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22/07/2010 - 09:21

Temos tudo, mas não temos nada...

Em outubro do ano passado, Michael Skapinker, colunista e editor de relatórios especiais do tradicional jornal inglês Financial Times, afirmou em artigo que “Brazil is the 21st-century power to watch”, destacando a visão antagônica de uma economia forte, repleta de recursos naturais, que se opõe à violência e à desigualdade social.

Nesse mesmo mês, e uma semana depois, o prêmio Nobel de economia em 2008, Paul Krugman, em sua passagem por Buenos Aires, discursou que o Brasil está mais para a esperança do que para a certeza de ser um dos grandes da economia mundial. Lembrou uma piada de que “O Brasil é o país do futuro e sempre será”, explicando porque Índia e China decolaram, mas o Brasil não. No mês de novembro, a não menos tradicional revista inglesa “The Economist”, destaca em capa que “Brasil decola”, enfatizando que o maior perigo está no excesso de confiança. Ressalva também que o país tem problemas que não devem ser subestimados, da corrupção à falta de investimentos em educação e infraestrutura.

Apesar das manchetes nos levarem a imaginar de que tudo, aparentemente, está bem, a realidade é muito diferente. Os indicadores macroeconômicos podem estar sob controle, mas a estrutura social e política andam em frangalhos. De nada adianta falar em um crescimento do PIB de 6,5% em 2010, se ele não tem consistência, ou economicamente falando, desenvolvimento que exprime o nível de bem-estar da sociedade, medido através de indicadores sociais, culturais, políticos e econômicos.

Enquanto não tivermos uma infraestrutura adequada e suficiente, em termos de educação, saúde, segurança e transportes, por exemplo, para atender às necessidades mínimas para o processo de crescimento, a vulnerabilidade de nosso país continuará existindo. Assim, às vésperas das eleições majoritárias para as assembleias e governos estaduais, congresso nacional e presidência da república, nós temos que estar conscientes da importância de nossos votos, para que possamos eleger legisladores e governantes que sejam dignos representantes de cada um de nós. E com isso, que possam criar condições para alçar o Brasil a outro patamar, o patamar de um Estado pujante e próspero.

E essa nossa responsabilidade não se restringe ao voto. Implica também na nossa consciência sobre o nosso dever, nossa obrigação enquanto cidadãos, inseridos no contexto de uma sociedade. Uma nação se constrói de acordo com suas características étnicas, e que se mantêm unida pelos seus hábitos, tradições, religião, língua e, principalmente, consciência nacional. Uma nação nada mais é do que a substância humana que a forma, zelando pelo bem-estar coletivo, por sua honra, por sua independência e por sua prosperidade.

Em resumo. O Brasil depende apenas de cada um de nós, conscientes do nosso papel enquanto cidadãos inseridos dentro de uma sociedade, e no pleno exercício do nosso direito constitucional.

. Por: Otto Nogami, mestre em economia e autor dos livros ‘Princípios de economia’ e ‘Não seja o pato do mercado financeiro’. É professor de economia do Instituto Nacional de Pós-Graduação (INPG).

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