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22/06/2010 - 11:09

Brasil pode ser campeão mundial de futebol antes da final na África do Sul

Brasília - Ex-jogadores brasileiros com passagem por times profissionais da primeira divisão têm a chance de se sagrarem campeões mundiais de futebol antes do Brasil ir à final da Copa do Mundo da FIFA. São trabalhadores-atletas da Metalúrgica Frum, fabricante de autopeças de Extrema, em Minas Gerais, que representarão o Serviço Social da Indústria (SESI) no torneio de futebol dos jogos da Confederação Esportiva Internacional do Trabalho (CSIT), em Tallin, na Estônia. A competição, uma espécie de Olimpíadas dos trabalhadores, começa no próximo dia 1ºde julho e termina no dia 8, três dias antes da final da Copa da África do Sul.

Com uma equipe de 153 atletas em oito modalidades, representando 74 empresas, o SESI levará para o Mundial da CSIT a maior delegação de trabalhadores-atletas de sua história em competições internacionais. Os jogos serão disputados por 22 países em 12 modalidades.

Todos os 18 atletas de futebol inscritos no mundial da Estônia jogaram em times profissionais. A seleção foi formada sob o olhar apurado de Anagib Rubens da Silva, diretor de recursos humanos da Frum e técnico da equipe. Ele dá a atletas sem clube a oportunidade de defender a metalúrgica em competições amadoras, uma ação social que visa a qualificação para o mercado de trabalho. “Temos a possibilidade de trazer um título inédito para Minas Gerais. E a confiança é grande. Nosso time joga junto há seis anos, há mais tempo que a seleção do Dunga”, diz Anagib Rubens, que jogou no Sorocaba e no São Bento, times da segunda divisão paulista.

A metalúrgica Frum tem 600 funcionários diretos e produção anual de 50 mil autopeças. A empresa é certificada pela montadora Ford e exporta cubos de roda, suportes, algemas, braços de suspensão, discos, tambores de freio e peças em ferro para a Ford de vários outros países.

A empresa tem duas linhas de atuação na área de recursos humanos. A primeira, de teor esportivo, mantém os boleiros perto dos gramados, com infraestrutura, material esportivo, preparador físico e treinador. Com isso, desenvolvem a forma física e dão visibilidade à Frum com títulos amadores. A outra, de gestão de talentos, capacita os atletas a atuar na linha de produção. Assim, zagueiros, volantes e atacantes que passaram por times como Internacional, Guarani, Bragantino, Santa Cruz e São Paulo tornam-se apontadores de produção, operadores de máquinas, controladores de forno, pintores e técnicos em segurança do trabalho.

“O esporte traz vantagens competitivas. Isso motiva os funcionários e mantém um bom ambiente de trabalho. Há ainda a identificação com a empresa”, depõe o doublé de diretor de recursos humanos e técnico de futebol.

PASSAPORTE - O passaporte para a Estônia do time de futebol da metalúrgica mineira foi carimbado com o título nos Jogos Nacionais do SESI, em abril, em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul. A experiência da equipe, com média de idade de 32 anos, garantiu a vitória de virada por três a dois contra a Fundição Tupy, de Santa Catarina.

Wellington Viana, de 35 anos, é um dos craques da Frum, atuando na defesa. O zagueiro defendeu times em São Paulo e no Distrito Federal, mas o sonho da bola ficou para trás. Sem emprego, foi chamado por Anagib para reforçar a equipe em torneios amadores. Mas queria mais. Assim que entrou na empresa, fez o curso técnico de segurança do trabalho. A dedicação garantiu novo avanço. Formou-se então tecnólogo em gestão ambiental pela Universidade São Francisco, de Bragança Paulista.

“A empresa investiu não apenas no meu potencial como atleta. Trabalho há quase quatro anos na área de segurança e de gestão ambiental por conta de minha formação acadêmica. Meu compromisso é enorme, assim como outros colegas que tiveram esta oportunidade”, diz o tecnólogo em gestão ambiental.

Ádamo Carvalho, 28 anos, é outro jogador com curso de qualificação profissional Parou com o futebol aos 25 anos, por problemas no joelho. Começou na metalúrgica há um ano e meio como apontador de produção. Hoje, faz curso de enfermagem do trabalho para atuar na área de segurança e saúde do trabalho (SST) da Frum. “A adaptação foi muito tranqüila. Tive o suporte educacional e o apoio de colegas e da direção da empresa. Foi uma oportunidade de ouro”, diz o atacante, que faz tratamento especial no joelho para disputar o mundial na Estônia.

Quem ainda quer tentar uma vaga em time profissional é encaminhado pela Frum para empresários ou dirigentes ligados ao mercado do futebol. Foi o que aconteceu com o lateral Nei, hoje titular do Internacional gaúcho. O jogador, que vestiu a camisa da metalúrgica em disputas amadoras em 2005, foi sugerido por Anagib Rubens à direção da Ponte Preta, de Campinas, em São Paulo. De lá foi para o Atlético Paranaense, até ser contratado pela equipe gaúcha, semifinalista da Taça Libertadores da América.

Outros três atletas preparados pela Frum jogam hoje na liga profissional de futebol da Finlândia. Denis Ramos, Luiz Lourenço e Vanderlei Cagnoto visitarão os colegas na Estônia. A travessia de barco entre Helsinque e Tallin dura cerca de hora e meia de ferry boat pelo Golfo da Finlândia. | CNI

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