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08/07/2010 - 08:54

Carro Elétrico: estamos olhando o binóculo pelo lado contrário?

O governo brasileiro às vezes tem atitude capaz de encantar até os países mais desenvolvidos, a exemplo, de fazer da Embraer (Empresa Brasileira de Aeronáutica) um orgulho nacional. Já em outras ocasiões, como agora, com o assunto do carro elétrico, mais parece uma avestruz com a cabeça enterrada no arbusto.

A comunidade internacional, indústrias, governos, organizações não governamentais, lideranças mundiais e boa parte dos países do globo terrestre, mostram-se interessados em conversar para apoiar o desenvolvimento do carro elétrico, pois enxergam, um importante auxílio para sanar questões ambientais e geopolíticas.

O governo brasileiro parece ser um dos poucos que insiste em ignorar o assunto, muito embora tenha dado, recentemente, sinais de maturidade ao aceitar dialogar e até dizer-se disposto a investir, para ter uma marca de carro nacional. Mas, infelizmente, mesmo contra a vontade da maioria, o presidente Lula recuou e cancelou um encontro que estava agendado para o dia 25 de maio, quando seria discutida a participação brasileira no tema.

Qual, afinal de contas, seria o motivo do silêncio? É sabido que 98% da energia elétrica produzida no Brasil, atualmente, não é poluente: 85% deriva-se de Hidrelétricas; 6% de Usinas Termoelétricas movidas a Gás Natural, Biodiesel e Etanol; 4%, Nuclear; 2%, Eólica e 1%, Solar.

Por outro lado, metrópoles, como São Paulo, tem 90% da poluição oriunda das descargas de veículos automotores. Além disso, a redução da poluição sonora com o carro elétrico será enorme, já que o motor quase não faz barulho. Ressalta-se ainda que não estamos falando de um país com frota pouco expressiva. O Brasil é o quinto maior mercado automobilístico do mundo.

O que falta então para o governo brasileiro dar um passo em direção ao diálogo e ao desenvolvimento? Seria a preocupação com a possibilidade de comprometimento da principal fonte geradora de energia, já que no passado recente tivemos apagões? Esse argumento não se sustentaria, pois as baterias dos carros elétricos poderiam ser recarregadas em horários de baixo consumo, a exemplo, do período da madrugada.

Seria então o fato do nosso país dispor de um modelo bem-sucedido de motores bicombustíveis? Não creio, pois o carro elétrico não é concorrente dele. É, na verdade, uma tecnologia complementar. Aliás, o país tem muito mais a ganhar com a diversificação da frota, em termos de combustíveis, do que com a concentração.

Não podemos esquecer dos problemas de falta de abastecimento de álcool que a população brasileira convivieu em um passado recente. Além disso, o pré-sal pode não ser a pérola que muitos imaginam e uma crise do petróleo, que pode parecer improvável, não deve ser ignorada.

O carro elétrico não é um assunto político, mas sim social, econômico e de saúde pública. O que está em jogo é a melhoria da qualidade do ar que respiramos no planeta e por que não dizer de nossa sobrevivência? O Brasil cujas pretensões de representatividade junto a comunidade internacional – assento permanente na Organizacação das Nações Unidas (ONU), por exemplo, só é proporcional aos seus limites territoriais, não pode apequenar-se diante de fato tão relevante.

É preciso estar atento para os riscos que o governo corre ao optar pelo não enganjamento do carro elétrico como forma de melhorar o meio-ambiente – e não podemos ignorar que a omissão é uma opção. No mínimo, seremos responsabilizados por retardar o desenvolvimeto, e o que é pior, deixar um elevado custo ambiental para os nossos filhos e netos. Que fiquemos todos atentos ao que disse o grande líder Winston Churchill: "O preço da grandeza é a responsabilidade."

. Por: Evaldo Costa, diretor do Instituto das Concessionárias do Brasil, escritor, consultor, conferencista e professor.Autor dos livros: “Alavancando resultados através da gestão da qualidade”, “Como Garantir Três Vendas Extras Por Dia” e co-autor do livro “Gigantes das Vendas” | Site: www.evaldocosta.com | Blog: http://evaldocosta.blogspot.com | E-mail: [email protected]

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