De onde vem a água do seu cosmético?

A boa qualidade da água é imprescindível para garantir que os ativos cheguem ao interior da pele e proporcionem o efeito desejado.

Segundo alguns historiadores, há milhares de anos homens e mulheres já usavam cosméticos como na antiga Grécia, onde as pessoas utilizavam óleos para banho e outros produtos de embelezamento. Muitas mulheres, contudo, sofriam de envenenamento por chumbo porque usavam máscaras faciais sem conhecer os malifícios desse metal. Por certo, até hoje, muitos consumidores ainda adquirem produtos sem conhecer a composição, sobretudo a eficácia e origem da água, presente em todos os cosméticos, podendo chegar até 90% da formulação de um hidratante, por exemplo.

Para a estudande de Administração de Empresas, Driele Teixeira, consumidora assídua de cosmésticos, a qualidade e a procedência da água dos seus cosméticos nunca despertou interesse, até mesmo em virtude da falta de divulgação sobre o assunto. “Sempre ouvi falar que devo procurar produtos com ativos específicos para o meu tipo de pele, além da textura e aroma que me agradem. No entanto, agora vou ficar mais atenta sobre a origem e os benefícios da água utilizada nos cosméticos que uso”, comenta ela. A estudade tem razão. A grande maioria da indústria moderna de cosméticos fabrica uma vasta série de produtos com ativos altamente funcionais, modernos e até mesmo exóticos, porém, não especificam na embalagem a origem da água utilizada no produto.

O professor de cosmetologia e diretor de Pesquisa e Desenvolvimento do Instituto Mezzo de Cosmetologia e Estética, Paschoal Rossetti Filho, vai além. Ele afirma que a qualidade da água e de outras bases cosmetológicas são, em muitos casos, mais importantes do que os ativos. “Tanto para produtos de uso profissional, quanto Home Care, é relevante saber a origem e qualidade das bases e da água. Uma dica é procurar produtos com bases de baixo peso molecular, o que permite uma melhor permeação dos ativos funcionais presentes na formulação, garantindo a eficácia do cosmético”, explica Paschoal.

Seja em creme, milk, sérum ou fluído, alerta o professor, a água deve ser totalmente sem eletrodos, resíduos e não iônica. “Se a água utilizada obtiver grande quantidade de elementos químicos e minerais, possivelmente deve haver interferência no pH do cosmético e por conseqüência na ação do produto”, diz Paschoal. Ele lembra que o mercado brasileiro possui variedades de águas com propriedades adequadas para o uso em cosméticos.

Alguns tipos de água já disponíveis nos cosméticos brasileiros:

“É possível também, combinar extratos vegetais nas águas thermais, ricos em vitaminas e minerais como, por exemplo, o cupuaçu, com mais de 150 mg/l de proteínas, 255 mg/l de vitamina C, 0,14 mg/l vitamina B6 e rico em minerais como potássio e silício, importantes na osmorregulação e na produção de colágeno, conferindo ação antioxidante ao cosmético”, finaliza o professor. Resumo da Pauta: O mercado brasileiro oferece diversos produtos para tratar a pele. São princípios ativos modernos e eficazes que podem proporcionar bons resultados para a beleza, desde que a água utilizada na composição seja adequada, com nutrientes que ajudam na penetração e proporcionam a adequada ação dos ativos.