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01/07/2010 - 08:29

Levantamento do Rio Como Vamos no ‘lixômetro’ da Comlurb mostra que volume de lixo público continua alto na cidade

Desafio à população lançado pelo prefeito Eduardo Paes para reduzir quantidade de detritos nas ruas ainda não surtiu o efeito desejado.

Rio de Janeiro– Passados os primeiros seis meses desde o lançamento do desafio de redução do lixo público, proposto pelo prefeito Eduardo Paes para a população, levantamento com base do “lixômetro” da Comlurb mostra que o objetivo de deixar as ruas da cidade mais limpas ainda está longe de ser atingido. O Rio Como Vamos avaliou os dados de dezembro de 2009 (primeiro mês completo após o desafio ter sido feito) a maio deste ano, completando-se um semestre móvel. Os números mostram que a situação do lixo público se mantém na linha regular de sazonalidade, sem apresentar a redução desejada pelo prefeito.

Em dezembro, o lixômetro marcou 99.030 toneladas de lixo público recolhidas na cidade. Esse total chegou em maio a 102.645t, volume 3,65% maior do que o do mês de partida, com pico de 104.307t em março. Na análise por Região Administrativa, o lixômetro mostra que 20 das 33 tiveram aumento no volume entre dezembro e maio, sendo que em dez delas ficou entre 10% e 79% a mais. Apenas cinco RAs tiveram redução mais expressiva entre dezembro e maio: Lagoa (-42,41%), Madureira (-30,55%), Cidade de Deus (-24,48%), Cobacabana (-20,33%) e Centro (-13,85%).

Comparando-se maio de 2010 com o mesmo mês de 2009 (90.558t), o aumento do volume de lixo público do Rio foi de 13,35%. Somente sete RAs tiveram alguma queda de um ano a outro: Paquetá (-38,71%), Lagoa (-34,66%), Cidade de Deus (-28,21%), Madureira (-23,90%), Santa Cruz (-17,10%), Copacabana (-8,18%) e Penha (-6,33%). Na contramão, Rio Comprido teve aumento de 72,48% e Santa Teresa, de 117,97%.

O Centro continua com o maior índice de lixo público per capita. Foram 3,02kg por habitante por dia em maio. É justamente ali que ficam alguns dos locais que, devido ao grande fluxo de pessoas e comércio, exigem mais atenção dos garis na varrição: avenidas Rio Branco e Presidente Vargas, Largo da Carioca, Cinelândia e Lapa. A Rio Branco chega a ser varrida cinco vezes por dia. No extremo oposto, em Santa Cruz cada habitante produziu em maio 221 gramas de lixo público ao dia.

Para a presidente do Rio Como Vamos, Rosiska Darcy de Oliveira, as pessoas precisam entender que a rua pertence a todos e reagir à sujeira: – A redução do lixo público depende sobretudo da participação massiva da população. Na Pesquisa de Percepção do RCV, 63% dos entrevistados disseram se incomodar com bolsões de lixo em seus bairros e 83% afirmaram que as pessoas precisam contribuir com a limpeza das praias, evitando sujá-las. Se os cariocas detestam a cidade suja, quem é que está sujando? Ainda é fraco o entendimento de que a rua, que é percebida como não sendo de ninguém, na verdade pertence a cada um. Quando a população se convencer disso, as 122 mil papeleiras espalhadas pela cidade vão dar conta do recado.

Quase a metade do orçamento da Comlurb deste ano – R$ 400 milhões de um total de R$ 850 milhões – será empregada somente na limpeza do lixo público, que consome por mês 12 mil vassouras e 297.500 sacos e ocupa 5.299 garis (2.523 só na varrição). Parte deste montante, se economizada, o prefeito promete investir nas regiões que mais reduzirem os detritos de suas ruas, conforme anunciado no lançamento do desafio. Com orçamento de R$ 1 milhão já liberado, a Comlurb fará licitação para escolher empresa que fabricará 22 lixômetros em formato de totem, como o já existente em Copacabana. Os aparelhos serão espalhados pela cidade e a expectativa é que, ao facilitar a visualização, a adesão popular à campanha aumente.

Veja outras tabelas e gráficos sobre o levantamento do lixo público no site do Rio Como Vamos (www.riocomovamos.org.br), no índice “Meio Ambiente” (à esquerda na home).

Perfil- O Rio Como Vamos é um movimento de cidadania que propõe a mensuração e divulgação de indicadores da qualidade de vida no Rio de Janeiro. Sua meta é municiar a sociedade com informações para que ela possa exigir a melhoria nos serviços prestados pela administração pública. Inspirado no bem-sucedido Bogotá cómo Vamos – desenvolvido na capital colombiana há mais de dez anos e que é reconhecido naquele país como o programa responsável pela melhoria da qualidade de vida e pela eleição de uma seqüência de três prefeitos com bom desempenho – o movimento carioca foi lançado no dia 28 de agosto de 2007, por representantes da sociedade civil e empresários. Seu objetivo é mobilizar a população para fiscalizar a evolução da qualidade de vida na cidade.

A ideia nascida na capital colombiana se espalhou por outros países da América Latina, formando uma rede de cidades com objetivos comuns, como Cali, Cartagena e Medelín (Colômbia), Buenos Aires (Argentina), Lima (Peru), Quito (Equador) e Santiago (Chile). No Brasil, o movimento já está presente em 33 cidades, entre elas Rio de Janeiro, São Paulo – a primeira cidade brasileira integrante da rede, onde ganhou o nome de Nossa São Paulo: Outra Cidade –, Brasília (DF), Belo Horizonte (MG), Belém (PA), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Goiânia (GO), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Salvador e Ilhéus (BA), Santos (SP), Vitória (ES), além de Niterói e Teresópolis (RJ).

O sistema de indicadores do Rio Como Vamos engloba 13 temas: Saúde; Educação; Transporte; Violência e Segurança Pública; Pobreza e Desigualdade Social; Meio Ambiente; Lazer e Esporte; Cultura; Habitação e Saneamento; Inclusão Digital; Trabalho, Emprego e Renda; Orçamento e Vereadores. Para se chegar a esses indicadores, o grupo técnico do movimento definiu uma série de critérios, tais como a forma como a população poderá utilizar as informações; a possibilidade de desagregação dos dados para que seja avaliada cada região e/ou bairro; a existência de uma série histórica; entre outros. A ideia é, a partir desses indicadores, mapear áreas da cidade e setores da administração pública que necessitam de mais atenção e investimentos. | . [ Gráficos.: Fonte: Lixômetro/Comlurb – Elaboração: Rio Como Vamos].

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