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21/07/2010 - 09:55

Para Fecomercio, indicadores mostram que Selic deveria ser mantida

Federação aponta que inflação mantém trajetória de queda e demanda doméstica começa a arrefecer, como revela dados de vendas de imóveis.

São Paulo - Um novo aumento da Selic, seja qual for a proporção, é absolutamente desnecessário nesse momento, essencialmente se considerados os movimentos de arrefecimento inflacionário dos últimos meses e a desaceleração de consumo no mercado brasileiro. A avaliação é da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio), ao manifestar seu entendimento de que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) não deve reajustar os juros básicos da economia na reunião que se inicia hoje e termina amanhã.

Para sustentar sua recomendação, a Assessoria Econômica da Fecomercio elaborou dois gráficos simples e que sintetizam bem o momento atual da economia brasileira. No primeiro, é apresentado o comportamento da inflação acumulada no primeiro semestre de 2010 por dois indicadores: IPCA (índice oficial utilizado para as metas de inflação do governo) e INPC. É possível notar que, em ambos os casos, os movimentos são similares e seguem trajetória de queda.

“Esse gráfico demonstra claramente que a política monetária do País deveria reduzir a taxa de juros. Como essa sugestão parece algo impossível de ser compreendido pelo BC, que pelo menos se mantenham os juros atuais, já extremamente elevados”, analisa Fabio Pina, assessor econômico da Fecomercio.

Pina observa que alterações na Selic costumam levar de quatro a oito meses para impactar na economia real. “O processo de aperto monetário iniciado em abril ainda nem gerou efeitos expressivos na economia real, embora tenha provocado efeito psicológico muito forte no consumidor, que passou a demandar menos produtos”, pondera. Some-se a isso o fim de incentivos tributários para os bens de alto valor agregado, em especial, automóveis. “Tudo ao menos indica que o Banco Central deveria ter cautela, porque a tendência clara é de queda da inflação.”

Ainda para mostrar o esfriamento do consumo doméstico, a Fecomercio levantou informações sobre o mercado imobiliário. O ano de 2010 começou aquecido nos lançamentos e nas vendas de imóveis. Após quatro meses de quebras de recordes, a partir de maio os dados assustam pela intensidade da reversão. Podem apenas estar indicando um ajuste setorial, mas, no mínimo, a autoridade monetária deveria dar uma atenção especial a esse movimento.

.Variação % de vendas sobre igual período do ano anterior

“O ajuste do mercado imobiliário pode indicar que o País venha a dar uma freada muito brusca e bater com o rosto no pára-brisa. O custo da elevação da Selic para os cofres públicos não é irrelevante e para o setor produtivo idem”, alerta Pina.

Exatamente por conta dos elementos citados – existem outros e esse debate pode ser aprofundado –, a Fecomercio entende que deixar a taxa estável em uma reunião para ter um cenário mais claro deve ser a melhor opção a ser adotada pelo Copom, pois o risco de a inflação sair do controle nesse período é pequeno.

Perfil- A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio) é a principal entidade sindical paulista dos setores de comércio e serviços. Representa empresas e congrega 152 sindicatos patronais, que abrangem mais de 600 mil companhias e respondem por 11% do PIB paulista – cerca de 4% do PIB brasileiro – gerando em torno de cinco milhões de empregos.

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