“Precisamos que as pessoas se envolvam nesse projeto”, definiu Paulo Cancian

Representando o grupo que compôs a Missão Técnica à África do Sul, o jornalista revelou lições da Copa de 2010 .

O envolvimento dos 4 p’s (poder público, privado, parceiros e press – imprensa em inglês) vai fazer da Copa de 2014 no Brasil um sucesso. Pensando nos benefícios, Caxias do Sul se prepara desde cedo como candidata a campo base para receber uma delegação no maior evento esportivo do mundo. Os 4 p’s foram uma das lições aprendidas na África do Sul e experienciadas pelos integrantes da Missão Técnica ao país. O representante da Associação Riograndense de Imprensa Serra Gaúcha (Ari Serra Gaúcha), Paulo Cancian, falou, em nome do grupo, na reunião-almoço desta segunda-feira (19), na Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC).

O jornalista comentou que o trabalho do grupo é importante ainda que Caxias do Sul não receba uma seleção. “Precisamos entender que o visitante não vem somente para assistir aos jogos. Ele não fica 30 dias no mesmo lugar. Aquilo que trabalharmos como turismo será aproveitado no futuro”, salientou. O grupo indicou como pontos fortes a serem copiados o clima de Copa, a criatividade no marketing de relacionamento, a afetividade e alegria contagiante dos africanos, a organização nos aeroportos para entrega de ingressos adquiridos pela internet, sentimento de segurança, hospitalidade e limpeza pública.

Dos problemas enfrentados foram indicados a ausência de centrais de informações turísticas em lugares estratégicos de grande circulação, dificuldade de comunicação com pessoas de língua espanhola, voluntários e contratados com baixo nível de treinamento, dificuldades de mobilidade urbana, ausência de guardas de trânsito, sinalização horizontal e vertical deficiente e falhas no sistema de comunicação, especialmente no acesso à internet.

Cancian falou dos diferenciais de Caxias do Sul e destacou que os dois maiores desafios da cidade são a hospitalidade e o turismo. Para tanto, o grupo fez indicações de ações necessárias nos próximos anos. “O primeiro passo é a formação de um pequeno grupo estratégico de pensamento multidisciplinar, suprapartidário, envolvendo poder público – local e regional – setor privado – local e regional, Universidade de Caxias do Sul e parceiros – empresas mundializadas com sede na região”, esclareceu ele. Caberá ao Comitê Caxias do Sul 2014 as ações e contatos estratégicos, mobilizando e integrando a cadeia de beneficiários com a Copa do Mundo no Brasil.

Além disso, foram delimitadas pelas lideranças ações para trabalhar as áreas de hospitalidade (qualificação e formação de voluntários), segurança (equipes especializadas de policiamento integrado e ostensivo), acessibilidade (conforme lei NBR 9050), sinalização (adequar para inglês e espanhol), infraestrutura (ampliar e modernizar sistema rodoviário e aeroportuário), marketing (gerar clima de Copa), e imprensa (criar centros de imprensa – apoio e participação da mídia no processo).

O presidente da CIC, Milton Corlatti, chamou a atenção de todos para valorização do que é nosso. “Precisamos parar de criticar a nossa cidade e elogiar as outras. Temos que mudar o nosso pensamento, fazer a nossa parte. E colocar a nossa cidade no lugar que ela merece”, enfatizou ele.

Cancian agradeceu aos colegas de grupo e finalizou dizendo que o caminho é árduo e que o êxito depende de todos. “Olhar para frente é a nossa obrigação”, frisou.

Ainda integram a missão os representantes da CIC, Geremias Rech, da Prefeitura Municipal, Felipe Gremelmaier, do Sindilojas, Paulo Rossi, da CDL, Sirlei Bertolo, da Microempa, Fábio Lembi, da Universidade de Caxias do Sul, José Carlos Avino, da S.E.R Caxias, Rudimar Pontalti, e do Esporte Clube Juventude, Rafael Ártico.

A Missão Técnica à África do Sul constituiu-se numa delegação de representantes da comunidade para averiguar e relatar as demandas que serão necessárias num horizonte de três anos e meio para receber uma delegação de futebol na condição de campo base da Copa do Mundo de 2014. A missão viajou com o objetivo de observar e produzir relatórios sobre demandas ligadas à recepção de visitantes, logística, redes de segurança pública, assistência social, telecomunicações e infraestrutura em geral.

O grupo, que já se reúne há mais de um ano e meio, deve manter uma agenda permanente de trabalho para definir os próximos passos até a realização do Mundial. A ideia é disseminar os resultados da viagem à África do Sul para mobilizar a comunidade e viabilizar o projeto.| www.cic-caxias.com.br