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28/07/2010 - 08:12

Como evitar o aumento das crises de asma durante o inverno

Conhecer mais a doença, entender as causas e fazer uso de medicamentos controlados, que evitem as crises, ajudam muito a diminuir a incidência do problema no inverno.

A chegada do inverno trazendo queda de temperatura e dias mais secos contribui para o aumento das crises de asma, principalmente entre as crianças. Porém, outro agravante para a incidência da doença nessa época do ano é o descaso em relação à prevenção, que exige um conhecimento das causas da doença por parte do paciente e a continuidade do tratamento durante o ano todo, a fim de evitar o aparecimento das crises.

Por se tratar de uma enfermidade de tratamento fácil, na maioria das vezes, as preocupações do asmático com sua saúde só ganham importância quando a falta de ar já está instalada. Especialistas reforçam que a crise é apenas o auge do problema, a ponta do iceberg. O paciente tem a doença 100% do tempo o que torna o tratamento continuado de extrema importância para o controle da asma e uma melhor qualidade de vida do indivíduo.

O Dr. Bernardo Kiertsman, pneumologista pediátrico e professor adjunto da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, explica que as doenças respiratórias são frequentes durante todo o ano, sendo mais incidentes no outono e inverno. “Nessa época do ano é comum usarmos roupas mais pesadas e que, na maioria das vezes, estão guardadas há muito tempo. O acúmulo de pessoas em ambientes fechados e mal ventilados se torna mais frequente e, contribui para que os asmáticos fiquem mais suscetíveis as crises”, destaca o médico, reforçando que o controle ambiental adequado, principalmente dentro de casa, é uma das melhores formas de prevenção.

O ar frio, irritante para a mucosa respiratória e possível causador do fechamento dos brônquios nos asmáticos, associado ao maior tempo dentro de ambientes fechados devido à temperatura mais baixa, a presença de poeira, ácaros e outras substâncias alergênicas, e a maior ocorrência de resfriados e gripes, acabam formando um cenário ideal para a piora dos sintomas e a ocorrência das crises. A chegada das frentes frias, comum nessa época do ano, propiciam o acúmulo de poluentes sobre as cidades e costumam prejudicar ainda mais os asmáticos.

Segundo dados da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), atualmente há 18 milhões de asmáticos no Brasil, ou seja, 10% da população brasileira. O Datasus/Ministério da Saúde de 2009 indica que a doença teve um índice de mortalidade de 3.111 casos e é a terceira causa de hospitalizações pelo Sistema Único de Saúde (SUS), excluindo a gravidez, sendo responsável por 275 mil internações/ano. No último ano, os cofres públicos registraram gastos da ordem de R$ 87.044.072,34. O Brasil é o 8º país em incidência de casos de asma no mundo, segundo a revista Lancet (1998).

Tratamento e Controle- O tratamento da asma tem três pilares: ação educativa do paciente e seus familiares para controle da doença, higiene do ambiente e tratamento farmacológico de manutenção e da crise. Entre os medicamentos mais indicados estão os broncodilatadores de ação imediata. Recomendados para o tratamento da crise aguda de asma, eles podem ser utilizados via inalatória sob a forma de spray (“bombinhas”) ou via nebulização. Em casos mais severos, é necessária a utilização de antiinflamatórios por via oral ou endovenosa, por um curto período.

“Atualmente temos dado preferência aos sprays pela sua praticidade, duração menor da aplicação, menores doses e, consequentemente, menor custo, para obtermos o mesmo efeito clínico necessário”, explica o Dr. Kiertsman.

Há medidas domiciliares que podem auxiliar a pessoa que tem asma a evitar as crises ao longo do ano. “É possível ter uma boa resposta com procedimentos domésticos, tais como usar umidificadores de ar, limpar a casa com pano úmido, não levantar poeira com espanador ou vassoura, evitar odores fortes, animais de sangue quente, plantas e, principalmente, contato com fumaça de cigarro e realizar a manutenção correta do ar condicionado”, recomenda o Dr. Kiertsman.

A asma não tem cura. É uma doença crônica que se tratada de forma adequada, proporciona qualidade de vida ao seu portador. O indivíduo asmático é submetido a um tratamento contínuo para manter a doença sob controle. “A finalidade do tratamento preventivo é diminuir o número de crises, aumentar o espaço entre elas e que, caso ocorram, sejam facilmente reversíveis, sem a necessidade de procurar um pronto atendimento. Esse controle deve ocorrer com o menor número de medicamentos e na menor dose”, explica o especialista. E completa: “O desafio é conseguir que o asmático possa ter uma qualidade de vida normal ou muito próxima da normalidade.”

Sobre a Asma - A asma é uma doença inflamatória crônica, sem cura e caracterizada pelo estreitamento generalizado dos brônquios, cuja intensidade varia de pessoa para pessoa. Ela pode ser desencadeada por fatores alérgicos, irritantes, infecções por vírus, fatores emocionais, entre outros. É mais comum em crianças e adolescentes — também incide entre adultos.

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