A Justiça julgará

As acusações ao goleiro do Flamengo estão acompanhadas de fortes indícios de que ele seja culpado e tenha tido realmente uma participação decisiva no episódio bárbaro. Mas isso as investigações nos dirá e a justiça julgará. Pelo menos é o que esperamos, já que o Poder Público muitas vezes deixa a desejar. Exemplo disso foi a ineficácia no atendimento a própria Elisa Samudio que, em outubro, procurou a polícia para denunciar o seqüestro e a violência sofrida. Aparentemente não deram muita importância e, implicitamente, reforçaram a sensação de impunidade ainda predominante no Brasil.

Não podemos afirmar que uma providência poderia ter evitado esse desfecho trágico, mas uma abordagem mais efetiva certamente daria ao acusado um olhar mais cauteloso ao pensar em novos atos de violência contra a vítima.

Esse caso ainda nos desperta outros fatores, como a perícia em andamento. Somente um mês depois é que se começaram as buscas. Desde a revelação do menor até o momento pouco se conseguiu em relação ao corpo desaparecido, o que comprova que precisamos de maior investimento em nossa polícia técnica e científica. Precisamos de melhores condições em prol de uma atuação mais ágil.

Falta de investimento detectamos também nos clubes de futebol em relação aos atletas. O goleiro Bruno é mais um exemplo clássico do garoto pobre que em pouco tempo alcança fama e fortuna. Notoriamente é preciso um acompanhamento psicológico a esses meninos para aprenderem a lidar com uma nova realidade tão distante das suas origens. Talvez com ajuda eles não tenham mais a falsa sensação de que estão acima do bem e do mal.

. Por: Marcos Espínola, Advogado criminalista | www.espinolaadvogados.com.br