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08/07/2010 - 08:47

Tecnologia de combustíveis e aditivos avança em favor do meio ambiente

A AEA – Associação Brasileira de Engenharia Automotiva promoveu no dia 30 junho, no Milenium Centro de Convenções, em São Paulo, o III Simpósio Internacional de Combustíveis e Aditivos, que trouxe o tema “Oportunidades e desafios na Matriz de Combustíveis Veiculares”, dividido em dois grandes painéis - Gasolina e Diesel – nos quais a tônica foi a tecnologia, durabilidade de motores e o meio ambiente.

A superintendente da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Bicombustível - ANP, Rosângela Moreira de Araújo, com a palestra sobre “Ações da ANP em Combustíveis Fósseis e Renováveis no Brasil”, apresentou a importância da expansão dos bicombustíveis, o desenvolvimento de novas tecnologias para produção, aplicação do etanol em motores automotivos e a descoberta do pré-sal que pode tornar o País de importador a exportador de energia e os focos das revisões das Resoluções ANP. “A ANP busca antecipar-se e acompanha o uso de novos combustíveis e novas tecnologias para facilitar a regulamentação, indispensável nos ajustes para adequação às novas condições do mercado”, sustentou.

Responsável pelo Laboratório de Motores e Emissões, e também atual presidente da Comissão de Energia e Meio Ambiente da Anfavea – Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, o engenheiro químico Henry Joseph Jr. falou sobre “Combustíveis X Tecnologia de Motores Leves”. “Com o avanço de novas tecnologias, conseguimos a eliminação do aditivo chumbo tetraetila da gasolina, inserimos a obrigatoriedade da adição de aditivos marcadores para solventes, reduzimos também os teores de enxofre da gasolina e do Diesel e as melhorias das características funcionais e protetivas dos combustíveis em geral por meio da Resolução ANP nº 38/2009”, sintetizou.

Na palestra “Avaliação de aditivos detergentes-dispersantes para gasolina brasileira”, o consultor da Petrobras e da Cenpes - Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello, Ricardo Sá, afirmou que “por meio de testes ASTM D 6201, que empregam a metodologias internacionais para avaliação de depósitos em válvulas, verificamos que o motor é sensível à formação de depósito de resíduos. Encontrados em diferentes tipos de gasolina comum, os testes confirmaram que é viável para mercado o uso de gasolina aditivada, responsável por reduzir até 90% do acúmulo de resíduos nas válvulas e injetores, o que proporciona maior durabilidade ao motor”, explicou Sá.

A Lubrizol Corporation enviou ao III Simpósio Internacional de Combustíveis e Aditivos o seu global segment manager Frop – Fuels, Refinary and Oilfield Products, Steve Semenczuk, que teceu minuciosos comentários à respeito do mercado mundial de aditivos, seu papel e contribuição ao ser humano e ao meio ambiente. Na sequência, Cláudio Lopes, gerente de Vendas da Afton Chemical, falou sobre “Aditivos – estratégias de diferenciação no mercado mundial”, para quem “os fatores determinantes para a redução do consumo de combustíveis e a busca pela diminuição das emissões, altos preços, redução da dependência de petróleo e competição para encontrar combustível diferenciados, passam necessariamente pela combinação de combustão eficiente, motor limpo, redução de atrito e o uso de aditivos. Pesquisa de mercado mostra que 20% dos consumidores preferem distribuidoras que oferecem combustíveis de desempenho diferenciados. Aqui no Brasil, usuários pagam 18% a mais por gasolina de alta octanagem e composição mais limpa”, argumentou Lopes.

A última palestra do período da manhã foi a do analista de pesquisa da Hart Energy Consulting, Fabrício Cardoso, com o tema “Tendências Globais da Qualidade dos Combustíveis e Biocombustíveis”. Segundo ele, a introdução de combustíveis renováveis – os biocombustíveis – é apreciada por muitos países, em especial por reduzir a dependência da importação de combustíveis fósseis e incentivar o desenvolvimento da cadeia agrícola.

