SENAI ampliará parcerias com centros de pesquisa da Alemanha

Até o final do ano, instituição catarinense apresenta proposta de cooperação com o Ministério da Economia de Baden Würtemberg. Objetivo é incorporar expertise alemã na oferta de consultorias para desenvolvimento tecnológico da indústria brasileira.

Florianópolis- As parcerias do SENAI de Santa Catarina com universidades e centros de pesquisa aplicada da Alemanha devem ser ampliadas nos próximos anos, para trazer à indústria brasileira modelos e metodologias já consolidados naquele país em áreas como ambiental, logística, metalmecânica, educação a distância, entre outros setores. Este é o principal resultado da visita do presidente da FIESC, Alcantaro Corrêa, e do Diretor regional do SENAI de Santa Catarina, Sérgio Arruda, a institutos alemães na semana passada. "Até o final deste ano, vamos apresentar uma proposta ampliação da cooperação com o Ministério de Economia do Estado de Baden Würtemberg, aproveitando as competências que existem lá", explica Arruda.

O SENAI de Santa Catarina já mantém diversas parcerias e tratativas com instituições alemãs. As mais avançadas estão nas áreas de Meio Ambiente (com a Universidade de Stuttgart) e Logística, com o Instituto de Fluxo de Materiais da Sociedade Fraunhofer (de Dortmund). Nestes dois casos, tem sido realizados trabalhos em conjunto dentro de empresas catarinenses, coordenados pelas unidades do SENAI em Blumenau (meio ambiente) e Itajaí (Logística). Uma das características centrais dessas parcerias é o processo de maturação. Os trabalhos começam com ações de curta duração, que são projetos pontuais, dentro de empresas, realizados num prazo de poucos meses e que têm o objetivo central de promover o conhecimento mútuo das instituições cooperantes. As iniciativas do gênero foram realizadas ao longo de dois ou três anos e, depois disso é que foram estabelecidos projetos de longo prazo nas duas áreas.

A maturidade alcançada nestas parcerias permite agora a ampliação de iniciativas conjuntas. Por isso, o SENAI vai apresentar a proposta ao Ministério da Economia de Baden Würtemberg para a implementação de novas cooperações com instituições de pesquisa daquele estado germânico. O ministério inclusive financia os projetos, que abrem possibilidades de negócio das instituições em outros mercados.

A principal vantagem para o SENAI é a incorporação da expertise alemã para o desenvolvimento tecnológico da indústria brasileira. "Algumas universidades e centros de pesquisa aplicada tem a tecnologia de ponta no mundo atualmente. É caso, por exemplo, da área de mecânica fina, mecânica de precisão, que tem dois centros muito desenvolvidos, um em Ilmenau e outro em Aachen, com o qual estamos negociando para montar uma parceria, a partir da unidade do SENAI em Joinville".

O principal modelo de transferência de know how é o de coaching (treinador, em inglês), pelo qual os especialistas alemães prestam consultorias, acompanhados pelos profissionais do SENAI, que vão incorporando a metodologia. Para Sérgio Arruda, a indústria brasileira "ganha ao ter em casa uma instituição capacitada para implementar as melhores práticas, já aprovadas em países desenvolvidos".