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24/06/2010 - 08:42

Brasil precisa gerenciar melhor os riscos nas estradas , alerta Câmara Setorial de Gerenciamento de Risco

São Paulo – Empresas que exportam cargas ao Brasil enfrentam elevados custos com seguro justamente no trecho rodoviário brasileiro em função de dois fatores que geram perdas quase bilionárias: roubo de carga e acidentes nas estradas. Segundo estimativas da Câmara Setorial de Gerenciamento de Risco, o Brasil está entre os países com os maiores riscos no transporte, em função do fato de que as empresas nem sempre gerenciam de maneira adequada essas operações:

“O gerenciamento de riscos no transporte, no Brasil, tem menos de uma década e ainda há muito a aprender. Embora tenhamos empresas com elevado nível técnico em operação, ainda há relutância por parte de algumas empresas de transporte em contratar um serviço que pode significar a diferença entre lucro ou prejuízo”, explica Rinaldo Araújo Carneiro, diretor do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis de São Paulo e membro da Câmara Setorial de Gerenciamento de Riscos, criada em 2007 pela entidade.

Carneiro assinala que a atividade de transporte de carga reúne hoje embarcadores (as empresas que enviam produtos), transportadores e seguradoras. Com o crescimento do roubo de cargas, várias seguradoras deixaram ou ameaçam deixar o mercado, o que poderia deixar os embarcadores à mercê de perdas que, hoje, ultrapassam os R$ 170 milhões por ano:

“Os gerenciadores de riscos são empresas de inteligência, que podem ajudar a minimizar os riscos inerentes à atividade de transporte de carga em um país como o Brasil, com estradas ruins e policiamento precário”, assinala.

Paulo Lauand, presidente da empresa AutoSat, que disponibiliza tecnologias de monitoramento de cargas, assinala que o atividade de gerenciamento de riscos no Brasil ainda não tem um reconhecimento legal, não tem regulamentação, muito embora atue em um segmento de vital importância para o país, que é o transporte de carga:

“Gerenciar riscos é tentar diminuir a ocorrência de sinistros, de perdas com sinistros, que tanto podem ser roubos quanto acidentes. Os gerenciadores de riscos montam um plano de ação para que o transportador corra menos riscos e as seguradoras minimizem perdas. Muitos pensam que os gerenciadores cuidam apenas do risco de roubo, mas isso é apenas uma parte do processo, pois essas empresas reduzem, também, perdas decorrentes de acidentes com caminhões, que implicam em muitas perdas materiais e até de vidas”, alerta Lauand.

Para Carlos Vadalá, diretor jurídico da Komando Gerenciamento de Riscos, enquanto muitos no segmento de transporte de cargas estão preocupados com os roubos, que somam cerca de R$ 170 milhões por ano, esquece-se as perdas decorrentes de acidentes, que são duas vezes superiores ao que se perde com roubo:

“Os melhores gerenciadores de riscos da atualidade estão desenvolvendo tecnologia para monitorar o comportamento do caminhão no percurso, como velocidade, força “G” nas curvas, frenagens bruscas, entre muitos outros indicadores como temperatura do motor ou integridade dos pneus. Ao monitorar também estes aspectos, os gerenciadores de risco conseguem intervir junto ao motorista em tempo real, via celular, orientando-o sobre os riscos de acidentes. Com isso, conseguimos reduzir acidentes em até 80%, o que é muito importante porque estamos falando também de vidas humanas, do motorista do caminhão e daquelas pessoas que ele pode vir a atingir em caso de acidentes”, assinala.

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