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01/07/2010 - 08:51

Cristo Redentor; monumento com restauração concluída volta a iluminar o Rio de Janeiro


Fábio Spina, diretor de Relações Institucionais da Vale, Márcia Lins, secretária estadual de Turismo e Esporte, Dom Orani Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro, e Antônio Pedro Figueira de Mello, secretário municipal de Turismo

Após quatro meses de muito trabalho, sob sol, chuva e ventos, Arquidiocese do Rio entrega monumento restaurado a partir de patrocínio da Vale.

A imagem do Cristo de braços abertos que cariocas e turistas se acostumaram a contemplar de vários pontos da cidade ficou coberta, nos últimos quatro meses, por 89 toneladas de andaimes. Tudo isso por um motivo nobre: a restauração do monumento que é símbolo do Brasil em todo o mundo. Com muito cuidado, mais de cem pessoas trabalharam para deixar a estátua novinha em folha. É com orgulho que nesta quarta-feira, dia 30 de junho, a Arquidiocese do Rio entrega a todos os que amam o Rio e o Brasil o monumento ao Cristo Redentor restaurado, pronto para a visitação.

Para comemorar a data, bênçãos serão realizadas durante todo o dia. À noite, por volta das 21h50m, o monumento receberá uma iluminação especial, em verde e amarelo. A imagem poderá ser vista iluminada dessa forma durante sete noites seguidas. Detalhes das obras

A estátua de 30 metros de altura, com oito metros de pedestal, foi construída 709 metros acima do nível do mar, no topo do Morro do Corcovado, e completa 80 anos em 2011. Algumas intervenções foram feitas desde então, mas as condições meteorológicas a que o monumento está exposto demandaram um completo restauro. Por isso a Arquidiocese do Rio fez parceria com a Vale e a empresa investiu R$ 7 milhões nas obras, iniciadas em março.

Os problemas detectados eram superficiais, não comprometiam a estética do monumento, mas exigiam cuidados para não se tornarem danos maiores. Foi preciso, por exemplo, repor mosaicos de pedra-sabão perdidos pelo revestimento. Para isso, foram necessárias mais de 60 mil pedras-sabão, que vieram da mesma jazida em Minas Gerais utilizada na época da construção da estátua.

Durante o trabalho, os técnicos descobriram que havia um dreno obstruído. Por conta disso, de cada braço da estátua foram retirados aproximadamente 300 litros de água. Foram também reparadas pequenas rachaduras, refeitos rejuntes e realizada uma limpeza geral. Mais de 300 sacos de cimento foram utilizados. Além disso, um sistema de iluminação interna foi instalado no monumento para facilitar intervenções que sejam necessárias dentro da estátua.

No pico das obras, havia 166 pessoas trabalhando no monumento ao mesmo tempo. Foram operários, engenheiros civis, arquitetos restauradores, arquitetos urbanistas, pesquisadores e assistentes. O trabalho da Cone Construções e Engenharia e da Mitra foi acompanhado de perto pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), já que se trata de monumento tombado, e pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), para garantir que não houvesse danos à Mata Atlântica.

Um exemplo desse cuidado foi que a lona usada para cobrir o monumento e danificada pelas fortes chuvas do início de abril foi rapidamente recolhida para evitar poluição na floresta. Segundo o engenheiro Clézio Dutra, sócio da Cone, o período mais difícil de trabalho foi exatamente aquele. Os ventos fortes levavam à suspensão dos trabalhos e por conta da chuva de 6 de abril, que interditou os trilhos do bondinho e a estrada de acesso, o serviço foi interrompido por três dias. Mas logo em seguida os trabalhadores se mobilizaram para levar o material das obras em carros particulares, já que os caminhões não conseguiam subir. Foi um grande esforço para concluir a restauração dentro do prazo.

História do monumento - Quem nunca ouviu dizer que o Cristo Redentor, erguido no alto do Morro do Corcovado no Rio de Janeiro, foi um presente da França? Ou até mesmo que a obra teria vindo da França para o Brasil de navio? Essas são algumas das histórias contadas por vários anos e que acabaram tornando-se conhecidas, mas que não retratam a verdade histórica da construção do monumento.

