Dia Mundial da Doença Falciforme alerta sobre mal que afeta 3,5 mil recém-nascidos no Brasil a cada ano

Considerada uma das principais doenças genéticas do Brasil, a doença falciforme pode se manifestar a partir dos três meses de idade. Segundo o Ministério da Saúde, o estado da Bahia concentra 15% da população com traço falciforme, a maior média do país

São Paulo - Dia Mundial da Doença Falciforme ( 19/06), foi instituída em 2008 pela Assembléia Geral das Nações Unidas, a data faz parte do calendário de 20 países, entre eles o Brasil. A doença falciforme é uma das principais doenças genéticas do país devido à sua alta incidência - segundo o Ministério da Saúde, 3,5 mil crianças nascem anualmente com a doença e 200 mil pessoas apresentam o traço falciforme, ou seja, possuem apenas um gene da doença e não desenvolvem os sintomas relacionados.

A doença falciforme é uma anemia grave e, embora seja mais comum na população afrodescendente, no Brasil pode ocorrer em qualquer etnia devido a nossa miscigenação racial. Em Salvador, aproximadamente 15% da população apresenta o traço falciforme, sendo a Bahia o estado com o maior índice da doença: 1 em cada 650 nascidos tem a enfermidade. Já no Rio de Janeiro essa proporção é de 1 para 1,2 mil nascidos; seguido de Pernambuco, com 1 para cada 1,3 mil. Em São Paulo, a proporção é de 1 para cada 4 mil nascimentos.

O problema se manifesta a partir dos três meses de idade, com sintomas muito variados, como dores nos ossos e na barriga, olhos amarelados e infecções. “O doente sofre bastante e merece muita atenção. Ele pode ter desde fortes crises de dor, até problemas cardíacos, renais e do sistema nervoso central”, afirma o Dr. Marco Aurélio Salvino, hematologista do Hospital das Clínicas da Universidade Federal Bahia (HC-UFBA). A doença falciforme pode ser diagnosticada em bebês já na primeira semana de vida, por meio da triagem neonatal, popularmente conhecida como teste do pezinho.

Por se tratar de uma doença hereditária, o paciente precisa receber um gene doente do pai e outro da mãe, para que a doença falciforme se manifeste. Quando a pessoa possui apenas um gene doente ela se mantém saudável, mas é preciso atenção porque casais com o traço falciforme têm 25% de chance por cada gestação de ter um filho com a doença.

O Dia Mundial da Doença Falciforme foi criado com o objetivo de educar e sensibilizar a população sobre a doença. “Esse é um problema de saúde pública que está tendo uma atenção cada vez maior porque acomete a pessoa desde o nascimento”, alerta o médico.

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