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29/07/2010 - 07:40

IABr: produção brasileira de aço cresce mais de 50% no 1S10


O consumo aparente de produtos siderúrgicos em 2010 deve atingir o nível recorde histórico de 25 milhões de toneladas, representando aumento de 34,5% em relação a 2009. A indústria brasileira do aço estima encerrar 2010 com produção de 33,2 milhões de toneladas para aço bruto e 20,6 mt para laminados. As exportações são estimadas pelo IABr em 11 milhões de toneladas e as importações em 4,2 mt.

De acordo com dados divulgados durante coletiva de imprensa no Instituto Aço Brasil (IABr), Centro do Rio de Janeiro, a produção brasileira de aço bruto em junho de 2010 foi de 2,9 milhões de toneladas, representando queda de 0,2% em relação a maio e aumento de 46,8% quando comparada com o mesmo mês em 2009. Em relação aos laminados, a produção de junho, de 2,3 milhões de toneladas, representou alta de 1,79% na comparação com o mês anterior e elevação de 40,3% quando comparada com junho do ano passado.

Com esses resultados, a produção acumulada em 2010 totalizou 16,4 milhões de toneladas de aço bruto e 13,1 milhões de toneladas de laminados, o que significou aumento de 55,0% e 59,5%, respectivamente, sobre o mesmo período de 2009. Os números demonstram que houve expressiva retomada do nível de atividades do setor, porém com resultados mensais ainda inferiores aos níveis recordes atingidos em meados de 2008, no período pré-crise .

Marco Polo de Mello Lopes, presidente executivo do IABr

A base de comparação é depreciada em função da crise internacional que atingiu seu ápice no ano passado. Apesar disso, considerou o resultado bastante positivo. “Nós achamos que é um resultado muito positivo. Eu acho que tem que ser feito um reconhecimento à maneira rápida como o governo agiu, apoiando esses setores estratégicos de construção civil, setor automotivo, setor de equipamentos, com a adoção de medidas anticíclicas, o que permitiu que eles reagissem e nós, que somos os fornecedores, pudéssemos reagir também”, destacou o presidente executivo do IABr, Marco Polo de Mello Lopes.

As estatísticas do IABr revelam que as exportações brasileiras de aço cresceram 25,4% entre janeiro e junho deste ano sobre igual período de 2009, alcançando 4,2 milhões de toneladas. Já as importações, ainda refletindo a crise externa que deixou o mercado mundial superofertado, com preços deprimidos, evoluíram no período 148,4%, atingindo 2,7 milhões de toneladas. O resultado das importações reflete ainda a valorização do real em relação ao dólar, fenômeno que, segundo o executivo, afeta não só o setor siderúrgico, mas o comércio exterior do Brasil como um todo.

Essa retornada do crescimento fica destacada quando se observa o consumo aparente. O total em junho foi de 2,4 milhões de toneladas. De janeiro a junho de 2010, a soma foi de 13,3 milhões de toneladas, 60,3% a mais em relação a igual período do ano anterior.

“O desempenho da siderurgia trouxe o nível da atividade para um padrão de estabilidade,temos um dever de casa enorme a ser feito, que é crescer o mercado interno, crescer o Produto Interno Bruto (PIB), o consumo de aço e o desenvolvimento econômico”, continuou Polo.

As vendas internas apresentaram crescimento igualmente expressivo. Nos primeiros seis meses de 2010 foram de 10,8 milhões de toneladas, mostrando crescimento de 56,6% com relação ao mesmo período cio ano anterior. O resultado de junho de 2010 foi de 2,0 milhões de toneladas de produtos.

As exportações de produtos siderúrgicos no período de janeiro a junho de 2010 totalizaram 4,3 milhões de toneladas e 2,5 bilhões de dólares, representando aumento de 25,4% em volume e de 24,9% em valor quando comparado ao mesmo período do ano anterior. Em junho passado atingiram 782,1 mil toneladas no valor de 505,4 milhões de dólares.

Quanto às importações, observa-se, em 2010, crescimento bastante superior ao das exportações. No 1° semestre do ano, as importações totalizaram 2,7 milhões de toneladas de produtos siderúrgicos, no valor de USS 2,4 bilhões, com aumentos de 148,4% e 61,5% respectivamente. Esse crescimento reflete por um lado o aquecimento do mercado interno, os efeitos do câmbio valorizado e a persistência de elevados excedentes de oferta no mercado internacional. Contribuíram também para esse crescimento a existência de incentivos estaduais à importação e a persistência de subsídios à produção e exportação mantidos por diversos países.

