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13/06/2007 - 09:43

"Arquitetura do invisível" traz projeto inovador para o centro cultural

Com uma proposta bastante ousada para abordar as questões relacionadas à imagem, o arquiteto Fuad J. Hajjat apresenta, a partir do dia 13 de junho (quarta-feira), às 19 horas, o projeto "Arquitetura do Invisível", na Sala Quirino Campofiorito, no Centro Cultural Paschoal Carlos Magno (CCPCM). Fuad irá "desaprisionar" a galeria e criar um fluxo contínuo, retirando todos os vidros temperados do espaço e trazendo o chão do parque para dentro do centro cultural. O público pode conferir o trabalho do arquiteto até o dia 1º de julho.

Segundo Fuad, é necessário olhar uma imagem, pensar e perguntar qual o seu invisível. Ele destaca ainda que o invisível tem "aura", o que faz com que ele, mesmo na sua pura espiritualidade, seja compatível.

"A proposta é trabalhar com o invisível. O tempo e o ar serão o próprio suporte para a arte. Os vidros e os aparelhos de ar-condicionado serão retirados para criar um fluxo contínuo de transparência. O piso da galeria e da varanda será forrado com lona plástica sobre o qual será colocada uma espessura de areola e folhas, estabelecendo uma relação de continuidade com o piso natural do Campo de São Bento", afirma o arquiteto.

Para explicar melhor a idéia do projeto, Fuad cita o texto "Teoria da Imagem e da Representação", da professora Maria Teresa Cruz:

"Será que hoje não está a voltar um conjunto de questões à imagem, que voltam a levantar uma questão tão radical quanto como esta dos gregos, havendo mesmo quem comece a defender que, em breve, tudo o que vemos poderá não ser senão uma espécie de fantasmagoria, de simulacro. Tendência para dizer que muito do que se vê à volta não terá consistência ontológica, que todo o visível poderá não ser real, mas um reflexo, fantasmagoria. Por que é que esta idéia dos gregos é, para nós modernos, tão incomodativa? Porque a modernidade fez todo um trabalho de colagem do real ao visível (senão muitas das ciências modernas não poderiam ter aparecido nem teriam sentido, por exemplo)".

Perfil do arquiteto - Fuad J. Hajjat é formado em Arquitetura pela Universidade Santa Úrsula. Já participou de diversos cursos com artistas como João Carlos Goldberg, Klauss Vianna, Luiz Alphonsus, Lygia Pape, Paulo Moura e Sidney Miller. Dedicou-se ao teatro, à música, ao cinema e à arquitetura, profissão que exerce desde 1982.

Participou dos seguintes projetos: "Arte Necessidade Vital" encontro com artistas plásticos: Ascânio MMM, Lygia Pape, Nelson Felix, Ronaldo do Rêgo Macedo, Rubens Guerchman e Tunga; "Buraco da Fechadura" (estudo da ocupação "marginal" no Parque do Flamengo); e Interferências Urbanas na Favela da Maré em parceria com Lygia Pape.

Além disso, expôs em espaços como Museu de Arte Moderna (MAM/RJ), Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Universidade Santa Úrsula e Universidade Estácio de Sá.

Centro Cultural Paschoal Carlos Magno recebe trabalho da artista Julia Vaz - A partir do dia 13 de junho (quarta-feira), às 19 horas, a artista Julia Vaz ocupa os jardins do Centro Cultural Paschoal Carlos Magno (CCPCM) com um trabalho idealizado especialmente para o espaço. Na exposição "Julia Vaz", a artista apresenta uma intervenção nos galhos das árvores da entrada da galeria. A peça gira em torno da clausura, impotência ou da presença de obstáculos que impedem um acontecimento que ocorreria naturalmente. A mostra poderá ser visitada até o dia 1º de julho.

O projeto foi baseado em um dos desenhos da artista e seu conceito reflete a sua principal questão dentro do trabalho: os obstáculos e travas sociais e emocionais impostos ao indivíduo dentro da sociedade contemporânea.

"Acho que muitos centros e espaços culturais são acometidos de problemas ou obstáculos que muitas vezes impedem seu propósito e intenção originais de inclusão e estímulo ao enriquecimento do meio artístico. Por isso, dada a proposição de ocupação e intervenção do espaço da Galeria, acredito que meu projeto seja de conteúdo pertinente e interessante", explica ela.

O trabalho consiste de duas estacas de metal com argolas nas extremidades, apoiadas no chão, e cordas amarradas nas argolas e nos galhos das árvores. As estacas serão envolvidas por terra em suas bases para que dêem a impressão de estarem fincadas no chão, para que não seja necessária nenhuma alteração ou danificação do espaço em que elas estarão presentes.

Trazendo do Existencialismo a idéia de que o homem é o único responsável por suas escolhas e por aquilo que faz de si mesmo, a artista constata que a assimilação deste conceito, principalmente entre os jovens, pode implicar justamente no efeito contrário: o imobilismo.

Segundo Julia, a constatação do desamparo pode levar à opção pela não-escolha e os obstáculos criados pela nossa própria consciência, mesmo imaginários ou virtuais, são poderosos a ponto de nos paralisarem. Ela ainda afirma que transpor estas barreiras muitas vezes é um caminho tão ou mais árduo quanto transpor as provenientes do mundo real.

Estudante da Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Julia traçou seus primeiros desenhos durante a tranqüila infância em meio à natureza de Guaratiba. Na adolescência, ela se mudou para um bairro mais central e urbanizado da cidade do Rio de Janeiro. O contraste entre os cenários viria a marcar todo o significado de sua produção.

Dia 13 de junho, às 19 horas, com visitação até 1º de julho, de segunda-feira, das 13 às 17 horas; de terça a sexta-feira, das 10 às 17 horas; sábados, domingos e feriados, das 10 às 15 horas, no Centro Cultural Paschoal Carlos Magno, Rua Lopes Trovão, s/nº, Icaraí (Campo de São Bento). Telefone (21) 2610-5748. Gratuito.

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