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22/06/2010 - 12:04

Impressão digital e os anseios do leitor

Sessenta e sete por cento das editoras entrevistadas em pesquisa feita no 1º Congresso Internacional do Livro Digital, realizado recentemente em São Paulo, produzem no máximo três mil exemplares nos lançamentos de títulos. Somente 7% rodam acima de 10 mil. Esta primeira tiragem continua sendo realizada no bom e velho offset.

A tecnologia mais recente da impressão digital, cuja qualidade e definição de traços e cores aproxima-se cada vez mais daquele tradicional processo, é utilizada exclusivamente nas reimpressões por 32% das editoras ouvidas. Outros 32%, contudo, afirmam que ainda não recorrem à nova tecnologia para quaisquer casos. Somente 7% a usam para lançamentos e também reimpressões. É importante lembrar que a impressão digital permite a produção sob demanda de livros, à medida que viabiliza tiragens pequenas.

As respostas das editoras à pesquisa sobre quais os fatores-chave para a decisão de utilizar essa tecnologia, evidenciam as possibilidades que ela suscita: garantia de estoque (5% das empresas); redução do risco, pelo fato de se produzir apenas o mínimo necessário (18%); redução do tamanho do depósito e o investimento nele (11%); capacidade de editar mais títulos com o mesmo investimento (13%); utilização para atender a urgências (18%).

A pesquisa, realizada pela Câmara Brasileira do Livro (CBL), promotora do pioneiro evento, demonstrou, contudo, ser ainda pequeno o índice de obras impressas por meio de tecnologia digital constantes nos catálogos das editoras. Oitenta e seis por cento das empresas têm menos de um quarto produzido dessa maneira. Apenas 2% mantêm metade ou mais de seus acervos com exemplares impressos digitalmente. Tal nível de adesão no mercado brasileiro deve-se, segundo 25% das editoras entrevistadas, ao preço unitário dessa modalidade. Apenas 5% questionam a qualidade do novo processo, mas 16% alegam não ter encontrado um fornecedor adequado. Como se sabe, a grande maioria das editoras não mantém gráficas próprias, contratando no mercado os serviços de impressão.

As editoras que responderam à pesquisa também deverão incluir-se entre as mais de 300 que terão estandes na 21ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, igualmente promovida pela CBL, de 12 a 22 de agosto, no Pavilhão de Exposições do Anhembi. Neste evento aberto ao grande público — o momento do livro no Brasil! —, as pessoas poderão conhecer melhor as mudanças e possibilidades abertas pela tecnologia digital, visitando os espaços das editoras e participando da ampla programação paralela, que contemplará os distintos temas do universo editorial.

Do ponto de vista dos consumidores, a impressão sob demanda viabiliza, por exemplo, a compra daquele sonhado livro que, havia muito tempo, já não era encontrado nos sebos e nos catálogos das editoras e estoques das livrarias. É este olhar do leitor, protagonista número um do mercado, que precisa ser prioritariamente considerado quando se analisam as tecnologias, estratégias e perspectivas para o pleno desenvolvimento do setor livreiro no País.

. Por: Rosely Boschini, presidente da Câmara Brasileira do Livro (CBL).

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