Em jogo, o mercado de energia elétrica

Rio - Depois de dois anos de trabalho e mais de € 15 mil em investimentos, os pesquisadores da Delft University of Technology, da Holanda, o holandês Laurens de Vries e o francês Emile Chappin, apresentaram um software de simulação do mercado de energia elétrica no IAEE’s Rio 2010 International Conference. O sistema, que recria as condições do mercado europeu de comercialização de energia, tem o objetivo de ajudar estudantes de pós-graduação a encarar os desafios do setor.

A ideia, explica Laurens de Vries, é preparar os usuários para as mais diversas situações que o mercado pode apresentar, considerando itens como oferta, preços, plantas disponíveis e o mercado de créditos de carbono. “Às vezes, as regras do jogo mudam por questões políticas ou econômicas e as pessoas ficam assustadas. Quando isto acontece, é preciso tomar decisões rápidas, conscientes e dinâmicas”, ressaltou o especialista.

O simulador trabalha em dinâmicas de grupo e não em sessões técnicas, como os demos convencionais. “Os usuários traçam estratégias juntos observando todos os fatores envolvidos e ganham experiência na comercialização. Nosso foco é o preparo desses profissionais”, comentou. O sistema operacional também é bem simples. Basta ter acesso à internet e um login para acessá-lo.

O especialista adiantou ainda que prepara em parceria com uma universidade indiana uma versão que considera as condições do mercado local de energia elétrica. “Esse novo modelo só deverá ser concluído em 2011. É bem mais complexo que o europeu já que considera geração hídrica, que possui uma oferta variável de energia”, observou. Além da complexidade do simulador, Vries apontou a falta de financiamento para pesquisa como um dos fatores impeditivos aos avanços tecnológicos nessa área.

A realização do IAEE’s Rio 2010 International Conference tem como objetivo avançar na aplicação da economia na esfera da energia e no conhecimento das propostas internacionais. No Brasil, a instituição tem parceria com o Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (IBP) e com a Associação Brasileira de Estudos em Energia (AB3E). O evento conta ainda como o apoio do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), do Núcleo Interdisciplinar de Planejamento Energético da Unicamp (Nipe).