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06/07/2010 - 08:13

Cesta Básica: preços continuam em queda

Das 17 capitais onde o DIEESE - Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos – realiza a Pesquisa Nacional da Cesta Básica, 16 apresentaram queda de preço em junho. Em nove cidades, a queda superou -3%; em outras quatro, ficou entre 2% e 3%. As maiores reduções ocorreram em Manaus (-5,14%), Rio de Janeiro (-5,08%) e Vitória (-4,83%). A única capital onde a cesta básica registrou aumento de preços foi Goiânia (alta de 5,22%), onde o preço do feijão explica a maior parte desta variação.

A aquisição do conjunto de itens básicos em São Paulo custou R$ 249,06, o maior valor entre as localidades pesquisadas. Em Porto Alegre, o preço da cesta correspondeu a R$ 248,15 e, em Manaus, ficou em R$ 236,57. As cidades mais baratas foram Fortaleza (R$ 181,92), Aracaju (R$ 184,17) e João Pessoa (R$ 193,94).

Com base no maior valor apurado para a cesta e levando em consideração o preceito constitucional que estabelece que o salário mínimo deva suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o DIEESE estima mensalmente o salário mínimo necessário. Em junho, o valor do mínimo foi calculado em R$ 2.092,36, o que representa 4,1 vezes o mínimo em vigor, de R$ 510,00. Em maio, o piso mínimo era estimado em R$ 2.157,88 (4,23 vezes o menor salário legal), enquanto em junho do ano passado correspondia a R$ 2.046,99, ou seja, 4,4 vezes valor então vigente (R$ 465,00).

Variações acumuladas- No primeiro semestre deste ano, em todas as localidades pesquisadas os preços acumulam aumento. As maiores variações foram registradas em Recife (21,88%), Goiânia (16,88%), Natal (13,80%), além de João Pessoa e Salvador, com 13,66% e 13,49%, respectivamente.

Nos últimos 12 meses, apenas em Fortaleza foi registrada redução no valor da cesta (-3,58%). Ao longo deste período, Manaus apresentou a maior variação para o conjunto dos produtos: 10,64%. Entre as 16 cidades com variações positivas, as menores ficaram em Vitória (1,68%), Porto Alegre (1,84%) e Aracaju (4,43%) - Tabela 1.

Cesta x salário mínimo - Para adquirir a cesta básica, o trabalhador que ganha salário mínimo precisou cumprir, em junho, na média das 17 capitais pesquisadas, jornada de 94 horas e 56 minutos, tempo menor que o exigido em maio (97 horas e 39 minutos). Em junho de 2009, a mesma compra comprometia jornada bem inferior: 90 horas e 14 minutos. Quando se considera o percentual do salário mínimo líquido gasto com a cesta, após a dedução da parcela referente à Previdência Social, também é possível notar um pequeno recuo, em junho (46,90%) em relação ao comprometido em maio (48,24%). Em junho de 2009, o custo da cesta representava 48,90% do mínimo líquido.

Comportamento dos preços - A batata, nas nove capitais onde é pesquisada, todas fora do eixo Norte-Nordeste, foi o produto que mais influenciou a queda no preço da cesta. Em Goiânia, única localidade com alta geral (5,22%), o preço da batata mostrou recuo muito menor que nas demais cidades (-1,24%). Nas demais localidades, a variação no preço do produto ficou entre -20,61% (São Paulo) e -39,83% (Curitiba).

O tomate, pesquisado em todas as localidades, também influiu, ainda que em menor medida, repetindo movimento observado no mês anterior. O produto apresentou queda em 15 cidades. Nas capitais do Norte e Nordeste, foi o item que mais influenciou a redução do valor mensal da cesta. Nas oito localidades pesquisadas nestas regiões, a redução no preço do produto variou entre -7,95%, em Fortaleza, a -18,97%, em João Pessoa. No total das localidades pesquisadas, em dez capitais, a diminuição dos preços médios ficou acima de -10%. A segunda maior redução ocorreu em Vitória (-18,71%). Altas em Curitiba (5,33%) e Florianópolis (0,79%). Produto de grande peso na cesta, a carne mostrou comportamento diferenciado no mês, com alta em oito cidades, a maior em Goiânia (7,57%), e redução em outras nove, entre as quais mais se destacou Natal (-3,85%).

O arroz registrou alta forte em Brasília (16,42%) e depois em Goiânia (4,92%). Entretanto, em 11 cidades a variação esteve entre + 0,55% e – 1,88%, o que mostra relativa estabilidade nos preços do produto. As maiores quedas ficaram em Vitória (-5,46%), Curitiba (-5,41%) e Aracaju (-4,75%). O feijão, que forma dupla com o arroz na preferência do consumidor brasileiro, apresentou aumento em 10 cidades. Os destaques foram Goiânia, Aracaju e Natal, com altas de 35,87%, 29,94% e 8,27%, respectivamente. Nas demais localidades (sete no total), os aumentos ficaram entre 5% e 1,3%. Nas cidades onde o produto barateou (também sete), as variações ficaram entre -0,3% (Curitiba) e -6% (Porto Alegre).

O preço do pão subiu em 12 cidades. A maior alta foi observada em Goiânia, 3,63%, e a segunda maior, em Aracaju (1,74%). As maiores baixas ocorreram em Natal (-2,41%) e Recife (-2,36%).

O açúcar foi o segundo produto com maior queda de preços em todas as localidades: a variação foi negativa em 14 cidades e nula em Recife. As maiores baixas foram verificadas em Vitória (-13,87%) e São Paulo (-13,00%), enquanto as altas ocorreram em Brasília (11,22%) e Belém (1,22%). As variações do gasto total por produto e por região podem ser melhor avaliadas na Tabela 2, a seguir:

São Paulo- Entre as capitais pesquisadas, a capital paulista registrou o maior valor (R$ 249,06) para o conjunto de produtos que compõem a cesta básica. Este valor representou retração de -2,83%, em relação a maio. A variação acumulada entre janeiro e junho deste ano foi de 9,15%, muito próxima do verificado na composição em 12 meses (9,19%).

Sete dos 13 produtos que compõem a cesta básica pesquisada pelo DIEESE tiveram queda, em São Paulo, em junho. As maiores reduções ocorreram para a batata (-20,61%), o açúcar (-13,00%) e o tomate (-4,70%). Entre os produtos com alta, destacam-se a banana (0,50%), seguida do arroz (0,48%) e do café, com variação de 0,33%.

Em 12 meses, o preço da cesta básica subiu 9,19%. Cinco itens tiveram queda nos preços e, para dois deles, a redução foi bem expressiva: leite (-9,3%), óleo de soja (-8,1%).

No mesmo período foi apurada alta para o feijão (61,3%), o açúcar (36,6%), o tomate (16,50%) e a batata (14,0%). O trabalhador paulistano remunerado pelo salário mínimo precisou cumprir, em junho, jornada de 107 horas e 26 minutos para adquirir o conjunto de produtos alimentícios essenciais. Em maio, a mesma compra requisitava uma jornada de 110 horas e 34 minutos.

O mesmo comportamento é verificado na comparação do custo da cesta com o salário mínimo líquido – após o desconto da Previdência Social. Em junho, 53,08% do rendimento líquido estavam comprometidos com a compra do conjunto dos produtos. Em maio eram exigidos 54,63% do mínimo líquido. [www.dieese.org.br]

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