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RIO6 chama a atenção para a falta de investimentos e políticas favoráveis ao uso de energias renováveis no Brasil

A necessidade de maiores investimentos do governo brasileiro no incentivo ao uso de fontes limpas de energia foi o tema principal do debate no primeiro dia do Congresso Internacional de Energia - RIO6, que começou dia 17 de novembro (sexta-feira), e continua no dia 18 no Hotel Rio Othon Palace, em Copacabana. Alain Lambert, coordenador no Brasil do UNEP/GEF, falou logo na abertura do evento. Ele acaba de chegar de Nairóbi, onde representantes de todo o mundo estão reunidos para discutir o impacto da emissão de gases.

Ainda durante a abertura, o secretário de Qualidade Ambiental do Ministerio de Meio Ambiente, Vitor Eveibil, fez seu discurso representando a ministra Marina Silva. "O Brasil tem um perfil muito positivo em termos de matriz energética limpa, que deve continar sendo perseguido", disse. Em resposta a comentários sobre a demora de licenciamentos de hidrelétricas feitos anteriormente, o secretário afirmou que isso se deve à necessidade de um maior debate com a sociedade para a instalação de empreendimentos deste porte e ressaltou que o MME defende o foco em energias renováveis.

O secretário da Energia Indústria Naval e Petróleo do Rio de Janeiro, Wagner Victer, citou alguns projetos realizados no estado e anunciou a inauguração de dois centros tecnológicos de energias renováveis no Rio de Janeiro, um na Universidade Estadual do Rio de Janeiro - UERJ e outro na Universidade Estadual Norte Fluminense - UENF. A iniciativa recebeu investimentos de US$ 1 milhão.

Já o deputado federal Mauro Passos, de Santa Catarina, lamentou a pouca preocupação do governo com projetos em seu estado devido à desconexão da agenda política com a agenda ambiental e energética. Segundo o deputado, a solução é convencer os jovens da importância do uso das fontes limpas, pois eles serão os responsáveis pela mudança neste quadro. Participaram também da mesa de abertura o coordenador do evento, Stefan Krauter, que apresentou alguns dados sobre o crescimento das consequências do aumento da emissão de gases causadores do efeito estufa; e ainda representantes da embaixada alemã e da Petrobras.

O primeiro painel do dia foi sobre sustentabilidade, urbanismo e transporte, com a apresentação de projetos e novas tecnologias para uso de fontes de energia renováveis nestes setores. Como exemplos, foram citados programas de eletrificação rural e aplicações nas áreas de telecomunicações e automotiva. Também foram apresentados os conceitos de climatologia para arquitetura e uso de materiais ecológicos para construções. Fibras vegetais como de banana e de coco podem substituir o cimento, e o bambu pode ser usado em substituição ao aço, pois apresenta a mesma força e resistência que o metal.

No início da tarde, dois temas foram discutidos: a eletrificação rural com instalação de módulos fotovoltáicos e o mercado de crédito de carbono. Na primeira sala, no Workshop da Eletrobrás e da empresa alemã GTZ, foram apresentados os projetos de eletrificação rural em outros países, em especial na China, que possui o maior projeto deste tipo no mundo. As empresas estão realizando estudos em parceria para levar energia elétrica a comunidades isoladas por meio das células fotovoltáicas. Segundo Detlev Ullrich, representante da GTZ no Brasil, seria muito caro fazer isso somente por meio da rede elétrica interligada.

Greenpeace - O último painél, sobre políticas de implementação de energias renováveis, contou com a participação de Marcelo Furtado e Sven Teske, do Greenpeace. Sven apresentou um estudo inédito com a estimativa da matriz energética mundial para o futuro, com medidas que devem ser tomadas para que as emissões de gases causem menos danos ao clima. Segundo o estudo, para que a temperatura aumente somente 2º C, a emissão de CO2 deve diminuir em cerca de 50% e todo o sistema de fornecimento de energia mundial deve ser reestruturado. De acordo com Furtado, o mesmo estudo está sendo realizado somente com base no cenário brasileiro e deve ser apresentado em janeiro.

Em seguida, Laura Porto, diretora do Departamento de Energias Renováveis do MME, apresentou o que está sendo feito no país em termos de incentivo ao uso de fontes renováveis. Segundo ela, dois programas já existem, o Luz Para Todos e o Proinfa, porém os incentivos são insuficientes para tornar o fluxo financeiro atrativo aos investidores. "Por isso, afirma, ainda existem barreiras que precisam ser ultrapassadas, sem esquecer a proteção ao consumidor de energia", completa.

Dia 18 (sábado), participam do evento Everaldo Feitosa, vice-presidente do Centro Eólico Mundial e diretor do Centro Eólico Brasileiro; Ciro Ruiz Filho, da Wobben Windpower; e ainda representantes de várias universidades do Brasil e do mundo. Simultaneamente ao evento, está acontecendo a Feira Tecnológica Latino-Americana de Energias Renováveis (LAREF 2006) que conta com a participação da Petrobras, CRESESB/CEPEL, Conergy, Phaesun, Phocos, Natenco, URUtech, Wuerz Energy, IDER, GTZ, Eletrovento, Enersud e RIO Solar.

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