Exposição online traz história do futebol no Brasil

Fotografias, jornais, revistas e outros documentos de época ajudam a contar a história do esporte no país.

São Paulo – Em clima de Copa do Mundo, o Arquivo Público do Estado de São Paulo acaba de lançar mais uma exposição virtual em seu site: “Futebol no Brasil: das origens à popularização” recupera a trajetória dessa grande paixão nacional. Para compor esta exposição, foram selecionados documentos do acervo da instituição, com destaque para fotografias do Jornal Última Hora, cujo arquivo fotográfico está sob a guarda do Arquivo Público desde 1989. É possível ver também uma seleção de matérias de jornais, revistas e propagandas de diferentes épocas. A exposição é constituída por 7 “salas”, que resgatam alguns aspectos importantes da história do futebol no país.

Os primórdios do esporte nos remetem à antiguidade, quando era comum entre muitas civilizações a prática de “jogos de bola com os pés”. O “jogo” passa então a ser praticado nos campos ingleses, onde se torna esporte e é introduzido nos currículos escolares, isso já no início do século XIX. Pouco tempo depois o futebol desembarca no Brasil, com Charles Miller. Em 1895, é realizada a primeira partida de futebol no Brasil, entre funcionários das empresas San Paulo Gas Company e The São Paulo Railway Company.

No início do século XX, o futebol começa a popularizar-se rapidamente no país. Entre as décadas de 1920 e 1930, verifica-se a criação de um grande aumento de times e clubes no país, em sua maioria formados por pessoas de classes operárias e imigrantes. A exposição ainda reserva um espaço para a presença das mulheres no futebol. A participação feminina no esporte não é assim tão recente: o primeiro jogo de futebol entre mulheres de que se tem notícia é de 1921, no bairro do Tremembé, em São Paulo. “Queremos não somente falar sobre futebol, e sim sobre a presença deste esporte no cotidiano dos brasileiros, como também observar o seu papel em diferentes períodos de nossa história”, explica Andresa Oliver, diretora do Núcleo de Ação Educativa do Arquivo Público do Estado de São Paulo.

Um dos principais objetivos desta exposição é incentivar o uso de documentos históricos como recurso pedagógico, ampliando as possibilidades de trabalho do professor em sala de aula. Os professores que visitarem esta exposição poderão escolher entre 11 atividades pedagógicas para trabalho em sala de aula, preparadas de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) para as séries do Ensino Médio (PCNEM).

Entre os alunos é possível discutir questões como a presença do futebol na construção da identidade nacional ou ainda as relações entre o futebol e o marketing. “Porém, não queremos aqui encaminhar atividades “fechadas”; cabe ao professor ficar atento às necessidades e características dos alunos para quem leciona e para a problemática que está a tratar”, explica Andresa.

Uma equipe formada por 4 pesquisadores se dedicou por cerca de 4 meses a esta exposição — em atividades como a leitura de bibliografia sobre o tema, a definição do roteiro, a seleção dos documentos, além da produção dos textos e das atividades pedagógicas. Esta equipe ainda contou com o apoio de outros profissionais ligados à digitalização dos documentos, elaboração do layout da exposição e revisão dos textos. Foram analisados centenas de fotografias, revistas e jornais datados desde o final do século XIX até os dias de hoje. Andresa conta que aquilo que não foi selecionado para a exposição ainda pode ser visto, em breve, na sessão “seleção de fontes” da exposição. [http://www.arquivoestado.sp.gov.br/exposicao_futebol].

Perfil- O Arquivo Público do Estado de São Paulo é um dos maiores arquivos públicos brasileiros. Vinculado à Casa Civil do Estado de São Paulo, sua função é formular uma política estadual de arquivos e recolher, tratar e disponibilizar ao público toda documentação de caráter histórico produzido pelo Poder Executivo Paulista. A instituição mantém sob sua guarda aproximadamente 6 mil metros lineares de documentação textual permanente, 17 mil metros de documentação intermediária, 900m de material iconográfico, grande quantidade de jornais e revistas e uma biblioteca de apoio à pesquisa com 45 mil volumes.