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25/06/2010 - 09:45

Participação de estrangeiros na dívida interna bate recorde

Brasília - Depois de uma retração em abril, a participação de estrangeiros na dívida interna voltou a bater recorde em maio. De acordo com o Tesouro Nacional, o percentual da dívida pública (mobiliária) interna nas mãos de estrangeiros foi de 8,95% no último mês, o maior já registrado pelo governo. Em valores absolutos, a fatia dos estrangeiros somou R$ 133,4 bilhões.

Em abril, a participação dos aplicadores internacionais havia sido de 8,63%, menos que os 8,87% registrados em maio. A queda foi explicada pela emissão de R$ 74,2 bilhões em títulos do empréstimo para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que elevou o estoque da dívida e reduziu proporcionalmente a fatia dos estrangeiros.

“O empréstimo para o BNDES aumentou o estoque da dívida, reduzindo a participação dos estrangeiros, mesmo eles tendo comprado mais em valores absolutos”, explica o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Fernando Garrido. Apesar da queda percentual, o montante aplicado por estrangeiros na dívida interna aumentou de R$ 121,5 bilhões em março para R$ 126,4 bilhões em abril.

Para o coordenador, a solidez da economia brasileira explica a atratividade dos papéis brasileiros perante os investidores internacionais. “Mesmo no auge da crise financeira, a queda foi pequena. Em pouco tempo, voltamos ao cenário pré-crise e estamos crescendo”, avalia.

Segundo Garrido, o grau de investimento concedido ao Brasil em 2008 despertou ainda mais o interesse dos aplicadores internacionais. Ele afirma que a crise na Europa não abalou a demanda em relação aos títulos do país: “Os papéis brasileiros têm estabilidade maior e sofreram menos em relação aos títulos europeus”.

O coordenador de Operações da Dívida Pública, Otávio Ladeira, até investidores institucionais, como fundos soberanos de outros países, passaram a investir no Brasil. “Percebemos um movimento em que até os fundos mais conservadores estão flexibilizando as regras e passando a aplicar no Brasil.”

Na avaliação de Ladeira, o aumento do peso dos estrangeiros na compra de papéis brasileiros não representa risco para a dívida pública. Isso porque os investidores externos estão interessados principalmente em papéis de longo prazo.

Segundo Ladeira, o Tesouro possui R$ 7 bilhões em títulos prefixados com vencimento em 2021 em circulação. Desse total, cerca da metade está nas mãos de estrangeiros. “O fato de o câmbio ser variável também contribui para os investidores internacionais manterem dinheiro no país em momentos de crises externas.” | Wellton Máximo/ABr

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