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16/06/2007 - 18:05

Medidas não impedem importação legal de vestuário, afirma varejo

Para ABEIM, participação dos importados é pequena e atinge produtos que não afetam a indústria local; varejo não deixará de importar vestuário.

A Associação Brasileira do Varejo Têxtil (ABEIM) acredita que as medidas recentes anunciadas pelo governo federal para proteger a indústria têxtil contra a chamada "invasão chinesa" não impedirá que as grandes redes do varejo continuem a importar peças de vestuário. A afirmação é de Sylvio Mandel, presidente da entidade que divulgou ontem um estudo sobre o consumo aparente de vestuário no Brasil.

De acordo com o estudo, desenvolvido pelo Instituto de Estudos e Marketing Industrial (IEMI), a participação dos importados no consumo de vestuário no Brasil é de apenas 3,4% (8% entre os associados da ABEIM). "Esse volume corresponde a produtos compostos por fios sintéticos, e a indústria local não possui tecnologia para confeccionar esse tipo de roupa", observou Mandel.

Para o diretor do IEMI, Marcelo Prado, que apresentou o estudo, a indústria têxtil nacional é composta, basicamente, por empresas de pequeno porte. "A demanda por malharia sintética não é atendida pelo mercado interno nem por quantidade nem por qualidade". Para Prado, ó parque industrial têxtil chinês está entre os mais evoluídos do mundo. "Para a China, é possível aliar produção em larga escala, tecnologia de ponta e qualidade, o que resulta em preços mais baixos".

Mandel lembra que o varejo de vestuário é o grande canal de vendas da indústria têxtil nacional. "Mais de 90% das peças vendidas pelas grandes redes são fabricadas no país", afirma. Segundo o estudo do Iemi, o Brasil é o 6º maior produtor de vestuário do mundo. Mesmo assim, aparece apenas na 60ª posição entre os exportadores e na 56ª entre os que mais importam. "É mais prático, barato e confortável para o varejo comprar a produção nacional", explica o presidente da Abeim. "Mas não podemos prejudicar o consumidor e deixar de oferecer produtos que utilizam fios sintéticos só porque a indústria local não produz. Temos de buscar outros fornecedores para suprir a demanda, e é por isso que importamos".

A ABEIM é contrária ao aumento da Tarifa Externa Comum (TEC) de 20% para 35% sobre peças de vestuário, anunciada em abril e que será ou não validada pela cúpula do Mercosul em 28 de junho. Na opinião da associação, parte da receita gerada pelo possível aumento deveria ser destinada a políticas de incentivo e financiamento à indústria têxtil nacional nos itens onde ela ainda é deficiente. É preciso planejar e estimular o desenvolvimento da indústria têxtil local para que se torne competitiva globalmente. Este tipo de medida restritiva representa um retrocesso econômico", afirma Mandel.

Ele salienta que as grandes redes pagam corretamente as taxas de importação e continuarão pagando, mas o aumento deverá ser refletido em acréscimo de 12% a 15% no preço final dos produtos de inverno. "Além disso, a elevação da tarifa favorece o descaminho, fraude e a importação ilegal", alerta.

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