A importância da segurança alimentar

O conceito de segurança alimentar tem dois significados. Em uma acepção, trata-se do combate à fome e da orientação nutricional aos menos favorecidos. Mas, também, em sentido mais amplo, refere-se à necessidade de cuidados especiais na fabricação, processamento, armazenagem e transporte dos alimentos consumidos pelo ser humano. É um assunto que vem ganhando cada vez mais destaque na mídia e importância entre os supermercadistas. Não só pela questão da qualidade alimentar, mas também pelo zelo com a saúde.

Essa discussão ganha ainda mais força quando se analisa a mudança que está acontecendo na atividade supermercadista. Cada vez mais, os supermercados somam à sua função de revendedores de alimentos a de transformadores dos produtos. Em outras palavras, os supermercados – com suas padarias, rotisserie e comidas prontas – não só oferecem os produtos in natura, como também vendem alimentos prontos para o consumo. E os consumidores gostaram. Isso aumenta sobremaneira a responsabilidade no processamento, na manipulação e na estocagem dos alimentos por parte dos supermercadistas.

Com muito trabalho e um cuidado especial nos processos de qualidade, os supermercados, ao longo do tempo, conquistaram a confiança do consumidor na venda de alimentos naturais e não-transformados. O desafio é manter essa confiança com operações mais complexas, de comercialização de alimentos prontos.

Além disso, a segurança alimentar nos supermercados entra também na venda de produtos industrializados. É um dever do supermercadista cuidar do recebimento do produto em boas condições, verificar datas de validade, armazenar de maneira adequada – principalmente os produtos frigoríficos – e obedecer às orientações escritas nas embalagens dos produtos.

A cadeia supermercadista não vai se esquivar do compromisso de zelar pela segurança alimentar do brasileiro. A bem da verdade, as lojas já estão se adaptando às novas realidades impostas. Vale ressaltar a preocupação especial que o setor vem demonstrando com o assunto. Ao buscar profissionalização e qualificação para melhor gerir os alimentos em seu poder, os supermercados demonstram estar cientes e, principalmente, interessados em seguir as melhores práticas de segurança alimentar do mundo.

Como responsável pela maior parte da distribuição de alimentos do País, o setor tem que discutir amplamente o assunto para estabelecer políticas corretas de abastecimento, armazenagem e distribuição condizentes com a preocupação crescente em relação ao tema. Isso inclui necessidades de certificação junto ao fornecedor, programas de rotulagem mais informativa, logística eficiente para o melhor tratamento dos produtos e armazenagem adequada.

. Por: Sussumu Honda é presidente da Associação Brasileira de Supermercados