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15/06/2007 - 09:53

Renda maior e flex estimulam mercado de combustíveis

São Paulo - O mercado brasileiro de combustíveis deve continuar "extremamente" aquecido até o final de 2007, e as vendas no país, principalmente de álcool hidratado, superariam as expectativas este ano, com a economia crescendo mais e um maior número de veículos flexfuel nas ruas, avaliou a principal executiva do braço da Petrobras na distribuição.

A BR Distribuidora, a maior do Brasil no setor de distribuição de derivados de petróleo e de álcool carburante, trabalha com previsão de um mercado brasileiro de combustíveis de 85,6 bilhões de litros em 2007, crescimento de 3,2 por cento em relação a 2006, mas essa estimativa não contava com "aumento tão grande" das vendas dos carros bicombustíveis.

"Pode ficar até um pouquinho a mais (do que 85,6 bilhões de litros), disse a presidente da BR Distribuidora, Maria das Graças Silva Foster, por telefone `Reuters.

"Com o crescimento das frotas, os novos carros no mercado, tem havido até fila de espera para ter um carro novo. Tem carro na rua, tem combustível a mais...", acrescentou ela, lembrando que as montadoras venderam 24 por cento a mais nos primeiros cinco meses do ano, com os bicombustíveis abocanhando quase todo o mercado de veículos novos.

"Não é apenas uma troca da frota, são carros novos circulando, e os carros velhos também estão circulando, e ainda tem o maior poder aquisitivo, o cara pega o carrinho dele e tem que colocar combustível", disse a presidente da companhia, que planeja fechar o ano com 17 por cento do mercado de álcool e 26,4 por cento do de gasolina.

Se do lado da demanda as perspectivas são boas, em função até de uma "melhor distribuição de renda" no país, segundo Foster, o lado da oferta, especialmente de álcool, com uma safra de cana 10 por cento maior, também deve colaborar com preços mais baixos para um aumento do consumo.

No primeiro semestre de 2007, as vendas de álcool hidratado (usado nos flexfuel) no mercado brasileiro devem atingir 3,74 bilhões de litros, com aumento de 44 por cento em relação ao mesmo período de 2006, segundo a BR Distribuidora, uma alta superior à do primeiro trimestre do ano (42 por cento), que também foi acima do projetado. Nos primeiros três meses do ano, o consumo nacional de gasolina aumentou apenas 2,8 por cento.

A executiva observou, no entanto, que o crescimento das vendas de álcool hidratado no semestre deverá se dar mais pelo aumento da circulação de veículos bicombustíveis do que pelos preços, uma vez que o valor médio na bomba no Brasil para o início de junho (1,58 real) é praticamente o mesmo de janeiro, com pico em maio (1,67 real), quando a safra do centro-sul do Brasil estava começando.

"No segundo semestre pode ser até melhor, por causa do preço mais acessível (do álcool)", salientou Foster.

"Quando chegar julho, agosto e setembro, que você está com um preço menor (com a safra em processamento) e mais carros flexfuel, aí deve ter um crescimento significativo."

Exportação menor, maior oferta - Com o mercado sinalizando com exportações de álcool combustível menores este ano, em função de uma supersafra de milho esperada nos Estados Unidos, os maiores compradores do produto brasileiro em 2006, é possível que boa parte do aumento da produção de álcool fique no mercado interno, o que deve pressionar mais os preços.

"Então isso aí já torna mais tímida a exportação... Se você for exportar eventualmente menos... Se esse álcool fica no Brasil, você vai estar mais ofertado, a tendência é de que o preço fique menor, se o preço fica menor, tem mais candidatos a usar o álcool", comentou a presidente da BR, que atua na logística das exportações de álcool.

Dessa forma, segundo ela, isso fará com que até aqueles que têm flexfuel mas ainda usam gasolina passem a optar pelo biocombustível.

Questionada sobre os efeitos do recém-anunciado aumento da mistura de álcool anidro na gasolina no mercado para 25 por cento, Foster não considerou que isso causará queda significativa do preço da gasolina e também não se alongou muito sobre os reflexos para o hidratado. Disse apenas que a maior utilização do combustível renovável liberará espaço nos tanques das usinas.| Por: Roberto Samora/Reuters.

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