Planejamento Energético da Unicamp (Nipe).