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16/06/2010 - 07:31

Índice Global da Paz: Relatório apresenta mundo menos pacífico em 2010 e violência causa impacto anual de US$ 7 trilhões na economia global

Londres - O mundo tornou-se menos pacífico pelo segundo ano consecutivo, de acordo com o Índice Global da Paz anual (GPI - Global Peace Index), em sua quarta publicação. Na medida em que a economia global continua a oscilar, os dados deste ano mostram uma intensificação dos conflitos e uma crescente instabilidade em conexão com a retração econômica iniciada em 2008, com diversos países enfrentando acentuado aumento nos homicídios, manifestações violentas e medo de serem vítimas de crimes.

O aumento na violência está privando a economia global de ativos numa época em que eles são mais necessários. Uma redução de 25% na violência global liberaria US$ 1,8 trilhão por ano [1], o suficiente para liquidar totalmente o débito da Grécia, financiar a obtenção dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (MDGs - Millennium Development Goals) e atingir as metas 20-20-20 da União Européia para o clima e a energia.

O único estudo que quantifica a paz global, o GPI, é produzido pelo Instituto de Economia e Paz (IEP - Institute for Economics and Peace). Este ano o estudo expandiu-se e classificou 149 estados independentes. Composto de 23 indicadores qualitativos e quantitativos, o estudo combina fatores internos e externos, variando de gastos militares a relações com países vizinhos e níveis de crimes violentos.

"A pesquisa realizada pelo IEP com base em quatro anos de dados do GPI, fornece uma demonstração quantificável de que uma melhoria na paz pode transformar a economia global e desencadear a riqueza necessária para enfrentar o débito, financiar a expansão econômica e criar um meio ambiente mais sustentável", disse Steve Killelea, fundador do GPI.

A Nova Zelândia, o país melhor classificado, foi um dos três únicos países entre os dez primeiros a melhorar a paz, conforme o Índice de 2010. A Islândia passou para o segundo lugar, na medida em que a economia do país se estabilizou, depois de ter caído para o quarto lugar na classificação do ano passado, uma melhoria que demonstra a flexibilidade das nações pacíficas.

Comentando os resultados, o Prof. Jeff Sachs [2], Diretor do Earth Institute da Universidade Columbia, disse: "O GPI faz um trabalho pioneiro, chamando a atenção do mundo para o volume maciço de recursos que estamos desperdiçando com a violência e o conflito. As vidas e o dinheiro desperdiçados nas guerras, prisões, sistemas de armas, comércio de armas e muito mais, poderiam ser direcionados para o fim da pobreza, a promoção da educação e para a proteção do meio ambiente. O GPI não irá somente chamar a atenção para estas questões cruciais, mas irá também nos ajudar a entendê-las e investir de forma produtiva em um mundo mais pacífico".

Apesar da diminuição mundial, o Oriente Médio & Norte da África e a África Subsaariana obtiveram os maiores ganhos desde o início da pesquisa em 2007. As razões para esta melhoria são variadas, mas incluem mais estabilidade política e uma queda nas despesas militares no Oriente Médio & Norte da África e diminuição no acesso às armas; uma diminuição nos conflitos e melhores relações com países vizinhos da África Subsaariana.

Por outro lado, o Sul da Ásia mostrou a maior diminuição da paz, como resultado do crescente envolvimento em conflitos, do aumento nas mortes causadas por conflitos internos e pela violação dos direitos humanos. Os principais países que experimentaram diminuição da paz foram a Índia, Sri Lanka e Paquistão.

Georg Kell, diretor executivo do Pacto Global das Nações Unidas, disse: "Esta pesquisa indica claramente a forte e positiva relação entre a paz e os fatores críticos para operações empresariais bem-sucedidas, incluindo tamanho de mercado, estruturas de custos e lucros. Os líderes das companhias estariam bem aconselhados a levarem esta pesquisa em consideração quando criarem seus planos estratégicos e operacionais e quando tomarem suas decisões sobre investimentos".

Os EUA melhoraram sua classificação em 2010, mas perderam três posições no índice devido à adição de novos países e à reclassificação por causa do número de armas pesadas. Deixando de lado as mudanças metodológicas, este ano os EUA observaram sua maior melhoria na paz durante os quatro anos do estudo, através de uma diminuição na instabilidade política e no número de mortes em conflitos externos.

A Europa Ocidental continua a ser a região mais pacífica, com a maioria dos países classificada entre os 20 primeiros lugares. Todas as cinco nações escandinavas se classificaram entre as 10 primeiras; entretanto, a Dinamarca caiu cinco lugares para a 7ª posição, por causa da diminuição do respeito pelos direitos humanos e o contínuo envolvimento no Afeganistão.

O Iraque, a Somália e o Afeganistão foram os países menos pacíficos pelo segundo ano consecutivo. A Síria, Geórgia, Filipinas, Rússia e o Chipre foram os países com as quedas mais acentuadas deste ano.

Brasil ocupa o 83º lugar em 2010 - Na comparação anual, a América Latina apresentou a queda mais acentuada devido ao aumento da violência interna, homicídios e aumento nos níveis de criminalidade percebida. Em relação ao Brasil, o nível global em matéria de paz permanece inalterado em relação ao ano passado, apenas com registo de uma pequena queda no índice decorrente de uma maior percepção da criminalidade no contexto social. O nível do Brasil ainda permanece baixo devido à alta taxa de homicídios registada no país e a elevados níveis da criminalidade violenta . O Brasil situa-se no 10º lugar do total de 23 na América Latina.

[1] Conforme a pesquisa IEP/Economistas pela Paz e Segurança (IEP/Economists for Peace & Security) apresentada no Documento de Discussão GPI2010

[2] Prof. Sachs é também Consultor Especial do Secretário Geral da ONU Ban Ki-moon; Professor Quetelet de Desenvolvimento Sustentável e Professor de Políticas de Saúde e Gestão da Universidade Columbia, Presidente e co-fundador da Millennium Promise Alliance, uma organização sem fins lucrativos destinada ao fim da pobreza global e autor de centenas de artigos acadêmicos e vários livros, incluindo os best-sellers do New York Times, Common Wealth (Penguin, 2008) e The End of Poverty (Penguin, 2005).

Perfil- O GPI foi fundado por Steve Killelea, um empreendedor de tecnologia internacional e filantropo australiano. O GPI faz parte do Instituto de Economia e Paz (IEP - Institute for Economics and Peace), um grupo global de pensadores dedicado à pesquisa e ensino da relação entre economia, negócios e paz. Um painel internacional de especialistas nos estudos da paz fornece consultoria em relação à identificação e ponderação dos indicadores do GPI, que é compilado pela Economist Intelligence Unit.

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