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22/06/2010 - 12:04

O Cloud Computing no Brasil depende do Governo?


Não é novidade que o Brasil tem uma séria deficiência no estímulo a inovações e adoção de novas tecnologias. A política tributária, a mesma que nos deu estabilidade no momento da crise de 2008, é forte inibidora do empreendedorismo. Por conta disso, os impostos e a falta de investimento em infraestrutura transformaram a internet brasileira em vítima. E a consequência afeta toda uma cadeia de negócios e oportunidades, inclusive o Cloud Computing. No entanto, ainda assim, o cenário é otimista e promissor.

Temos como traçar um paralelo do número de domínios registrados no Brasil e Estados Unidos. Atualmente o Brasil possui algo em torno de 2 milhões de domínios registrados e ativos (Registro.br). Um único player norte-americano, a One&One, responde por 2,6 milhões de domínios (webhosting.info). Isto, naturalmente, é reflexo da penetração do acesso à internet domiciliar e profissional. No Brasil 17% da população tem acesso banda larga ADSL (IDC), enquanto que nos EUA chega a 60% com uma população 60% maior.

O mercado de shared hosting no Brasil está estimado em US$ 400 milhões com um crescimento de 20% ao ano e o mercado de outsourcing na América Latina fechou 2009 em torno de US$ 9 bilhões segundo o Gartner. No entanto, o grande efeito econômico efetivamente ocorrerá quando houver a adoção massiva da TI por micro e pequenas empresas, o que fomentará a demanda por novas soluções estimulando o círculo virtuoso extremamente benéfico para o país.

Portanto, com esta situação, quando falamos no ambiente corporativo, toda e qualquer tendência sofre restrições em volume e tempo de adoção. E não é diferente com o Cloud Computing.

Em 2008 o tema Cloud Computing começou a entrar nas pautas de reunião dos departamentos de tecnologia de grandes empresas. Em meados de 2009 e início de 2010, os profissionais de tecnologia começaram a enxergar o Cloud Computing como real solução para as demandas de infraestrutura (IaaS). Até então, as ofertas no mercado local restringiam-se a servidores virtuais estáticos e rígidos. Somente em 2010 efetivamente tem início o surgimento de soluções elásticas que atendam a demanda por capacidade computacional sob demanda, flexível e com recursos ajustáveis on the fly.

No Brasil, a Cloud Privada, aquela na qual monta-se uma nuvem para uso exclusivo de uma empresa, está na frente. Um case importante é a GLOBO, o 4o maior conglomerado de mídia no mundo, que adotou a plataforma cloud recentemente tornando-se case mundial conforme apresentado este ano no XEN Summit (Vide: http://www.slideshare.net/xen_com_mgr/xen-summit2010-globocom). Assim como ela, diversas grandes corporações têm optado por criar suas próprias nuvens.

Já no que diz respeito ao modelo de Cloud Pública no modelo IaaS (infrastructure as a service) com infra-estrutura no Brasil, aquela na qual uma estrutura em nuvem é compartilhada por diversos clientes, a adoção por parte do mercado tem sido relativamente lenta. Estima-se, conforme comunicado por algumas empresas no mercado, que hajam aproximadamente 3.500 servidores em formato cloud ativos. O grande desafio é justamente acelerar o processo de adoção da tecnologia a partir do esclarecimento ao mercado. A iniciativa privada se incumbirá de assumir as melhores ações para difundir suas soluções.

No entanto, grande parte do resultado e potencial de crescimento depende efetivamente de maior demanda por soluções baseadas na internet. E quem dita essa demanda é a população digitalmente participante. Segundo um estudo de 2009 do Banco Mundial, a cada 10% de penetração de banda larga na população, ocorre o incremento de 1,38% no PIB per capta. Por este motivo, o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) promovido pelo governo brasileiro vêm gerando esperança e estímulo, pois ações como a tão desejada redução de impostos e intenso investimento em infraestrutura serão a força motriz que faltava para transformar a inata capacidade empreendedora e criativa do brasileiro em potencia mundial em tecnologia.

. Por: Cristian Gallegos, diretor-geral da TECLA Serviços de Internet, empresa do Grupo Alog Data Centers.

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