A segunda parte do III Simpósio Internacional de Combustíveis e Aditivos teve início com a palestra “Perspectivas do Mercado Automotivo – A visão do crescimento de veículos pesados no mercado brasileiro (leve e médio-mercado da frota diesel)”, conduzida pelo gerente executivo da Área de Conceituação, Simulação e Veículos Especiais da MAN Latin America, Mauro Simões. “O Brasil possui cerca de 90% de estradas não pavimentadas e precisa de um investimento para melhorar rodovias e vem buscando novas formas de bioenergia, para atender a previsão de um crescimento de 20% de novos consumidores até 2019. O sistema logístico rodoviário é responsável por 60,5% pelo crescimento sustentável do PIB do País e para atender ao panorama atual do mercado precisa seguir as normas de restrições de entrega no horário de pico no centro expandido, investimento em transporte e renovação da frota, providências necessárias para evitarmos um apagão logístico”, alertou Simões.

Painel Diesel – A apresentação “Projeto Best - Bioethanol for Sustainable Transport”, da professora Sílvia Gonzalez, pesquisadora da USP, do Instituto de Eletrotécnica e Energia e do CENBIO - Centro Nacional de Referência em Biomassa, foi a primeira do Painel 2 - Diesel. “O projeto busca promover o uso eficiente da biomassa como fonte de energia no Brasil. O Diesel é responsável por 52% da demanda de combustível utilizado no País e a meta é reduzir este consumo por meio da substituição por bicombustíveis e mostrar os avanços tecnológicos nesta área. O projeto Best visa incentivar o uso de etanol no abastecimento do transporte urbano no Brasil e no mundo. Em 2007, começamos os testes com primeiro ônibus abastecido com etanol e obtivemos ótimos resultados, surpreendendo nossas expectativas de manutenção e potência. Além de ser um combustível renovável, limpo e biodegradável, reduz a poluição em 90% de materiais particulados e 62% NOx, atende ao Euro 4 e principalmente não contem enxofre em sua composição, diminuindo assim cerca de 80% das emissões de gases, além de estimular empregos na zona rural”, concluiu Gonzalez.

Dentro do contexto ambiental, o gerente de Marketing da Amyris, Adilson Liebsch, dissertou com o “Diesel de Cana”, tecnicamente viável, mas ainda em questionamento quanto à escala de produção.

A engenheira do Departamento de Tecnologia de Combustível da Infineum, Georgiana Plostinar, com o tema “Problemas com a oxidação: Biodiesel, Filtrabilidade”, abordou o grande desafio da indústria automotiva em utilizar biodiesel (com ésteres metílicos de ácidos graxos) em baixas temperaturas. “Estamos focando a importância da utilização de aditivos ou soluções que podem ter custo mais eficaz devido a baixa filtrabilidade do biodiesel e a cristalização de cera encontrada na presença de ácidos graxos que mostra aumento da quantidade de ácidos gordos e o entupimento de filtros e componentes automotivos”, explica Plostinar.

A palestra de Christian Wahnfried, especialista em Combustível, Emissões e Validação da Bosch, em seu trabalho “Etanol em Ciclo Diesel”, disse que a flexibilidade é um fator decisivo no processo de aquisição de um veículo e também a redução de custos operacionais de manutenção dos frotistas, enquanto o engenheiro de Desenvolvimento do Sistema de Dosagem do Arla 32, da Mercedes-Benz do Brasil, Anibal Machado, falou sobre o Arla 32, suas normalizações, efeitos e riscos de contaminação no processo logístico e como funciona a tecnologia BlueTec da montadora alemã.

Para fechar o III Simpósio Internacional de Combustíveis e Aditivos, Frederico Guilherme da Costa Kremer, gerente de Soluções Comerciais da Petrobras, encerrou os trabalhos com o tema “Status, Cronograma: Níveis de Enxofre, Fases do PROCONVE - Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores e Euro V”. “A Petrobras vem estudando a situação da produção do Diesel no Brasil para atender às normas de emissões. Por isso, haverá substituição gradativa de sua oferta de óleo Diesel automotivo interior, com 1.800 ppm de enxofre, por aquele com teor de 500 ppm de enxofre, a partir de 1º de janeiro de 2009, até substituí-lo totalmente em 1º de janeiro de 2014, por S50 e S10, conforme regulamentação a ser editada pela ANP”, concluiu Kremer.

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