Previsão 2010 - O Instituto Aço Brasil estima que o consumo aparente de produtos siderúrgicos em 2010 deve atingir o nível recorde histórico de 25 milhões de toneladas, representando aumento de 34,5% em relação a 2009. Esse elevado índice de crescimento reflete base de comparação baixa, mas principalmente o resultado expressivo da economia nacional e dos seus impactos na demanda dos principais segmentos industriais intensivos em aço. Destaca-se nesse aspecto o forte aquecimento na área da construção civil -tanto habitacional quanto em obras de infraestrutura - a persistência do crescimento da indústria automotiva, apesar da redução dos incentivos tributários, assim como de bens de capital e linha branca.

Diante da expectativa de crescimento da demanda, a indústria brasileira do aço estima encerrar 2010 com produção de 33,2 milhões de toneladas para aço bruto e 20,6 mt para laminados. As exportações são estimadas pelo IABr em 11 milhões de toneladas e as importações em 4,2 mt.

Estagnação- O consumo de aço per capita no Brasil está estagnado há vários anos, revela o Instituto Aço Brasil (IABr). Em 1980, o consumo de aço no país atingia 100,6 quilos por pessoa ao ano, caindo para 92,6 quilos/per capita/ano em 2000. No ano passado, o consumo ficou em 97 quilos por habitante, devendo alcançar em 2010 um total de 129,3 quilos por pessoa.

O número está bem abaixo de países concorrentes do Brasil, como a China, onde o consumo per capita evoluiu de 34,1 quilos, em 1980, para 405,2 quilos por pessoa no ano passado.

Os números divulgados pelo IABr revelam incremento de 25,3% no primeiro semestre deste ano em comparação ao mesmo semestre de 2009, somando cerca de 13,3 milhões de toneladas. Para 2010, o IABr estima que o consumo aparente baterá o recorde de 25 milhões de toneladas, mostrando alta de 34,5% em relação ao ano anterior.

André Johannpeter, presidente do Conselho diretor do IABr

O presidente do Conselho diretor da entidade, André Johannpeter, enumerou entre os principais desafios do setor siderúrgico brasileiro o aumento do consumo de aço no país. A prioridade do setor continua sendo o abastecimento do mercado interno, mas também ter uma posição forte no mercado internacional.

“Há uma grande necessidade de crescer o mercado doméstico a partir de investimentos públicos e privados, além de ter regras estáveis, segurança jurídica e isonomia competitiva na importação e na exportação”, acrescentou Johannpeter, .

O instituto no entanto, prevê que “a produção nacional de aço bruto poderá atingir 77 milhões de toneladas, com investimentos globais de US$ 40 bilhões, envolvendo o parque já instalado no país, as novas usinas, como a Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), e usinas em estudo para 2016, resultados que estarão vinculados as regras estáveis”, frisou Johannpeter.

Importações de aço pela Transpetro - O presidente executivo do IABr voltou a criticar as importações de aço pela Transpetro “ a empresa contraria o governo, que possui uma discussão concreta pelo aumento do conteúdo nacional. Mas ao mês o tempo destacou que o volume importado pela subsidiária da Petrobras é pequeno. Falar no Programa Modernização e Expansão da Frota (Promef) Transpetro impressiona, mas para a indústria do aço, são 400 mil toneladas em vários anos”, avaliou Marco Polo.

Ele disse que vai se reunir com o presidente da Transpetro, Sergio Machado, “ vamos tentar reverter, e fazer com que o fornecimento de aço para o Promef seja nacional”. Ele que na China, 70% das empresas são controladas pelo governo, o câmbio não é flutuante como ocorre no Brasil, há menos impostos e a indústria chinesa conta com amplos subsídios governamentais. A importação de aço chinês pela Transpetro acaba tirando empregos no mercado brasileiro”, alertou Mello Lopes.

Quantos os reajustes, existe preocupação diante dos aumentos do minério de ferro e do carvão por parte do IABr, “demonstra uma certa volatilidade ao mercado, sinalizando a existência de um monopólio no setor”, acenaram.

A importância do aço – “Principal matéria-prima do aço, que é o minério de ferro, tenha aumentando o preço em cerca de 100% este ano e sinalize para outro reajuste em torno de 35%, o impacto na ponta é pequeno. O aço participa com 55,7% no peso de um carro, mas com apenas 7,9% no valor de venda do veículo. No peso de uma geladeira, o aço tem participação de 55,1% e menos de 10% no valor de venda. Em relação ao fogão, o aço representa 75,4% mas, no valor de venda, o peso do produto é de 17,9%.”, revelou Marco Polo.

“Também na área da construção civil, a pesquisa divulgada pelo IABr mostra que o aço está presente em 4,6% no custo da obra e em apenas 2% no valor de venda de um prédio médio”, emendou.

Rio de Janeiro em destaque – De acordo com o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços, Julio Bueno, “o Rio de Janeiro já ocupa o segundo lugar no ranking da produção de aço no Brasil. A expectativa é que o setor siderúrgico fluminense receba investimentos de R$ 20 bilhões nos próximos anos, o que contribuirá decisivamente para aumentar a participação do estado no cenário nacional”, concluiu. [www.acobrasil.com.br]

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