Para esclarecer esses fatos, faz-se necessário voltarmos no tempo, especificamente para o ano de 1921 quando surgiu a ideia da construção do monumento ao Cristo Redentor para marcar a comemoração do 1º Centenário da Independência do Brasil que se daria no ano seguinte. O Círculo Católico se reuniu para discutir o projeto e o local da edificação. O Corcovado foi escolhido entre mais dois candidatos: o Pão de Açúcar e o Morro de Santo Antônio. Mais de 20 mil pessoas assinaram um documento pedindo autorização ao presidente Epitácio Pessoa para a construção no local.

O autor do projeto do Cristo foi o engenheiro Heitor da Silva Costa, que em 1923 firmou contrato com a Comissão Organizadora do Cristo Redentor para construção da obra. Neste documento, ele cede os direitos autorais do projeto para a comissão organizadora do monumento, sucedida pela Arquidiocese do Rio de Janeiro.

O projeto escolhido mostrava Jesus segurando uma cruz na mão direita e o globo terrestre na esquerda. Atendendo a pedido do então arcebispo Dom Sebastião Leme, o engenheiro buscou um sentido mais religioso para a estátua e, com a colaboração do desenhista e pintor brasileiro Carlos Oswald, a figura de Cristo passou a ter o aspecto da cruz, estendendo os braços, como está hoje.

Para desenvolver o projeto já existente, Silva Costa foi à França contratar o artista Paul Landowski para executar maquetes e esculpir as mãos e a cabeça da estátua. Há registros históricos de que o estatuísta francês também cedeu seus direitos autorais ao órgão que hoje é a Arquidiocese do Rio, visto que esta seria uma condição imposta pela igreja.

Os recursos para a construção foram obtidos através de uma campanha nacional para arrecadação de fundos para a obra. As doações foram feitas por fieis às paróquias de todo o Brasil. Ou seja, ao contrário do que alguns pensam, foi uma obra de brasileiros custeada por brasileiros.

A execução dos braços foi a parte mais difícil porque não havia solo firme para apoiar os andaimes. A base do pico do Corcovado era pequena, com cerca de 15 metros, A execução dos braços foi a parte mais difícil porque não havia solo firme para apoiar os andaimes. A base do pico do Corcovado era pequena, com cerca de 15 metros, o que aumentou a dificuldade. O menor descuido poderia gerar um acidente fatal. A mais de 700 metros de altura, as condições de trabalho eram extremas e os operários expostos a ventos fortes, temporais, raios, frio e calor intensos. No entanto, o monumento foi inaugurado em 12 de outubro de 1931 e durante as obras nenhum acidente foi registrado.

Algumas curiosidades sobre o monumento: . Os pequenos mosaicos de pedra-sabão usados no revestimento da estátua eram colados em folhas de papel por senhoras da sociedade reunidas na Paróquia Nossa Senhora da Glória. Depois essas folhas eram aplicadas no monumento pelos operários.

. O coração do Cristo Redentor, que é visível na imagem, também se projeta internamente e é a única parte não visível revestida de pedra-sabão.

. Em 1923, o Cardeal Dom Sebastião Leme instituiu a “Semana do Monumento”, de 2 a 9 de setembro, para doações destinadas à construção. A população aderiu com entusiasmo e resultado foi acima da expectativa.

. A ideia de Heitor da Silva Costa era representar materialmente os atributos da redenção. O seu projeto trouxe no corpo de Jesus o formato da cruz, com tronco ereto e braços horizontais. A imagem traz as chagas nas mãos de Cristo representando a prova de seu sofrimento e ressurreição. O Sagrado Coração simboliza seu infinito amor.

. Na base do monumento ao Cristo Redentor foi construída a Capela de Nossa Senhora Aparecida, com 50 lugares. Há três anos ela foi transformada em Santuário por Dom Eusébio Scheid e lá são celebradas missas diariamente, além de batizados e casamentos.

. Outros projetos concorreram com o de Silva Costa. O projeto de Adolpho Morales de Los Rios trazia uma capela com quatro aberturas em arcos e, em cima, o Cristo com os braços abertos pousados sobre um globo terrestre. Já o de José Agostinho Reis trazia uma grande cruz e na base uma capela com cerca de 10 metros de altura.

. A estátua foi construída toda em concreto armado. Só a cabeça pesa 30 toneladas. Ela foi projetada para que o Cristo Redentor olhasse para baixo, reverenciando a cidade.

. As pedras-sabão que revestem a cabeça e o braço do monumento são mais finas. O objetivo é valorizar detalhes dos olhos e dedos.

. Os braços da estátua têm uma distância de 28 metros entre os extremos dos dedos. Somente uma das mãos pesa oito toneladas.

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